terça-feira, 20 de julho de 2010

FÃ ARRETADO

FÃ ARRETADO
(Clerisvaldo B. Chagas. 21.7.2010)
Como já foi dito nesse espaço, um fã da cantora Clemilda sou eu. Somente Marinês teve mais fama antes, e virou mito com o título “Marinês e Sua Gente”. Já no ocaso da cantora paraibana (talvez) surge uma voz peculiar, “amundiçada”, agressiva e alegre no mundo nordestino do forró. Clemilda Ferreira da Silva nasceu em Palmeira dos Índios, agreste de Alagoas. Veio de família humilde e nunca pensou em vida artística até o seu importante despertar. Aos 20 anos, a futura cantora foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou de garçonete. Nas horas de lazer frequentava programa de rádio. É interessante que em muitos casos, as pessoas nem suspeitam em que irão se transformar quando sonham com outras coisas tão distantes. Pode ser que a sina esteja perto e camuflada, aguardando somente a hora de agir. Clemilda começou a interessar-se por música nessas ocasiões. Certa feita ela cantou pela 1ª vez na rádio Mayrink Veiga (1965) no programa “Crepúsculo Sertanejo”. Foi ali que a mulher conheceu o sanfoneiro Gerson Filho ─ também alagoano ─ e com ele casaria. Gerson já era famoso e, Clemilda passou a acompanhá-lo como uma espécie de coadjuvante. Gerson Filho fazia muitos shows em Sergipe e assim Clemilda com ele acelerou sua carreira.
A partir de 1967, a cantora começou a gravar seu próprio disco. Em 1985, estourou nas paradas com “Prenda o Tadeu”:

“Seu delegado/ prenda o Tadeu
Ele pegou minha irmã/ e..."

Atuando no rádio e televisão, ganhou o seu 1º disco de ouro em 1985. O 2º disco de ouro veio em 1987. Com a morte do companheiro, em 1994, a cantora deixou de fazer shows. Talvez o saudosismo tenha-me feito lembrar as músicas de Clemilda. A cantora sempre atuou no estado sergipano, mas nunca se esqueceu de cantar Alagoas, terra sempre presente em suas composições. (O leitor bem sabe que não são poucos os que negam as origens). Eu vibrava quando ela estremecia tudo com voz poderosa falando em nosso estado:

(...) Alagoas deu Penedo
Sergipe deu Propriá...

Ou então quando ela manda um recado para Alagoas que estará chegando:

(...) mande avisar a Penedo
Arapiraca e Traipu...

Clemilda sempre foi uma cantora preocupada com os dois estados. Promovia a ambos no seu canto de patativa. Em uma excursão a pé a foz do rio Ipanema, eu cantava pela serra das Porteiras e o eco respondia: “Cuidado com o Tadeuuuuu! Eu, eu, eu, eu...” Sua música estava em pleno auge. (“Ipanema, um rio macho”, livro inédito). Agora desligado do mundo do forró, eu quis saber se a cantora ainda era viva. Descobri essas informações e ainda que a Clemilda apresenta o programa “Forró no Asfalto”, na TV Aperipê de Aracaju.
Um abraço enorme, então, Clemilda, desse FÃ ARRETADO!




Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2010/07/fa-arretado.html

segunda-feira, 19 de julho de 2010

VENDO NAVIOS

VENDO NAVIOS
(Clerisvaldo B. Chagas. 20.7.2010)
Para melhor divulgar, reproduzir, informar, voltamos ao importantíssimo assunto sobre Economia em Alagoas. Para felicidade geral, o estado está inserido no mapa do mundo da indústria naval. Comparando em termos de planeta, essa indústria brasileira já é a 6ª do mundo, ganhando dos Estados Unidos e atrás da China, Coréia, Japão, EU e Índia. Temos 25 estaleiros no país e agora serão instalados mais cinco, distribuídos nos estados da Bahia Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Alagoas. A instalação de um estaleiro significa tantas coisas excelentes para o lugar e região que é quase impossível enumerá-las. O Nordeste que vive correndo atrás de Sudeste, Sul e Centro-Oeste, no desenvolvimento, tem apenas funcionando o estaleiro de SUAPE, em Pernambuco. Agora conquista a felicidade de ganhar mais um na Bahia, outro no Ceará e o terceiro em Alagoas. A Petrobrás mesmo já contratou 195 embarcações. A Venezuela encomendou dez petroleiros aos estaleiros Ilha S.A. (EISA). Parte desse pedido, possivelmente deverá ser feito em Alagoas.
Para que o prezado internauta tenha noção da grandeza desse empreendimento, ele já é considerado o maior do estado. Os números falam alto. O estaleiro EISA será instalado em Coruripe, litoral sul, ocupando uma área de dois milhões m2. O Grupo Synergy estará investindo R$ 1,5 bilhão na construção da nova indústria. Imaginem agora uma perspectiva de geração de 4.500 empregos diretos, somente na 1ª fase do empreendimento. Se para cada emprego direto, tivermos mais cinco indiretos, faça as contas o leitor, do número de beneficiados: nada mais de 22.500 pessoas. Nessas informações de jornal de São Paulo, ainda falam que pesou muito a posição geográfica do nosso estado em relação ao atendimento para o oeste da África. Impressionam ainda outros números. O estaleiro precisará de 10 mil refeições, dia. E, em se tratando de mês, 1.000 conjuntos de uniformes; 500 pares de botas; 1.500 pares de luvas e ainda haverá um processamento de 13 mil toneladas de aço.
Com as fábricas trazidas para Alagoas, no atual governo, mais a indústria naval, não há como se negar um ciclo novo da Economia nesse estado. Antes, apenas quase somente a força egoísta da cana-de-açúcar. Nada sobra para o interior longínquo, nem mesmo (como diz o próprio governador) uma fábrica de picolé. E como o canal do sertão está sendo trabalhado, agricultura e pecuária serão beneficiadas. Mas será que o Sertão só pode produzir feijão, carneiros e cabras? Queremos dizer, somente a agropecuária nos interessa? Enquanto as fábricas povoam Maceió, Marechal Deodoro, Murici, Arapiraca, a específica indústria naval encosta-se a Coruripe. Vão acontecendo os milagres de mares e lagunas.
No Sertão, onde cada um somente cuida da sua turma, estudantes, trabalhadores e outros brasileiros marginalizados sobem nos grandes lajeiros. E, em relação a Coruripe, entre palmas, facheiros e mandacarus, lá de cima ficam a VER NAVIOS.


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2010/07/vendo-navios.html