quinta-feira, 13 de março de 2014

O CAVALO DE ZÈ VEADO



O CAVALO DE ZÉ VEADO
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de março de 2014.
Crônica Nº 1152

Imagem: (climais.com.br)
Não sei bem em que parte da zona rural morava o cavaleiro. Faz bastante tempo do exibicionismo montado que acontecia na Rua Antônio Tavares, a primeira de Santana do Ipanema, Alagoas. Via sem calçamento, empoeirada, ainda com o nome popular inicial de Rua do Sebo, era palco de todas as passagens, aos sábados, dia de feira-livre. Pela manhã, parte dos que chegavam do campo e, à tarde, dos que retornavam. Muitos nos seus cavalos baixeiros pegando parelha rua afora, lembro apenas que Zé Veado era amigo do casal José Urbano e Dona Florzinha, antigos moradores  da rua. E ser amigos de exímios cavaleiros era sinal de prestígio, quando havia ainda raríssimos automóveis no reino dos animais. Pois, Zé Veado e mais alguns, mostravam a todos os habitantes do lugar como era importante seu cavalo que julgava o melhor de todos.
Também aos sábados, havia outro cavaleiro que costumava apresentar-se nas imediações das casas comerciais Ideal, Rainha do Norte, armazém do senhor Marinho Rodrigues, barbearia do Nésio e Casas Lima. Diziam que o cavalo era ensinado. O dono mandava o animal dançar, deitar, ajoelhar, levantar e mais um bocado de coisas que chamavam a atenção dos passantes. Essas apresentações eram muito boas, mas não representavam as corridas dos cavalos esquipadores que varavam a Rua Antônio Tavares.
Certa feita, um grupo de moradores da via conversava sobre determinado político, cuja insatisfação estava na boca de todos. Foi aí que um marceneiro adiantou-se, fechou a mão e apontou para o solo dizendo em referência ao político dirigente estadual: “Ele não vale a metade da metade do cavalo de Zé Veado”.
Estamos vivendo uma nova era, onde o progresso representa muito para a nossa sociedade. Enquanto a tecnologia avança sem parar, infelizmente a mentalidade humana esbarra nos mesmos defeitos do passado. O sujeito conta com a choradeira e a mentira sobre sua personalidade, elege-se e vai governar um território com a cabeça medieval. Torna-se filhote de ditador e algoz de servidores estaduais montado numa equipe tão malévola quanto o próprio. Apesar de épocas tão distintas não deixa de aparecer a alma do marceneiro para repetir: “Não vale a metade da metade do CAVALO DE ZÉ VEADO".


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quarta-feira, 12 de março de 2014

OURO BRANCO



OURO BRANCO       
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2014.
Crônica nº 1151

Imagem: ufal.edu.br
Ouro Branco é uma cidade sertaneja alagoana e também faz fronteira com Pernambuco. O início como povoado vai para 1830, mas somente em 1881 foi ali construída uma capela de pedra que começou a atrair a vizinhança. Um fazendeiro vindo de Minas Gerais deu o nome do lugar como Olho D’Água do Cajueiro, por haver uma fonte sob um cajueiro nas terras por ele compradas. O fazendeiro, chamado Domingos Gomes, escolheu Santo Antônio como padroeiro e o lugar foi prosperando passando a povoado. Retornando a Minas Gerais, o fazendeiro deixou o seu filho Francisco Gomes naquelas terras que impulsionou o progresso e passou a chamar o lugarejo de Olho D’Água do Chicão. Em 1901, o Olho D’Água do Chicão, também conhecido simplesmente como Chicão, passou a condição de vila. Após 1918, passou a receber ataques de Virgulino Ferreira que atuava no bando de Antônio Porcino e se preparava para ser o futuro Lampião.
Quando chegou por ali, mais ou menos nessa época, o comerciante Antonio Jiló de Campos, sugeriu que a localidade fosse denominada de Ouro Branco, por causa das alvuras das plantações de algodão naquelas terras arenosas.
Nas andanças costumeiras de Virgolino pelo Chicão, ainda como cabra dos Porcino, chegou a defender o comerciante Jiló de possível calote dos parceiros de bando.
Em 1962, através da Lei 2.445, Ouro Branco foi desmembrado do município de Santana do Ipanema.
Estudiosos da Geologia têm procurado investigar o relevo da região, principalmente focando em dois pontos atrativos: a pedra da Capelinha e o Lajedo Grande.
De 01 a 13 de junho é realizada a festa do padroeiro e a emancipação política também em junho.
A cidade muito se expandiu nas últimas décadas, atraindo visitantes pelo seu aspecto alegre e acolhimento da sua gente. Vale a pena visitar no alto sertão das Alagoas a cidade de OURO BRANCO.


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