A FORÇA DO POVO Clerisvaldo B. Chagas, 13 de setembro de 2012. Crônica Nº 863 Não tem jeito! Nessa época qualquer conversa em ...

A FORÇA DO POVO



A FORÇA DO POVO
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de setembro de 2012.
Crônica Nº 863

Não tem jeito! Nessa época qualquer conversa em rodas de amigos sempre termina em política. Muitas opiniões são divergentes, mas outras bem que se mostram ao agrado de todos. Quase sempre ninguém está satisfeito com o gestor em exercício. A cultura da malícia vem de muito tempo, por isso a nobre arte da política não obedece à ética e nem aos princípios morais dela mesma e das condições humanas e religiosas. O poder corrompe e a ambição estica-se como borracha, pela falta de base sólida familiar e pela ausência quase sempre dos rigores da lei. Colocou-se na cabeça que qualquer problema mais sério, um bom advogado e um juiz venal resolvem. Montado na punição zero, o gestor parece galopar como um imperador na planície do embuste. Quando a pressão popular agiu em muitos casos, ainda conseguiu pegar muitos desses cavaleiros de cabrestos curtos, com as ideias tradicionais dos sem castigos. E mesmo surpreendidos pela “ficha limpa”, visitadores de cadeias, fregueses da polícia federal e conhecedores de processos, mesmo barrados, continuam desesperadamente tentando beber a água inalcançável.
O aperreio em ser desmamado ou a sua possibilidade, está levando quase à loucura muitos ditadores das capitais e das cidades do interior. Pressionados pela banda sadia da Justiça ou pelas reviravoltas dos eleitores, vários modernos coronéis estão com os nervos em pandarecos. Tem o que  traz jogador famoso para pedir voto; o que apela para o último grau da Justiça; o que empurra os filhos em chapas de cidades diferentes; o que chora em carreata com o governador, pelos interiores, e, até mesmo o que falsifica fazendo montagem com pedidos de Lula. São coisas ridículas, tipos palhaçadas, que vão fazendo com que o eleitor moderno divirta-se como nunca diante das cenas bizarras dos palhaços novos. Famosos do riso, como Tiririca, por exemplo, vai perdendo feio nesse recente picadeiro dos aloprados. Ninguém sabe aonde isso tudo vai desaguar, mas o certo é que está sendo iniciada uma reação jurídica e popular, cuja tendência é ser ampliada e amadurecida. O passado e o presente corrupto parecem estar sendo triturados aos poucos. Caso haja uma rasteira nos salários e nas mordomias deles, estaremos muito perto da vitória.
Ninguém duvide, pois, da transição pela qual estamos passando. Não é possível somente grandeza para o diabo. E se Nossa Senhora Aparecida é padroeira dessa terra, com certeza a vitória virá mais hoje, mais amanhã. Muitos asilos de loucos se abrirão para os viciados. Será A FORÇA DO POVO.
*(Estamos também no blog do mendesemendes quando o assunto é cangaço e, todos os dias úteis no blog do sednemmendes. Recomendamos).

QUE COISA! Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2012. Crônica Nº 862 Santana antiga: ao fundo prédio e sobrado do meio da ...

QUE COISA!



QUE COISA!
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2012.
Crônica Nº 862

Santana antiga: ao fundo prédio e sobrado do meio da rua.
As sucessivas administrações municipais ─ por ignorância ou má vontade ─ conseguiram aniquilar parte do patrimônio histórico de Santana do Ipanema, Alagoas. Coube também à sociedade organizada, grande parte da culpa, pela falta de mobilização. A juventude perdeu as referências históricas e, o município vacila nas mãos de calçadores de ruas. Caso algum intelectual saia pela cidade com alguns curiosos, irá somente apontando, repetindo as palavras “ali era... Ali era... Ali era...”. Tudo teve início com a demolição do “prédio do meio da rua” e do “sobrado do meio da rua”, na gestão Ulisses Silva, fato que dividiu opiniões, só. Peças importantes sumiram do museu. A igrejinha de São João, fato histórico e religioso de 1917, ruiu, pelo descaso e abandono, no subúrbio Bebedouro. A “pedra do barco”, Bairro Lajeiro Grande, parte do primeiro documento de Santana, foi destruída, transformada em blocos. A casa do padre Bulhões, na foz do riacho Camoxinga, marco de inúmeros acontecimentos históricos, inclusive cangaço, ruiu e só resta o terreno. O prédio do “Fomento” está uma coisa feia. Foi a sede de uma revolução agrícola no sertão alagoano.
O ponto turístico “Barragem”, no rio Ipanema, foi assoreado.  Tiraram a imagem protegida em redoma e pedestal de Frei Damião, da praça do mesmo nome, para à calçada, para facilitar as ações dos vândalos. O prédio e o espaço da grande história do DNER na cidade foram transformados em garagem e oficina da prefeitura. A “Sede dos Artistas”, clube que tantas alegrias deu aos mais humildes, transformou-se em pó. É bem verdade que passado é passado, mas como haverá futuro sem passado? Santana vai ficando desmemoriada e, pelo menos o livro “Lampião em Alagoas”, trará episódios sobre Santana do Ipanema que essa juventude jamais soube; essa mesma juventude em que parte dela estuda no casarão que foi sede do combate ao cangaço, e não sabe. Escritores criticam cidades sem alma. A alma está nos seus monumentos, na sua história. E cidade sem história é apenas um amontoado de prédios e gente. Não tem documento, não tem identidade, não tem o que dizer. É como pinto filho de chocadeira.
Novo prefeito vem por aí a partir de janeiro. O que resgata ou o que destrói? “Nem só do pão vive o homem”. Cultura também alimenta. Mas QUE COISA!