domingo, 7 de novembro de 2010

CUPIM É DOIDO

CUPIM É DOIDO
(Clerisvaldo B. Chagas, 8 de novembro de 2010)
     Pede-me o amigo e excelente orador, Antonio Sobrinho (Antonio Cupim) que aproveite o Dia Nacional da Cultura e fale sobre Rui Barbosa. Respondo-lhe como o personagem bíblico Elias para Eliseu. Difícil coisa tu pedes. Como resumir numa crônica a grandeza de mais de cem volumes sobre Rui? Entretanto, seja como tu queres.
     Rui Barbosa de Oliveira nasceu em 1849, em Salvador, e morreu aos setenta e três anos. Sua biografia ocupa mais de cem volumes onde estão artigos, discursos, conferências, anotações políticas e muito mais. Era bacharel pela Faculdade de Direito de São Paulo. No início, Rui engajou-se nas eleições diretas e na abolição da escravatura. Foi político no período histórico denominado República Velha. Eleito deputado em 1878, atuou nas reformas do Ensino, Eleitoral e emancipação dos escravos. Foi vice-chefe de governo provisório e assumiu a pasta de Finanças. Aderiu à oposição a Deodoro da Fonseca. E por ter se envolvido na Revolta da Armada, 1893, foi exilado. Voltando do exílio, conseguiu eleger-se Senador em 1895. Durante o governo Rodrigues Alves, Rui Barbosa foi representante do Brasil na 2ª Conferência de Paz de Haia. Pelo seu brilho, recebeu no Brasil o título de “Águia de Haia”. Rui tentou ser presidente em 1910 e 1919, sendo derrotado em ambas as tentativas. Como jornalista, escreveu para diversos jornais. Foi sócio fundador da Academia de Letras, sucedendo a Machado de Assis.
     Falam que Rui Barbosa era pernóstico e tipo orador cacete. Talvez sua obra mais conhecida seja “Orações aos Moços”. Dizem também que na Holanda foi ridicularizado por ser baixinho e cabeçudo. Mas ao defender a tese brasileira de Igualdade Entre as Nações, impressionou o mundo e teria dito depois: “Os melhores perfumes encontram-se nos menores frascos”. Rui Barbosa foi considerado o homem mais inteligente do Brasil. Ainda hoje se compara uma pessoa culta com a expressão: “... É um Rui Barbosa”. No fim da vida Rui ainda foi eleito juiz do Tribunal Internacional de Haia, o mesmo que o ridicularizara. Sua Biografia com mais de cinquenta mil títulos, pertence à Fundação da Casa Rui Barbosa, em sua antiga residência no Rio de Janeiro. Entre os orgulhos baianos Rui Barbosa nunca foi esquecido. É motivo de músicas as mais diferentes assim como de piadas envolvendo a ignorância de muitos. Recentemente em um seriado da televisão, sua figura foi bem representada entre as rodas políticas que discutiam à República. Rui e outros personagens importantes da nossa história, infelizmente continuam esquecidos, primordialmente nos Cursos Médios do País.
     Rui Barbosa, não sei se era, mas Antonio Sobrinho ─ ao pedir para escrever uma crônica sobre o baixinho/gigante ─ CUPIM É DOIDO.


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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DEUS SALVE A AMÉRICA

DEUS SALVE A AMÉRICA
(Clerisvaldo B. Chagas, 5 de novembro de 2010)
     Deu pena vê pela televisão o gestor mais poderoso do mundo. Apenas o corpo esbelto e os modos a John Fitzgerald Kennedy, mas os fios brancos dos cabelos e o sorriso amarelo mostravam um homem abatido. Coisa rara um presidente pacifista no que eles chamam de América e que encantou o mundo durante o período de campanha. Além de pacifista, de estilo diferente, suas origens uniam as torcidas a seu favor em todas as nações de todos os lugares. E o homem que prometeu um país muito melhor, conseguiu algumas façanhas importantes, mas não contava com a crise forte que ameaçava o planeta. Sempre nos perguntávamos como um país tão rico, tão poderoso, fazia com o dinheiro que parecia não acabar jamais. Nem os americanos sabem quanto já gastaram em várias guerras pelo mundo, inclusivas a do Iraque e do Afeganistão. Contam-se as despesas em trilhões de dólares. E de onde vinha essa verba de um país que tudo que consome chega do exterior. As compras que movimentam o mundo e o dinheiro gasto com as guerras contínuas são provenientes de que tipo de olho d’água que não seca nunca? Infelizmente a bomba estouraria em alguma parte do futuro e o futuro foi às mãos de Barack Obama. Sim, é uma honra sem igual ser presidente da maior potência bélica que existe, mas a responsabilidade parece ser ainda maior, principalmente quando as coisas não estão indo bem. Os conflitos sem nexo em que os dirigentes anteriores meteram a nação do norte, com ênfase para o sanguinário Bush, viraram às costas para os problemas internos. Surgiram os males que antes pareciam somente da América Latina. Muitos mendigos as ruas, gente sem casa e sem emprego vagando como fantasmas. E o senhor Bush, foi o último que deu às costas à sua população em momentos cruciais americanos. Somadas as insanidades anteriores que esfacelaram os Estados Unidos, surgiu à crise econômica para complementar os estragos. É nesse momento tão duro que desponta uma liderança negra que pela primeira vez chega à cadeira máxima.
     E como se não bastassem esse dois fatores profundos, agora o homem da paz, Obama, recebe a terceira herança maldita: a derrota de aliados nas urnas. Sendo a oposição de um radicalismo quase fanático, as circunstâncias acabam de encurralar o jovem presidente. Como esse homem poderia apresentar-se à televisão? Sim, foi elegante como sempre, mas o sorriso amarelo revelava uma vontade danada de sumir, desaparecer que é assim que pensamos quando não encontramos saídas. Mas a Providência por certo ouvirá as suas preces nas provações que faz aos bem-intencionados. Vamos observar o comportamento desse país que nunca aceitou a modéstia à dianteira. Um desconhecido capítulo vai redesenhando o xadrez mundial. As grandes potências irão precisar muito dos emergentes. E como eles costumam dizer: DEUS SALVE A AMÉRICA.


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