segunda-feira, 28 de maio de 2012

PESCOÇO DE ASSAD




PESCOÇO DE ASSAD
          Clerisvaldo B. Chagas, 28 de maio de 2012.
Crônica nº 782

 A velha ONU que tanto se debateu com problemas do mundo, parece se engasgar com o caso Síria que permanece desafiando os grandes. Todos os aliados europeus ficaram com se fossem dependentes dos Estados Unidos, em todas as brigas em que se metiam. Em qualquer arenga surgida, aparecia o Zico das histórias em quadrinhos, para escudo dos mais simples. Dependeram tanto dele em questões de conflitos bélicos internacionais, que hoje esbarram diante das dificuldades, como a perguntar: “Onde estará o Zico?”. Zico, o maior de todos, o mais corajoso, o machão, tem que ir à frente. Mas agora o personagem central com a crise econômica em que está metido, parece mais cauteloso em enfrentar conflitos que não levam a nada e apenas corroem a sua economia. Sair do Afeganistão é uma ordem possível, mas não de uma só vez para não inflacionar ainda mais a onda de desempregados que tem em casa. Difícil está para o gigante cansado tomar as dores alheias e meter o peito nas frentes de batalhas da Síria. E os outros, que sozinhos nada fazem, ficam apenas aguardando às costas do Zico enfraquecido. O ditador da Síria, sabendo que a ONU não tem condições de invadi-la agora e puxá-lo pelo pescoço comprido, continua massacrando seus irmãos de sangue, matando as centenas e rindo por trás dos cortinados do palácio. Enquanto isso, diz a Folha:
           “Forças do regime de Bashar al Assad e os insurgentes se enfrentaram no começo da manhã em um bairro de Damasco, segundo a oposição, horas antes de o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, viajar para a Síria”.
          “O opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que na capital e periferia aconteceram várias explosões, uma delas contra um veículo das forças da ordem que causou um número indeterminado de feridos”.
         Vai o Kofi Annan, mas ninguém confia mais em nada. Derrubaram uma porção de ditadores do Oriente Médio para o norte africano, mas a feliz ou infeliz crise do dinheiro não deixa mais boi solto se lamber. É assim que o planeta velho vai entrando cada vez mais na incerteza com a influência desse mundo à parte que é a Ásia Seca, Oriente Próximo ou Oriente Médio. O caso do Egito, ponto de equilíbrio na região, também pode ter saído de uma longa ditadura para um futuro votante, cujos candidatos são os mesmos. Mais interrogações que não podem ser respondidas de imediato. Vamos ficar agora com um olho nos juros dos bancos brasileiros e outro no “gansídeo” PESCOÇO DE ASSAD.














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quarta-feira, 23 de maio de 2012

OS TREMORES DE MINAS

OS TREMORES DE MINAS
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de maio de 2012.
 A população urbana tem os benefícios da morada coletiva, porém, os problemas nas cidades grandes são inúmeros, pois as necessidades correm sempre à frente e os benefícios atrás. A compreensão humana ainda é pouca para a boa convivência dos mortais com a natureza. Além da ignorância que impedem melhor qualidade de vida, a ambição desmedida dos tubarões, cooperam para a degradação do meio, além das péssimas administrações públicas que se sucedem. Tantas coisas negativas acumuladas levam quase sempre à solidão e ao desespero dos que habitam na selva de concreto. É o lixo, quedas de barreiras, enchentes, atrasos de coletivos, greves, congestionamentos e tantas outras coisas que parecem eternamente sem soluções. A parte social tanto constrói como destrói partes da natureza que quase sempre reage de forma violenta como burro nervoso escoiceando pelo excesso de carga. As ações do homem, às vezes até com muito boa vontade, pode contribuir para situações futuras de desespero e dor.
           Quando a água da chuva penetra em certos tipos de solo, logo é filtrada, esbarrando no chamado “lençol freático” que não tem profundidade definida. Em alguns lugares essa água pode receber certos minerais e quando é descoberta pelo homem passa a ser chamada de “água mineral”. O homem aprendeu a retirar essa água do subsolo e vender aos habitantes como fonte de saúde. Se chover sempre, essas reservas permanecerão abastecidas. Acontece, porém, que o indivíduo impermeabiliza o solo através do asfalto. A quantidade de água retirada, milhões e milhões de litros, com fins comerciais, não é reposta mais pela filtragem de solo impermeável. Com o tempo, vão ficando espaços vazios onde havia água. O peso dos grandes edifícios e muitas outras coisas terminam pressionando as cavidades que ficaram vazias, provocando um acomodamento que pode ser intenso, abalando a superfície, causando danos de toda a natureza semelhante à terremoto. Foi o caso, tudo indica, dos abalos recentes de Minas Gerais. Esses fenômenos podem acontecer a qualquer momento onde a exploração da água mineral não possui critério, mas também pela exploração de outros tipos de minerais. A região de Maceió onde se exploram as fontes pode apresentar surpresas desagradáveis no futuro, à semelhança de Minas. O caso dos abalos de Caruaru via Rio Grande do Norte, é motivado por outro tipo de fenômeno. Fica para outra ocasião. Pelo exposto, pode ter sido esse ou não, o caso dos TREMORES DE MINAS.




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