terça-feira, 8 de maio de 2012

ONDE ELES ESTÃO

ONDE ELES ESTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de maio de 2012

                        Muito interessante e encantadora a reportagem que eu havia assistido na televisão, sobre a resistência de alguns profissionais do passado no Juazeiro do Norte. O tema focava mais o fotógrafo de praça que era chamado também de retratista ou lambe-lambe. Mas ainda foi abordado o xilógrafo, desenhista em madeira, tipo carimbo, para ilustrar capas de folhetos de cordel e mesmo páginas de livros famosos. Curioso o dia a dia desses profissionais que teimam na sobrevivência familiar montados no antigo. Algumas cidades do Nordeste parecem oferecer refúgio para essa resistência romântica, não encontrado esse abrigo no quase total de todas elas. Agora foi a vez de outro  canal de televisão apresentar uma curta, mas eficiente reportagem sobre outros profissionais que resistem ao tempo: o alfaiate e o técnico consertador de máquinas mecânicas como as de escrever e as de fazer contas. Chega a ser comovente a dedicação amorosa por essas profissões. Recife, Caruaru, Juazeiro do Norte vão preservando esses profissionais que possuem tantas histórias acumuladas.
                      E em nossa região, vamos também acusando outros artistas raros ou mesmo extintos que foram indispensáveis nos povoados, vilas e cidades do nosso admirado interior. A mulher que fazia bonecas de pano; a flandreleira que produzia candeeiros; o fladreleiro que mexia com bicas ou calhas de zinco para ajudar o escoamento da água nos telhados; o consertador de sombrinhas e guarda-chuvas; o amolador de facas e tesouras; o consertador de fogão e panelas; o vasculhador de casa e um profissional muito valorizado em início de inverno que era o retelhador. Pelo menos o amolador de facas foi imortalizado por Jackson do Pandeiro:

"La vém, lá vem, o amolador,
Lá vem, lá vem, o amolador...

O aço na roda apitou
E o menino gritou: é o amolador!...

Lá vem, lá vem.. (refrão)

Com seu carrinho de mão
passa o dia todo, pra ganhar o pão

Lá vem... (refrão)

Amola tesoura de mão
faca de cozinha, serrote de pão..."

                  Todas as reportagens acima foram bem dirigidas, impressionando pela nostalgia embutida na própria arte dos autores. Parabéns! é bom saber ONDE ELES ESTÃO.






































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segunda-feira, 7 de maio de 2012

CORISCO, O FILHO E PIRANHAS


CORISCO, O FILHO E PIRANHAS
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de maio de 2012.
(2ª Parte)

           Estrada boa, agradável e bem sinalizada, deixava o passeio mais seguro. Logo chegamos ao entroncamento de Olho d’Água do Casado, mas não entramos na cidade. Deixamos à direita, que leva a Delmiro Gouveia, entramos à esquerda em busca de Piranhas. Vi de longe o bairro Xingó, passamos pelo novo bairro de Piranhas, localizado na chã, bonito e cheio de belos prédios e, descemos a escarpa do desfiladeiro avistando a cidade encantada se banhando no azul paradisíaco do Velho Chico.  O nosso anfitrião Inácio Loiola, foi indicando para visitas a casa da cultura e o museu do lugar. De palestra em palestra, de informações a informações, íamos apontando os lugares que faziam parte da história da cidade e dos episódios cangaceiros. Piranhas estava cada vez mais ornada e atraía turistas de vários municípios, como outrora atraiu, cativou e amarrou o célebre Altemar Dutra em suas ruas enluaradas.  Em breve o trenzinho estará matando saudades dos tempos áureos de Piranhas, levando e trazendo turistas numa extensão de 12 quilômetros, margeando o filé da Natureza.
          Por fim, foi marcada uma segunda viagem entre Silvio Bulhões e Inácio Loiola, para a cidade de Gararu (Sergipe), onde está localizado importante documento que interessa a Bulhões. Dando a boa nova sobre a recuperação do escritor do cangaço, Alcino, Inácio convida o Silvio para a terceira viagem a serra da Jurema, município de Água Branca (Al) local de nascimento de Corisco. Negócio fechado. Foi, então, que fomos conduzidos para um restaurante no cimo do despenhadeiro, onde a famigerada peixada se fez presente. Dali do alto é que o indivíduo tem melhor ideia do que seja o paraíso.
          A comitiva era composta pela estrela Silvio Bulhões, sua esposa dona Lourdes e familiares: Sérgia, Cristino, Karine e Zé Luiz; diretora de Cultura de Santana do Ipanema, Vera Malta; pesquisador e professor Marcello Fausto; escritor Clerisvaldo B. Chagas; deputado e pesquisador Inácio Loiola e seus três amigos também da região. Voltando satisfeito Silvio Bulhões, a comitiva vai pensando nos banhos de Gararu.
          Para completar, recebo foto e notícias de Alcino, através de E-mail do escritor Archimedes Marques. Deus levante aquele exímio escritor do cangaço. Quanto ao convite sobre o lançamento do livro “Lampião o Mata Sete”, em breve confirmarei ou não, Archimedes, a minha presença em sua honrosa festa sergipana.









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