domingo, 3 de agosto de 2014

O SONHO DO PADRE CÍCERO




O SONHO DO PADRE CÍCERO
(Padre Cícero (I) série de 4 crônicas)
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de agosto de 2014
Crônica Nº 1.232

Juazeiro do Norte, antiga. (Foto: Portal do Juazeiro).
Juazeiro, antigas. (Fotos: Portal do Juazeiro).
Após a sua ordenação, o novo padre permaneceu no Crato, aguardando o seu destino. Convidado para visitar um lugarejo chamado Juazeiro, pelo professor Simeão Correia de Macedo, o padre celebrou ali a missa do galo no Natal de 1871. Os habitantes dos ermos do Cariri ficaram impressionados com aquele jovem de 28 anos, olhos azuis, cabelos louros e voz melodiosa. A empatia também atingiu Cícero que, poucos meses depois, em 11 de abril de 1872, estava de volta com família e bagagem disposto a fixar residência no lugar.
Naquele lugarejo o padre, certa feita, fora descansar após um dia inteiro de confissões. O descanso fora num quarto contíguo à sala de aulas da escolinha onde improvisaram seu alojamento. Ao pegar no sono, Cícero teria tido uma visão que, depois, contada por ele, passou a fazer parte de vários livros a seu respeito. Viu Jesus Cristo e os doze apóstolos na mesma disposição da pintura “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci. “De repente entra uma multidão carregando suas trouxas como os retirantes nordestinos. Cristo vira-se para aquele povo e fala sobre sua decepção com a humanidade, mas disse estar disposto ainda a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Porém, se os homens não se arrependessem depressa, Ele acabaria com tudo de uma vez. Naquele momento, Ele apontou para os pobres e, voltando-se inesperadamente ordenou: ─ E você, padre Cícero, tome conta deles!” Alguns livros falam que foi por essa razão que o padre resolvera fixar-se por ali.
O minúsculo arraial de casas de taipa tinha uma pequena capela erigida em honra a Nossa Senhora das Dores, padroeira do lugar, pelo primeiro capelão, padre Pedro Ribeiro de Carvalho. Cícero, com a cooperação geral, procurou melhorar o aspecto daquele templo.
O padre soube conquistar o povo com visitas, conselhos e pregações além de moralizar os costumes acabando com excesso de bebedeiras e com a prostituição.
Após essas iniciativas nunca vistas antes, muita gente vinha das redondezas para conhecer o novo capelão e ficavam morando por ali.
Cícero convocou, então, mulheres solteiras e viúvas e organizou uma irmandade leiga formada por beatas.
Ainda não havia acontecido o célebre milagre da hóstia.
O padre nascera em 24 de março de 1844 e se ordenara em 30 de novembro de 1870.
* Continua amanhã.





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quinta-feira, 31 de julho de 2014

MIGRAÇÕES INTERNAS BRASILEIRAS



MIGRAÇÕES INTERNAS BRASILEIRAS
Clerisvaldo B. Chagas, 1º de agosto de 2014.
Crônica Nº 1.231
Fatores econômicos e sociais mobilizam pessoas dentro do território nacional. Esses fluxos migratórios já ocorreram em várias direções conforme as atividades produtivas, em fases brasileiras. Assim tivemos a fase econômica da cana-de-açúcar, no Nordeste; a expansão da pecuária no Sul; mineração em Minas gerais e no Centro-Oeste; o surto da borracha, na região Norte; a produção do café na região Sudeste, entre outras, ao longo da nossa história.
Em torno de 1930, a industrialização passou a atrair pessoas, destacando as migrações rural-urbanas, denominadas êxodo rural quando acontecia em grande volume e também as migrações de uma região para outra, como aconteceu com os nordestinos rumo ao Sudeste.
As migrações foram apresentando novas facetas, sempre acompanhadas pelos pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ─ IBGE.
Atualmente um novo quadro se apresenta com as migrações em massa rareando em direção a São Paulo e Rio de Janeiro. Os inúmeros problemas dos grandes centros urbanos e a descontração industrial, não atraem migrantes como em outras décadas.
O Nordeste, o maior emigrante de outrora, agora recebe imigrantes, muitos retornando de São Paulo em procura de oportunidades na região de origem. O Censo de 2010 mostra o Nordeste como a única região de saldo positivo em relação aos migrantes. Os estudiosos mostram que as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, permaneceram praticamente estáveis.  Já o próprio Sudeste, antes grande centro receptor passa a ser a grande exportadora de gente, na primeira década do século XXI.
Entre os problemas do Sudeste, está o esgotamento do emprego, a carestia dos terrenos, a mobilização urbana, o racismo, entre outros, como o surpreendente problema atual da falta d’água na própria capital paulista e em vários centros importantes.
Muito ainda se tem para se falar sobre esse novo Nordeste que teve um crescimento econômico muito maior do que o restante do país. Será que a região poderá transformar-se em rica e poderosa como um todo? Só o futuro dirá. Pelo menos faço com toda a dedicação possível a minha parte... E a sua? ORGULHO EM SER NORDESTINO E SERTANEJO.



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