segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

DATA NOVA



DATA NOVA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de dezembro de 2012.
Crônica Nº 920

Novembro vai se despedindo e a capital entra no clima natalino. Alguns estabelecimentos procuram participar com motivos de final de ano e ornamentam suas fachadas. Muitos economizam sem razão e nada apresentam que indiquem sinal do nascimento de Jesus. Uma decoração, porém, se sobressai mostrando duas ou três figuras do folclore alagoano, sobre o Reisado e o Guerreiro. Enquanto o automóvel roda entre as avenidas da Pajuçara, Jatíuca, Ponta Verde e imediações, o nosso pensamento vai saltando sem fronteiras entre o litoral e o sertão. Ali, a lua branca, redonda, espelha-se nas águas no mar, formando um quadro poético e inspirador para qualquer artista plástico, de passagem. Lá no interior, a seca comendo todas as economias do sertanejo que aguarda as primeiras trovoadas. E as avenidas da orla se apresentam com toda majestade, mesclando a beleza existente com a ornamentação simples de efeito belíssimo no início dessa noite. As atrações artificiais chegam a desviar os olhos dos motoristas para a posteação atrativa. As luzes dos prédios, dos carros, dos postes, da lua, vão formando um ar de nobreza que enleva.
E voltando ao sertão contemplo a quietude da nossa cidade nesse domingo significativo. Espio no computador quase esquecido, os e-mails dos camaradas. Agradeço e me emociono com as mensagens dos que lembraram o meu aniversário. As palavras de conforto e incentivo valem muito e, como se diz por aqui, não há dinheiro que pague. Quando se é jovem, aniversário é convite para rodadas de cervejas, agora são rodadas de bolos e refrigerantes, mais mensagens alusivas. Mais uma etapa encaixada na missão terrena, aprendendo e descobrindo como crianças. Marco de meditação sobre a vida, o que foi realizado e o porvir. Os irmãos convidam para a confraternização familiar entre todas as gerações dos “Braga das Chagas”, tradição que teve início com o tronco Manoel Celestino das Chagas. Realmente uma força de aniversário que pode ser na Praia do Francês ou em outro ponto de Maceió. De qualquer maneira vem chegando o Natal com a ternura de Jesus. Agradecemos ao Criador por mais um dia na Terra e ficamos disponíveis para seus novos planos nesse dia de sagitário. Vamos voltar à rotina depois da DATA NOVA.

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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

TOME GREVE, CAMARADA



TOME GREVE, CAMARADA
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de novembro de 2012
Crônica Nº 919
Maceió hoje amanheceu em greve. Pense, meu amigo, no transtorno causado pela falta de coletivos em toda à capital. A greve dos rodoviários que teve início ontem pela tarde é justificada como para chamar a atenção das autoridades para a violência urbana. Ontem foi assassinado mais um motorista de ônibus em pleno trabalho por um assaltante em serviço. A coisa tá braba nas Alagoas! Protestando contra mais esse ato criminoso, os ônibus foram recolhidos e o número de automóveis nas ruas pareceu dobrar. Não foi fácil chegar ao trabalho no horário previsto, bem como em outros lugares que exigiam a presença do indivíduo. Depois os grevistas resolveram botar os coletivos para rodar a partir de dez horas, aliviando mais um pouco as agruras da população. Pela insegurança no trabalho, motoristas e cobradores tinham mesmo que fazer algum tipo de protesto, mas esse de parar tudo divide opiniões. Espalhados pelos pontos de ônibus, pessoas aguardam um coletivo, mas não sabem da greve. Os vizinhos se juntam combinando o uso de um só carro para três ou quatro colegas. As repartições atrasam os seus despachos e muitos arrancam os cabelos, de raiva.
Voltando à parte da razão dos motoristas, não é possível suportar a violência que ceifa vidas dos companheiros todos os dias. O cidadão sai para trabalhar e não sabe se volta vivo para casa. Trabalhar... E não passear pela orla, pelos barzinhos ou pelos parques da cidade. Alguma coisa deve ser feita com urgência, pois a população, mesmo sofrendo os transtornos temporários da falta de coletivos, entende muito bem sobre a bandidagem que age em Maceió. Todos os lugares são perigosos, inclusive alguns consultórios médicos que só atendem na base da chave, corrente e cadeado. No recente episódio em que soldados cacetaram uns malandros na rua, houve muita discussão por causa disso. Os que eram a favor dos direitos humanos recebiam piadas como esta: “Tá com peninha dos anjinhos, leve-os para a sua casa”. Às vezes a própria população quer linchar o sujeito, quando tem oportunidade. A guerra entre sociedade e marginais está feia. A polícia parece perder as sucessivas batalhas com o mundo do crime.
O povo continua com medo e muita gente já não sai de casa. Para onde estamos indo? Quando a violência não vem através das drogas e dos assaltos, vem na prepotência cultural dos herdeiros do poder. TOME GREVE, CAMARADA.

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