segunda-feira, 1 de junho de 2015

59 ANOS DE RODOVIA EM ALAGOAS



59 ANOS DE RODOVIA EM ALAGOAS
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2015
Crônica Nº 1.433

ANTES ERA TREM. Foto: (alagoastempo.com.br).
Completamos 59 anos da primeira rodovia asfáltica de Alagoas. Foi no dia 29 de janeiro de 1956 quando aconteceu a inauguração do trecho Palmeira dos Índios – Maceió, ainda no governo estadual de Arnon de Mello. A citada rodovia pegava os limites do Sertão/Agreste, Zona da Mata e litoral. Isso representou um marco e tanto no desenvolvimento do estado e um suspiro de alívio profundo para os habitantes do sertão extremo. Pelo menos se excluía a metade do sofrimento de viagens longas até a capital. A metade porque a banda oeste ainda teria de enfrentar a lama, a poeira, atoleiros e catabis até encostar-se à “Princesa do Agreste”, Palmeira dos Índios, oásis dos viajantes sertanejos.
Nos anos 70 e 80 já estavam definidos os pontos de paradas que os interioranos empreendiam até Maceió, em carro pequeno. Palmeira estava fora, e resumiam-se em três os lugares do desjejum. O primeiro era na “Cabeça d’Anta”, entre Palmeira dos Índios e Belém, lugar de terras férteis, barro vermelho e pomares. Era a parada da fruta, onde à margem direita da BR-316 havia uma pequena construção repleta de frutos, sendo o coco verde o carro-chefe mais um engenho manual para caldo de cana. Os automóveis faziam fila no acostamento. Ainda hoje a pequena construção existe, sem as vendas.
A segunda parada ficava após Maribondo, nas curvas de sopé de montanhas, de nome Salgado, lugar de águas excelentes. Era um bom café da manhã. Atualmente a casa de varanda ainda resiste, quase em ruínas.
DEPOIS O ASFALTO. Foto: (agenciaras.al.gov.br).
A terceira parada, para quem queria café reforçado era no sítio Corumbá, perto de Atalaia, onde havia um restaurante à margem direita e, um tipo de macaxeira chamada macaxeira ouro (tinha essa cor), muito saborosa. Mas, como os outros marcos, pelo menos ainda resta à construção azul para os que não apagaram da lembrança
Para quem ia a Maceió nos antigos ônibus da Companhia Progresso, de motor à frente, a parada se dava em Maribondo na “Churrascaria Brasília”, de um italiano, repleta de pensamentos escritos nas paredes.
E antes? Ah, sim! E antes? Pesquise, pesquisador.




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domingo, 31 de maio de 2015

HISTORIANDO OS ALFAIATES



HISTORIANDO OS ALFAIATES
Clerisvaldo B. Chagas, 1º de junho de 2015
Crônica Nº 1.432

Beco São Sebastião, influência da igrejinha da esquina. Foto: (Clerisvaldo).

O livro “O boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema”, também traz a história dos alfaiates, barbeiros, ferreiros, canoeiros, sapateiros e cabarés de Santana. Não é nada demais dizer, porém, que no sábado passado, feira da cidade, estivemos com o último dos remanescentes alfaiates em Santana. Conversamos muito. Gilson Saraiva, o homem que disputava cabeleira conosco em 1960 (modismo) e bom num taboleiro de "dama", trabalha no famoso beco do comércio de Santana do Ipanema, São Sebastião. O Beco de São Sebastião fica entre a Rua do Comércio e a Rua Professor Enéas, alguns metros para o leito do rio Ipanema. O beco era famoso quando nas festas do mês de julho de Senhora Santana, formava a via principal para o motel em área livre do rio, ocasião em que os casais procuravam as pedras e areias do leito seco.
Beco de São Sebastião por causa da igrejinha particular da família Rocha, dedicada ao santo, construída na esquina, aproximadamente, em 1915.

Parcial de Santana em dia de feira. Foto: (Clerisvaldo).
Gilson Alfaiate nos falou que o Walter Alcântara ainda era vivo, possuindo serralharia no Bairro Domingos Acácio onde para lá se desloca a pé todos os santos dias com seus mais de oitenta anos.
Walter Alcântara era proprietário da “Alfaiataria Nova Aurora” (abaixo do Beco São Sebastião) com mais de dez funcionários e dominava a região nesse ramo interessante, nas décadas 50-60. Inúmeros foram os discípulos de Walter e que depois se tornaram profissionais independentes, entre eles Gilson Saraiva, Carlos Sabão, Juca Alfaiate e Demerval Pontes, amplamente conhecidos.
Nunca sequer dei um bom-dia ao Walter Alcântara, pois era apenas um garoto que passava para as aulas de “Admissão ao Ginásio”, por sua Alfaiataria, em direção à escola de dona Helena Oliveira na calçada alta da Ponte do Padre. Ali me encontrava com os colegas Neubes, Serrinha Negra, Arquimedes, Demóstenes, Edson Caveirão, Zé Vieira, Galego Bigula, entre outros que não me veem mais à memória.
A “Alfaiataria Nova Aurora” faz parte da história de Santana registrada por mim (único registro). Mesmo assim acho que o Walter nem me conhece, apesar de ter sido colega de repartição da sua virtuosa e educadíssima esposa Léa Malta. A timidez de um garoto não permitia conversar com os mais velhos. Talvez eu vá a sua serralharia para colher mais subsídios sobre a nossa terra e conversar com o homem elegante que marcou época em Santana do Ipanema, cujo pai, foi compadre do meu.

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