CALÇADOS SANTANENSES
Clerisvaldo B.
Chagas, 4 de agosto de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.281
HOMENAGEM À MINHA IRMÂZINHA RUTH, CUJA
PASSAGEM FOI SEMANA PASSADA.
Santana do Ipanema, possuía três fábricas de
calçados, fora os inúmeros sapateiros espalhados pela cidade. Na Rua e Bairro São Pedro, funcionava a
fábrica do senhor Elias. Ficava vizinha à escola “O Bacurau”; terreno bom,
plano de barro vermelho cercada por alvenaria e portão muito largo. No
Comércio, defronte o “prédio do meio da rua”, havia a fábrica de calçados do
senhor “Pimpim”, assim conhecido. Um corredor inicial e a fábrica no fim em
lugar mais largo e uma parte mais alta do salão como se fosse um primeiro
andar. Na Rua Barão do Rio Branco, defronte os armazéns de cereais, era a
fábrica de calçados do senhor Evilásio Brito. O dinheiro corria frouxo e a
cidade progredia com várias outras fábricas que abasteciam a região.
A fábrica de calçados do Senhor Elias, foi
resgatada por nós no romance ainda inédito AREIA GROSSA, por estar na periferia
do epicentro da história. O proprietário gostava muito de ouvir pelo rádio as
transmissões de jogos de futebol. De vez em quando criava gafes divertidas. Durante
as tardinhas, os funcionários desciam para a margem do rio Ipanema, para
partidas de futebol de várzea. Roupa normal, bola de todo os tipos e destaque
para o grande driblador Julinho, filho de Pedro Porqueiro da Rua Antônio Tavares.
Os jogos, quase sempre se davam defronte o edifício da Perfuratriz, também
resgatado por nós no romance AREIA GROSSA. Jogos na própria estrada de rodagem
que levava a Pão de Açúcar e a outras cidades. Memórias esquecidas.
No dia 20 de novembro está previsto o
lançamento do livro “PADRE CÍCERO, 100 MILAGRES NORDESTINOS (INÉDITOS) na
igrejinha que antes era do padre Cícero, no Lajeiro Grande. Os livros serão
distribuídos gratuitamente entre os depoentes testemunhos do livro. Só então,
pensaremos como faremos com o romance AREIA GROSSA, onde resgata entre ficção e
realidade uma parte social de Santana o Ipanema no período 1960-70. Tudo isso
entre inúmeras outras obras publicadas, para abastecer escolas, pesquisadores
novos, adultos e juventude geral sobre todas as histórias deste torrão que
foram resgatadas. Inclusive, pela primeira vez, colocamos algumas ilustrações
em um romance. O resgate ficou muito mais autêntico.
CENTRO DE SANTANA TAMBÉM COMPORTAVA UMA FÁBRICA
DE CALÇADOS. (IMAGEM: B. CHAGAS).