terça-feira, 15 de abril de 2014

E AGORA, HAMURABI?



E AGORA, HAMURABI?
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de abril de 2014
Crônica Nº 1169

Diante da situação em que estamos vivendo, principalmente no Brasil, vem à mente a História Geral e um esforçado professor da minha terra. Costumava o professor falar sobre o Código de Hamurabi, personagem que governou o I Império Babilônico. Foi esse o primeiro conjunto de leis escritas dos povos do Oriente. Aconteceu que em 1902, pesquisadores encontraram no Irã, restos de um monumento de pedra em que estava escrito o Código de Hamurabi. Claro que essa descoberta veio acompanhada de diversas informações sobre os povos da Mesopotâmia, suas leis, modo de vida, hábitos e mesmo atividades do trabalho. Podemos, então, notar algumas leis do Código de Hamurabi e fazer um comparativo entre os tempos chamados bárbaros e o civilizado de hoje, cujas páginas da Imprensa brasileira estão cobertas de sangue:
Ø  Se o homem cegou o olho de um homem livre, seu próprio será cego.
Ø  Se cegou o olho de um escravo ou quebrou-lhe um osso, pagará metade do seu valor.
Ø  Se uma taberneira, em cuja casa se reuniram malfeitores, não prendeu esse malfeitores e não os conduziu ao palácio: essa taberneira será morta.
Ø  Se um homem tiver arrancado os dentes de um homem de sua categoria, os seus próprios dentes serão arrancados.
Ø  Se um médico tratou, com faca de metal, a ferida grave de um homem e lhe causou a morte ou lhe inutilizou o olho, as suas mãos serão cortadas.
Ø  Se um filho bateu em seu pai, cortarão sua mão.
Ø  Se um construtor fizer uma casa e esta não for sólida e caindo matar o dono, este construtor será morto.
Ø  Se causou a morte do filho do dono da casa: matarão o filho desse construtor.
Ø  Se causou a morte de um escravo do dono da casa: ele dará ao dono da casa um escravo equivalente.
Ø  Se causou a perda de bens móveis: compensarão tudo que fez perder. Além disso, porque não fortificou a casa que construiu e ela caiu, deverá reconstruir a casa que caiu com seus próprios recursos.
Diante do que vimos, qual a sua opinião? E se o dirigente babilônico voltasse à vida no Brasil, estudasse a violência e a impunidade, o que diria? Talvez só quem pudesse responder fosse o próprio reencarnado, não é isso, compadre? E AGORA HAMURABI?

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segunda-feira, 14 de abril de 2014

D. PEDRO I, GLÓRIAS E MALES



D. PEDRO I, GLÓRIAS E MALES
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de abril de 2014
Crônica Nº 1168

Vamos para os 180 anos da morte do Imperador do Brasil D. Pedro I, de tantas peripécias. O filho de D. João VI governou o Brasil como imperador desde o famoso Grito do Ipiranga, 7 de setembro de 1822 até o dia 7 de abril de 1831. Nesta data, Pedro renunciou em favor do seu filho, o futuro D. Pedro II, e partiu para a Europa.
 D. Pedro veio a falecer em 24 de setembro de 1834 com apenas 36 anos, depois de intensas lutas na península Ibérica. Era assistido sempre pelo seu médico particular Dr. João Fernandes Tavares (1795-1874), que emitiu o seu atestado de óbito e fez a autópsia. Dr. João Tavares, deixou escrito detalhadamente à saúde do ex-imperador do Brasil, o que o afasta da suspeita de ter envenenado o seu paciente.
D. Pedro sofria do fígado e tinha problemas nos rins. Passou por 36 graves quedas equestres, destacando-se uma em 1823 e outra em 1829. Nesta, fraturou costelas e perfurou o pulmão. Além disso, era epiléptico e não escondia esse mal de ninguém. Já perto de morrer, pelas dificuldades da guerra que empreendia, tinha bronquite, febre e tosse com sangue, sintomas da tuberculose.
D. Pedro faleceu no palácio de Queluz, arredores de Lisboa, no mesmo quarto onde havia nascido. Havia pedido para ser sepultado como general e não como rei. Seu coração foi retirado, embalsamado (como era seu desejo) e levado para a igreja da Lapa, na cidade do Porto, onde ficou dentro de uma urna.
Em 1972, seus restos mortais foram transladados para o Monumento Ipiranga, em São Paulo.
Em 2012, a arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel exumou os restos mortais de D. Pedro I para o Museu de Arqueologia da USP.
*Extraído e adaptado: Revista de História da Biblioteca Nacional, 9 (101): 18-26, fev. 2014.

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