domingo, 17 de janeiro de 2010

"RIBEIRA DO PANEMA"

PROSSEGUIMOS COM AS PALAVRAS DOS APRESENTADORES SOBRE NOSSAS OBRAS.


"RIBEIRA DO PANEMA"
(Clerisvaldo B. Chagas. 18.01.2010)

Santana está fincada no Sertão. É amiga íntima do Rio Ipanema. Rio das venetas. Manhoso. Tão manhoso quanto burro de cachaceiro. Nunca deixou, no entanto, ninguém morrer de sede. Isso não. Permite que lhes rasquem o estômago para sugarem o precioso líquido. Dá muita liberdade. Quem conheceu esse coiteiro do São Francisco, é testemunha. Nas suas imediações, urrava a onça-de-bode. Ainda hoje, as rolas brancas dormem nas suas margens. A cauã continua chamando a seca na serra do Cruzeiro. Algumas velhas, de cachimbo nos beiços, ainda fazem renda e contemplam o seu corpo cinza. Ali perto, na Rua do Sebo, os meninos ainda brincam de pinhão e ximbra. As mesmas estórias do papa-figo são recontadas de avós a netos. Cancão de Fogo e João Grilo ainda são heróis. Mesmo o famoso, adorado e assassino Poço dos Homens continua ali comendo gente. O Panema tem imã. Chama o carreiro, o botador d’água, o tangerino, o almocreve, o vaqueiro, o retirante, o boiadeiro... Conquista a todos com sua água grossa. Mas, às vezes fazem raiva ao Panema. Ele se dana, empesta-se. Aí é quando se faz de macho. Bebe ódio em Pesqueira e se vinga das afrontas. Negro come o diabo! Panema dá cabeçadas, rabos-de-arraias, soquetes, leva tudo no peito. Na raça. Baraúnas são arrancadas, cercas são destruídas, casebres diluídos. E o Rio velho de guerra, arrotando valentia, tórax estufado, convida os riachos para o seu cordão. Só depois de saciada a vingança, volta ao normal. Peito lavado. Começa a minguar. Fica manso de novo. Entrega o pescoço à canga.
Quem vê a “lua se banhando nas águas sujas do Poço dos Homens”, começa a recordar... Recordar... Também sei contar histórias do meu povo. Por favor, cruze as pernas nessa esteira-de-caboclo.

O Autor

"RIBEIRA DO PANEMA"

Os vários aspectos da vida nordestina, principalmente aqueles vividos pela população interiorana, formam um celeiro inesgotável de material para romancistas e, sobretudo de subsídios inestimáveis para estudiosos de sociologia. Embora muito já se tenha escrito a respeito, há lacunas a serem preenchidas. Muita coisa resta para se escrever ainda.
Se é verdade que um Graciliano Ramos, um José Lins do Rego, ou mesmo um José Américo Almeida, luminares da literatura nacional, publicaram vários livros sobre o assunto, isto, porém, não impede que outros possam fazê-lo. Não se pode encerrar a vida sertaneja entre as capas de cinco ou seis livros apenas. Está sobrando material ainda. Material inédito, capaz de encher muitos e muitos volumes, sem dúvida alguma. Aqueles escritores não esgotaram a fonte, ela está praticamente virgem e jorrando aos borbotões.
Não está saturada a temática sertaneja. Dizer o contrário é desconhecer a visão panorâmica de uma região que abriga cerca de trinta milhões de brasileiros. Uma cidade, um povoado, ou um lugarejo, podem ter pontos coincidentes, mas cada um possui uma particularidade inconfundível, com histórias próprias e facetas distintas.
Clerisvaldo Braga das Chagas, santanense de 29 anos, terceiroanista de Estudos Sociais, está estreando com o romance RIBEIRA DO PANEMA. Como agente de coleta do IBGE, profissão que o obriga a comunicar-se com pessoas e inteirar-se de situações, armazenou boas histórias e tipos humanos, que agora os enfeixou num romance de grande estilo. Basta dizer que o li, do começo ao fim, fascinado pelo enredo atraente e empolgado pela fidelidade com que abordou aspectos sociais do sertão.
Há de tudo no seu livro: política, sexo, folclore, sangue, desmandos e traições. Há doçura e maldade. É agressivo e romântico. Quando cheguei à última página fiquei lamentando que o livro não se prolongasse mais. É muito, por isso. É preferível se deixar o leitor na ansiedade de desejar ler mais, do que escrever demais.
Clerisvaldo Braga das Chagas atrairá muitos leitores para o seu romance de estréia. Santana do Ipanema e o Estado de Alagoas serão revolucionados. Muita gente irá pretender identificar, através de suas páginas, um ex-prefeito, um político, um coronel, um grandola enfim, personagens muito bem diluídos na urdidura do romance. Será motivo de assunto para os encontros nos bares, conversas de calçadas e também da porta da igreja. É gostoso, porque a carapuça irá ajustar-se à cabeça de muita gente. Não há mal nenhum nisto. A vida dos homens públicos pertence à história. Seus atos refletem-se na vida inteira de uma comunidade.
Da próxima vez que eu visitar Santana do Ipanema, procurarei conhecer os lugares citados por Clerisvaldo. Será um roteiro turístico que gostarei de palmilhar, sob o embalo das coisas gostosas que ele escreveu: a casa da amante do prefeito Maximino, a Rua do Sebo, o Poço dos Homens, e os demais recantos apresentados na Ribeira do Panema. Sentar-me-ei nas areias do “Rio Manhoso”, sem água, no verão, mas “arrotando valentia” e aliciando todos os “riachos para o seu cordão”, durante o inverno.
RIBEIRA DO PANEMA é um livro fadado ao sucesso, e seu autor iniciou muito bem sua carreira literária.

Luiz B. Tôrres
Nota: Frisos nosso (A).

Outros comentários:
a. “Ribeira do Panema” é muito para quem considera que se trata de um primeiro trabalho. Você começou por onde muitos desajariam terminar
Ribeira do Panema, já disse, merece os melhores aplausos, motivo porque abrilhanta a minha estante.
Aldemar Medonça (escritor)
Nota: frisos nosso (A).
b. O livro “Ribeira do Panema”, obra literária que vem alcançando excelente sucesso de livrarias do Estado, é merecedor dos maiores elogios da parte dos apreciadores de romance do gênero.
Sucursal da Gazeta de Alagoas
Nota: Friso nosso (A).






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http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2010/01/ribeira-do-panema.html

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O COICE DO BODE

A PARTIR DE HOJE ESTAREMOS LEMBRANDO PALAVRAS DE APRESENTADORES DAS NOSSAS OBRAS PUBLICADAS, NÃO NECESSARIAMENTE PELA ORDEM. LOGO VOLTAREMOS ÀS CRÔNICAS (SEGUNDAS AS SEXTAS).


“O COICE DO BODE”
Piadas maçônicas
(Clerisvaldo B. Chagas. 15.01.2010)

APRESENTAÇÃO DOS EDITORES: O querido irmão Domingos de Oliveira Prado, Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado de Alagoas, mandou-me, com sua dedicatória, um livreto maçônico intitulado “O Coice do Bode”, de autoria do irmão Clerisvaldo B. Chagas, da Academia Arapiraquense de Ciências, Filosofia e Letras. E como fazemos sempre, demos um lida dinâmica no livreto recebido – e aí veio o impacto. Esse livreto vai matar maçom, de rir. Precisamos editá-lo e divulgá-lo entre os leitores de “A TROLHA” e do Cículo do Livro Maçônico.
Não deu outra, o irmão Fernando se entusiasmou também e, de imediato, entrou em contato com o autor – e o resultado é este livreto de bolso.
Nós acabamos de lançar uma nova coleção “Cadernos de Bolso”, para atender pequenos trabalhos. Já estamos, com este, com 4 livretos publicados.
Este é um livro especial. Especial porque seu conteúdo é composto de mais de uma centena de boas piadas de cunho maçônico. No Brasil, não há outro livro no gênero. O irmão Clerisvaldo teve a pachorra de colecionar quase duas centenas de piadas, e depois, enfeixá-las em um pequeno volume. Não é um livro instrutivo, mas é um belo e bom passatempo e desopilador do fígado.
Veja esta:
TIRADENTES

Um profano cabuloso perguntava muito ao consertar objetos de um Templo, no Rio Grande do Sul. O Arquiteto foi perdendo a paciência. E foi aí que o profano apontou para a Corda de 81 nos.
─ E essa corda? ─perguntou.
─ Foi a que enforcou Tiradentes ─ disse o Arquiteto sem se conter.
Os Editores
APRESENTAÇÃO

Enriqueço agora, em tons de acentuados matizes, o já amplo mosaico de minhas manisfetações aos nordestinos.
A verve inata desse sofrido e valente contingente de brasileiros emerge, vigorosamente, do humor saudável que ele imprime ao seu cotidiano. Sua arte de praticar o sério tem elevado conceito no que divulga a sua filosofia de viver os dramas sem admitir que se destrua o seu ânimo de vivê-los, ainda, com estóica brejeirice
Eis o que se tem notado no seu repentismo poético, fruto de um apurado senso de observação dos fatos que tem marcado a vida do nordestino, regional ou nacionalmente. Nestes registros de humor maçônico, é de se ver que toda a profunda problemática de uma ritualística milenar, envolvente de uma trilogia de humanidade em seus valores mais absolutos de filosofia, filantropia e educação, não foi capaz de impedir ao autor a exteriorização do que de ameno e fraterno existe nos reservados ambientes dos irmãos maçons.
Fraternalmete
                                                                                                                               Humberto Lucena

Nota do autor: Humberto Lucena, então, Presidente do Senado brasileiro.
Nota 2 – livro lançado em 1983. Faz parte do Círculo do Livro Maçônico com circulação nacional. Encontrado nas livrarias maçônicas de todo o país.
Nota 3 – Friso nosso. (A)
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