quinta-feira, 8 de julho de 2010

O MONSTRO DO FLAMENGO

O MONSTRO DO FLAMENGO
(Clerisvaldo B. Chagas. 9.7.2010)
No Esporte, a Copa do Mundo representa o máximo de aspiração para o Brasil. O brasileiro pode perder em todas as outras modalidades esportivas, contanto que traga o título de Campeão do Mundo no futebol. Portanto, dois fortíssimos golpes deixaram perplexo o nosso País. Perder para a Holanda foi um deles. O jogo que fez calar duzentos milhões de fanáticos, pareceu prenúncio de fim do globo terrestre. E ainda durante a ressaca avassaladora do resultado, surge a notícia terrível do caso Bruno. Não sabemos se o mistério é para explicações de filósofos ou de psiquiatras. Estamos convivendo com a morte em cada esquina, em cada rua, em cada beco. Eliminar o semelhante virou moda nesse país de Cabral. Até já faz parte da rotina esse alto índice de violência urbana. O que chama atenção, contudo, é o sadismo, a monstruosidade de alguns deles. Ouve-se falar no crime da mala. Mas, constantemente saem notícias de novos crimes semelhantes. A vítima, em pedaços, é colocada na mala e jogada em rios e córregos. Outro crime chocante foi aquele em que a vítima foi esquartejada e posta no freezer. Lembramos de um caso ocorrido na Bahia, em que um cangaceiro matou um tenente. Após, o bandido abriu a barriga do morto, retirou as vísceras e com elas engordurou o fuzil. Os nazistas arrancavam a pele das pessoas ainda vivas e, com parte do corpo, faziam sabão. Outras insanidades também eram praticadas.
O caso do goleiro Bruno, não é menor do que esses citados. O que faz um homem no auge da sua carreira, praticar desatinos assim. Goleiro do Flamengo... Faltou equilíbrio ao Bruno? Mandar matar faz parte do padrão da violência atual. A vida humana não estar valendo mesmo um tostão furado. Mas, esquartejar para alimentar os cães, é de uma loucura sem limites. Entra para a galeria dos grandes monstros da literatura, o goleiro Bruno. O caso ganha as páginas dos jornais como um desvio das frustrações da Copa. Agora é a mesma torcida da seleção querendo todos os culpados presos e o rigor da lei como gol de placa. Chama também atenção, a frieza do goleiro, como se nada, absolutamente nada, tivesse acontecendo. Nem que ele tivesse completamente alheio ao que estava se passando com a amante, haveria de mostrar algum sentimento de humanidade. Nada. Frio, calculista e sinistro. Não se trata de julgar ou pré-julgar uma pessoa. O crime está desvendado. É pena que investigações rápidas em crime outros não tenham a mesma velocidade. Mesmo assim, valeu o esforço da polícia que não deixa de possuir em seus quadros pessoas competentes. Coisas assim fazem a gente acreditar na polícia.
Vamos ver como se sairá o Judiciário. É preciso acabar de uma vez por todas com a tradição nefasta de que só existe justiça para os pequenos. Quanto ao time de Bruno, é atingido sem querer por comportamentos de alguns integrantes como Wagner Love, Adriano e agora, o outro. São fatos que não deixam de respingar no time rubro-negro. Resta acompanhar as últimas notícias a respeito do Bruno. Com a queda na própria ratoeira, trocará a fama, a frieza e a carreira de segundo melhor goleiro do Brasil, por uma sala com grades e o título inédito de MONSTRO DO FLAMENGO.




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quarta-feira, 7 de julho de 2010

INICIANDO A LEITURA

INICIANDO A LEITURA
(Clerisvaldo B. Chagas. 8.7.2010)
Minhas primeiras leituras, após os livros escolares, aperfeiçoaram o método. Três tipos de fontes davam a base para aqueles adolescentes que se interes-savam pelo mundo mágico das letras. Sem classificação pela ordem, mas em pé de igualdade pela importância do incentivo para altos graus, tínhamos: livretos infantis, folhetos de cordel e gibis. Os livretos assemelham-se aos de hoje, apresentados nas escolinhas e nas bibliotecas infantis e juvenis. Era importante fazer a leitura com algum tipo de ilustração. Somente depois é que o adolescente começa a ler sem figuras, imaginando seus próprios personagens. Entre os livretos (falo da espessura) estavam os clássicos e imortais. O que incentivava bastante era a leitura de folhetos de cordel, por causa das rimas. Aí a minha tendência poética falava mais alto e eu lia sem parar um após outro. A esses livretos chamávamos romances. Os títulos eram sem fim: João Grilo, Cancão de Fogo, A Peleja de Serrador e Carneiro, O Cachorro dos Mortos, A Índia Neci, A Chegada de Lampião no Céu, O Fantasma do Deserto, Antonio Silvino, A Chegada de Lampião no Inferno, Zé Bico Doce, A Peleja de Severino Pinto e Severino Milanês e mais e mais e muito mais. Os gibis, por sua vez, causavam frisson entre os quase rapazes. Íamos comprá-los, novinhos, cheirosos, lá na Rua Nilo Peçanha. Eles vinham de Maceió na “sopa” que fazia a linha. Mas para não pararmos a leitura, colecionávamos os gibis e saíamos fazendo trocas. Eu possuía muitos gibis e João Soares Neto (João Neto de Zé Urbano) também. João Neto, atualmente é advogado e milita em Santana do Ipanema. Mas, o João Neto de Seu Coaraci, que morava à Rua São Pedro, tinha gibis como nunca vi tantos. Saía com aquele monte no braço, fazendo trocas. João Neto tornou-se médico e atuava em Garanhuns, aonde veio a falecer. Pois bem, esses três tipos de leitura, nos deixavam desasnados e nos empurravam para leituras mais complexas e sem ilustrações.
Nesse momento (de TV, Internet e tantas outras tecnologias) é como se não tivesse melhorado nada. Não foi só uma ou duas vezes em que perguntei em várias salas de aulas de até sessenta alunos, quem tinha lido pelo menos um livro completo no presente ano ou no ano passado. Em cerca de dez, doze turmas, nunca encontrei mais de dois alunos. Sempre alertei para a evasão escolar e o desinteresse. Encontrei, porém, muitas pedagogas de cabo duro. Estamos vendo as confirmações da realidade escolar divulgadas. Isso acaba com o professor honesto que se mata por um salário vil e é chamado atenção quando diz que o aluno não quer nada.
Mas, o que queremos mesmo é mostrar que em uma época tão difícil, essas três coisas simples incentivaram os jovens aos cursos superiores. Felizmente nem tudo está perdido, tem ainda estudantes dedicados, cheios de vontade e que não gosta de perder aula. Mesmo assim, perguntem agora quantos leram pelo menos um livro no primeiro semestre deste ano. O que fazer sem gibi e folheto de cordel, eu não sei, mas é bom que se invente algo atrativo para ir INICIANDO A LEITURA.



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