domingo, 26 de janeiro de 2014

UMA NOITE NO MEIO



UMA NOITE NO MEIO
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de janeiro de 2014.
Crônica Nº 1128

(Foto: assessoria).
Mais uma vez é divulgado um grande investimento para Alagoas. Como os alagoanos ainda estão desconfiados com anúncios que não se concretizam e outros inverídicos ficamos olhando para o burro branco de manhas mil. Quando Pernambuco ganhou sua refinaria de petróleo, ficamos a ver navios. Sabemos que estados menores sofrem com a disputa com os maiores, inclusive onde estão situadas as três maiores capitais do Nordeste. Isso, entretanto, não deveria ser motivo de complexo. O que houve até agora, não foi a pequenez física do estado quem bloqueou o progresso e sim a pequenez dos seus dirigentes através do tempo. Uma política mesquinha do poder pelo poder, da vaidade pela vaidade, da ambição pelo fácil enriquecimento, gerou a política do umbigo. A população está cansada, extenuada, enojada, com os mesmo nomes que se perpetuam até mesmo com os que estão caindo os dentes.
Diz a Agência Alagoas, em matéria publicada no dia 24 de janeiro que “Empresa garante instalação de refinaria de petróleo em Alagoas”. Continua a manchete dizendo que o “Empreendimento será instalado em Marechal Deodoro e vai gerar 250 empregos”.
Diz ainda a matéria que executivos da RefBrasil estiveram na Seplande para confirmar a instalação.A refinaria vai gerar 250 empregos, entre diretos e indiretos, e contará com investimentos de aproximadamente R$ 120 milhões. Na oportunidade, o diretor financeiro da Ref Brasil, Luiz Henrique Correa, tratou sobre o projeto para a solicitação de incentivos fiscais, creditícios e locacionais, concedidos através do Programa do Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas (Prodesin). Luiz Henrique Correa explicou que a refinaria de Alagoas produzirá gasolina, óleo diesel e óleo combustível, assim como nos outros três novos empreendimentos da Ref Brasil, que serão instalados nos estados do Espírito Santo, Sergipe e Ceará”.
A empresa trabalha com a perspectiva de iniciar as obras de construção da fábrica, que terá uma área total de 100 mil m², já no segundo semestre de 2014”.
Como são pessoas de fora que estão dando a palavra... Mas que o gato está escaldado está. Nada como um dia atrás do outro e UMA NOITE NO MEIO.


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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

É IRMÃO DELA



É IRMÃO DELA
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de janeiro de 2014
Crônica Nº 1127
Cachaça, Branquinha, Caninha, Moça Branca, Cana, Marvada, Pinga e outras denominações populares, elevaram o destilado de cana-de-açúcar ao primeiro lugar entre as bebidas brasileiras. Quem bebe muito, é chamado de cachaceiro, ébrio, pinguço e outras denominações nos mais variados recantos da pátria amada. Bebe-se a “marvada” limpinha, com laranja, com o caju, com torreiro, com buchada, queijo e até sopa. Dizem que ela serve para lembrar, esquentar, “espaiar” o sangue, criar coragem, pegar boi no mato, matar gente e fazer caipirinha. Uns falam que a “bicha é boa que só a gota serena”, outros “que é ruim que só a bexiga”. Um sujeito comentava que “foi o cão quem a inventou”. 
E assim, muitos desfilaram com ela rumo ao cemitério, juntamente com o companheiro inseparável, cujo nome era cigarro. Uns bebem a dose de uma só vez, estalam os dedos no ar e não cospem. Outros cospem no pé do balcão. Alguns não bebem toda, deixa um pouco para o santo. Tem os que choram quando bebem, os que ficam ricos, os que viram valentes. E o engenho moendo... E o engenho moendo.
O engraçado bebe e fala suas loas:

“A cachaça é moça branca
Filha do pardo trigueiro
Quem bebe muita cachaça
Não pode juntar dinheiro”.

O que só sabe loa torta apela parodiando

“A cachaça é moça branca
Filha dos seiscentos diabo
Tu que sobe pra cabeça, peste!
Por que não desce pra o rabo?...”

Dizem que para testar a memória de Camões, um indivíduo teria perguntado a ele qual a coisa mais gostosa do mundo e ele teria respondido: o ovo. Um ano depois o mesmo indivíduo encontrou-o na rua e gritou de lá: “Com que Camões?” E ele teria respondido sem pestanejar: “Com sal”.
Encontrando com um amigo, regenerado da cachaça há quinze anos, mostrei a ele um caju, grande, vermelho e brilhante, sem dizer-lhe absolutamente nada. Ele colocou brilho nos olhos, não sei se foi de saudade ou de vitória e murmurou: É IRMÃO DELA!







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