quarta-feira, 18 de março de 2015

SENADOR



SENADOR
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de março 2015
Crônica Nº 1.389

CIDADE DE SENADOR RUI PALMEIRA.  Foto: (divulgação).
Pelas calçadas ruas de Senador Rui Palmeira, não se tem como não se lançar um olhar crítico à falta de interesse e estratégia desenvolvimentista da cidade polo de Santana do Ipanema, na época. A inércia, o sono eterno, o acomodamento umbilical, deixaram escapar a oportunidade de asfaltar o município de Senador a Santana do Ipanema, pela grande região de Olho d’Água do Amaro, um dos trechos da zona rural mais rico de Santana. O sertão continua assim, com um desinteresse generalizado pelo desenvolvimento coletivo, com os dirigentes encastelados nos seus próprios feudos. Um sertão enfraquecido politicamente que a única coisa que reivindica, mesmo assim no individual, é o carro-pipa quando o homem do campo já não aguenta mais.
Senador é um município que pertenceu a Santana do Ipanema e tem uma área, aproximada de 359,667 km2.  Originou-se de uma fábrica de corda de caroá, matéria-prima abundante naquele momento, típica do semiárido nordestino. A fábrica foi implantada por Antônio Afonso de Melo, vindo de Palmeira dos Índios, em torno de 1940. Com a instalação da fábrica, o lugar passou a ser chamado de Usina. No momento havia apenas alguns casebres de taipa pertencentes aos funcionários da fábrica. Cinco anos depois, foi instalado um alambique para produção e venda de cachaça, pelo cidadão José Rodrigues Fontes.
A característica principal desse futuro município foi a sua feira-livre iniciada mais ou menos em 1943 que se expandiu e, nos anos 60 atingiu o clímax, rivalizando com a feira da sede, cujo carro-chefe era o negócio do feijão. Inúmeras carretas do país inteiro movimentavam a grande, pujante e crescente feira do lugar, cuja denominação já era de Riacho Grande.
Emancipado de Santana do Ipanema com o novo título de Senador Rui Palmeira, o município ganhou asfalto, por outro trecho, deixando Olho d’Água do Amaro, Campo de Aviação, Várzea da Ema, João Gomes e inúmeros outros sítios santanenses “a ver navios”, isto é, poeira. O intercâmbio intensivo com esse município que despejava dinheiro em Santana foi canalizado para outras cidades beneficiadas pelo asfalto. Mais uma vez a inércia venceu a boa vontade.
A propósito, quem nasce na progressista cidade do Alto Sertão alagoano é conhecido como rui-palmeirense. Por lá vai passando o Canal do Sertão que até nisso Santana perdeu.


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segunda-feira, 16 de março de 2015

VERGONHA NA CARA



VERGONHA NA CARA
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de março de 2015
Crônica Nº 1.388
Foto: (oradarsindical.com.br).

Na minha terra, o Tribunal do Júri funcionava no antigo “sobrado do meio da rua”. Um sujeito fora a julgamento porque matara outro de uma surra. Com o prédio de 1º andar lotado, a defesa feita pelo Dr. João Yoyô Filho (depois juiz) argumentava que o réu não havia matado a vítima de uma pisa. A sova havia sido aplicada apenas com um simples cipozinho de catingueira (árvore nativa da caatinga). Isso foi bastante para que o funcionário do Banco do Brasil, João Farias, de pé junto a mim, na plateia, falasse para a turma de trás: “Você já viu catingueira dá cipó, seu coisa!...”.

O Brasil fica estarrecido quando um citado como suspeito de corrupção ataca a autoridade que o aponta a ser investigado. Foi o caso do ilustre presidente da Câmara, representante do povo Eduardo Cunha. O mesmo homem que requisita o meu dinheiro e o do povo para passear com a esposa por onde quiser. Uma imoralidade sem tamanho. O povo é quem precisa do salário de Cunha e suas mordomias, para passear. Um homem de bem, quando está para ser investigado afirma “Sim senhor, pois não, como posso ajudar nessa investigação?”, principalmente se for homem público. O arrogante parlamentar, com a mesma empáfia de Chavez, chama de piada e continua a debochar do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot  M. de Barros.  Onde existe isso no mundo? E agora, com a maior cara de pau, afirma que não têm corruptos no Legislativo. Uma desmoralização ao povo, às autoridades e ao Brasil!  E ainda é aplaudido por meia dúzia de bonecos iguais a ele. Uma cuspida na cara de todos.
Ontem na televisão, em entrevista, o senhor João Pedro Stédile, coordenador do movimento dos trabalhadores sem terra, manda que o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar (Mendes) tenha vergonha na cara. Vejam só! Um cabrinha qualquer mandar um Ministro ter vergonha na cara. É ou não é fim de mundo!?
As autoridades não se respeitam mais e a cúpula da Justiça parece temer prender alguém por desacato à autoridade. É uma falta de respeito generalizada entre deputados e senadores, ansiosos por outro 1964.
Acho mesmo que o que está faltando para deputados e senadores safados é um Lampião virado na peste e um simples cipozinho de catingueira.

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