segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

JUSTINIANO

JUSTINIANO
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de janeiro de 2012





Ao passar pela Praça Bonfim, aqui no Bairro do Poço, em Maceió, sempre olho para a cúpula da igreja, assim com fazia ao sair da fase de criança. O Cine-Plaza, a igreja do Bonfim, a praça enorme, farmácia e as compridas mangueiras dos quintais, dominavam o cotidiano. O ônibus como sinal de progresso ou o romantismo do bonde, ia marcando a Rua Comendador Calaça, onde por trás se viam as barreiras e as faixas móveis e aéreas azuis e encarnadas do antigo e charmoso farol. As missas dominicais sob a cúpula imitativa, ainda não permitia as grandes comparações aos calças curtas. Hoje, vem à tona a basílica de São Pedro e a grandiosidade da igreja de Santa Sofia, em Constantinopla.

O Imperador bizantino Justiniano, teve a coragem de casar com uma atriz e cortesã que animava os espetáculos de Constantinopla. O imperador não ligou muito para a opinião social da época, pois antes de ser coroado, conhecera e se apaixonara por Teodora. A bela cortesã, desejada por todos os poderosos, era também mulher de grande inteligência e personalidade marcante. Ajudou o marido em famosas realizações que ainda hoje brilham para o mundo. No império foram realizadas obras como hospitais, pontes, estradas, aquedutos e palácios. Os destaques do imperador foram, entretanto, a igreja de Santa Sofia e a igreja de São Vital, em Ravena. A igreja de Santa Sofia é o máximo da arquitetura bizantina. Dizem que 10 mil homens trabalharam ali durante cinco anos, entre 532 e 537. Essa construção é ampla e imponente. Sua cúpula chega até aos 56 metros de altura, com 34 metros de diâmetro, o que impressiona tanto quanto o interior da igreja. Todo ele é ornamentado com belos mosaicos, marfins e pedras preciosas. Para melhor ideia, foram utilizadas nessa decoração cerca de 18 toneladas de ouro.

No século XV, essa cidade sede do Império Romano do Oriente, foi finalmente conquistada pelos turcos. Houve várias modificações da igreja pelos conquistadores que praticavam religião diferente. De igreja passou à mesquita, quando foram acrescentadas quatro minaretes (torres de ordem muçulmana). Quanto aos belos mosaicos, eles foram cobertos com grossa camada de cal. Só em nossa época foi procedida à restauração e o prédio, motivo de duas religiões que virou museu. Ainda conhecida como Igreja de Santa Sofia, esse majestoso prédio continua entre as mais belas construções do mundo, sendo alvo das visitas dos que chegam a Turquia. É de se dizer, que Constantino XI, morreu nas ruas da cidade combatendo ao lado das suas tropas.

Olhar a igreja do Bonfim faz lembrar sim, Roma e Bizâncio. De quebra na história, Constantino, Teodora e JUSTINIANO.



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domingo, 29 de janeiro de 2012

FALTA DE VERGONHA

FALTA DE VERGONHA
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de janeiro de 2012
            
            Fica evidente que existe na vida certa cumplicidade dos formadores de opinião quando o alvo é poderoso. Vai-se passando a mão por cima das porcarias por que foi fulano quem disse, foi à entidade xis quem realizou. A pornografia sem freios na Internet possui os seus adeptos, mas se uma voz se alevanta contra, pode parecer cafonice, pessoa desatualizada com o mundo moderno. Talvez por isso, até grandes organizações religiosas ou outras com finalidade de preservar os bons costumes, encontram na covardia uma maneira inglória de calar. Em nome de “não à censura” ou do “tudo pode”, é que vemos hoje até em jornais virtuais importantes pelo nome, dividir sua página entre notícias e apologia ao sexo. É mais fácil para certos profissionais estampar as imundícies degradantes, com notícias de prostitutas de luxo que num passe de mágica ganha destaque na televisão e em outros meios, de que mostrar o seu verdadeiro talento profissional. Parece que o mundo, principalmente o Brasil vai perdendo a batalha em favor dos bons costumes e da preservação da família.

É frustrante, então, quando se pertence a uma organização social ou religiosa de renome, quando se vê os compromissos covardemente encolhidos como cabeça de jabuti, preferindo uma atuação parcial no seu próprio mundo. É como se dissesse “vamos cuidar de nós que somos bem dirigidos e honrados, pois a banda podre que vai crescendo sem barreiras, não pertence a nossa alçada”. Isso representa uma falta de resistência contra o lado fétido da existência que vai contaminando o geral da sociedade até o seio familiar, muitas vezes já sem alicerce nenhum. Sobre a televisão mesmo, é triste constatar a degradação infeliz das edições. Emissoras de conceito como a Globo, por exemplo, apavorada pela concorrência e outras coisas mais que só ela sabe dizer, resolve apelar para a baixaria total, como a mais vulgar das emissoras, a exemplo da prostituição estimulada e explícita do Pedro Bial e seu programa nojento. Alguns programas ainda merecem altos conceitos, mas outros fazem corar a uma família de vergonha ao assistir junta os seus estímulos degradantes.

Temos captados sim, vozes isoladas contra essa fase corrupta dos meios de comunicação, mas vozes que até escondem a identidade com medo do massacre do vulgar. Não existe mais respeito por nada nem por ninguém, num atestado que o “Auto da Compadecida”, está cada vez mais presente e atualizado no meio brasileiro em que vivemos. Nem precisa imitar o Ariano Suassuna da peça de 1955, ela ainda mostra direitinho a omissão de 2012. Uns dizem que é carência de talento, outros falam que a mediocridade é apenas FALTA DE VERGONHA.

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