quarta-feira, 29 de julho de 2015

A SANTA, O URUBU E O ESPAÇO



A SANTA, O URUBU E O ESPAÇO
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2015
Crônica Nº 1.463
OBRAS NO LARGO PONTE DO URUBU. Foto: (Clerisvaldo/arquivo).

Há muitos anos, em várias gestões municipais, a parte profana da festa da padroeira sempre irritou condutores de veículos e pedestres. Os famosos parques de diversões que tanto alegram crianças e até mesmo adultos, ocupavam toda a dimensão do comércio, tornando o centro de Santana do Ipanema, um verdadeiro inferno. Há décadas que a cidade não move uma palha em busca de novas alternativas para circulação de pessoas e máquinas. Nem uma rua nova no centro, nenhum beco, nenhuma alameda, nenhuma ponte, nenhum viaduto...  Nada, absolutamente, nada que possa aliviar um pouco as agruras que o trânsito proporciona.
Este mês de julho, porém, o milagre aguardado por mais de vinte anos, finalmente surgiu. Não um milagrão completo, perfeito, simétrico, arestas polidas de bom acabamento. Um milagre ainda torto, capenga de perna de pau, mas ainda assim um bom milagre. É que a gestão municipal resolveu realizar os festejos profanos de Senhora Santana, sem os transtornos eternos dos anos anteriores. Todos os parques e muitas outras atividades deixaram de obstruir as avenidas e ruas centrais, quando ocuparam pela primeira vez um largo por trás do comércio, cortado pelo riacho Camoxinga, afluente do rio Ipanema. Pelo início de obras e depois pelo abandono total com uma ponte sem cabeças, foi o largo apelidado pelo povo de “Ponte do Urubu”. O trecho cortado pelo riacho há muito virou esgoto a céu aberto, com largura considerável. Mesmo assim foi a melhor solução que já houve até o momento.
Existe unanimidade na beleza de como ficou o lugar da festa, inclusive cabendo naquele espaço, jurado e apanhado, tudo que pode abrilhantar essa ala popular da santa avó do Cristo. Mesmo sem cobertura móvel e de concreto sobre o canal do afluente; sem jardim, sem banco, sem praça e sem asfalto, correligionários e adversários do professor Mário Silva falam que finalmente o prefeito marcou um tento.
Esperamos que os elogios da populaça faça com que o gestor execute todas as obras que têm que ser feitas no futuro Parque Asa Branca, pois a santa e o espaço realçam a boa festa, mas urubu não combina muito com o Largo, a não ser com o tiroteio que houve pela vizinhança do Bairro Artur Morais, o mais perigoso de Santana.

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terça-feira, 28 de julho de 2015

É DE SE CHORAR



É DE SE CHORAR
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de julho de 2015
Crônica Nº 1.462

EDIFÍCIO PALMARES. Foto: (Janylle Bezerra).
Falamos já sobre os antigos prédios de Maceió e do Recife, notadamente, dos que estão localizados no comércio. Mas, sobre os prédios antigos mesmo, inclusive a situação de abandono e risco. Poucos dias depois, houve o incêndio em loja comercial famosa do centro de Maceió e logo após, a depredação do miolo do Edifício Palmares.
Parece mentira o absurdo de uma repartição nacional deixar que um prédio ainda da década de 60, situado em uma das áreas mais nobre e valorizadas da capital chegar ao ponto em que chegou o Edifício Palmares. Edifício muito bonito, por sinal, vizinho à Praça Palmares, centro comercial, cultural e histórico de Maceió, perto de tudo.
Transformada, praticamente, em comércio livre, a praça encheu-se de barracas onde se oferece inúmeros serviços, numa espécie de mercado persa. Por ali, rodeando e cortando a praça, existe um intenso movimento de ônibus, táxis e automóveis particulares que facilita e ao mesmo tempo azucrina os passantes. Ainda vizinho funcionou o antigo e famigerado hotel Bela Vista (hoje demolido) que hospedou as cabeças de Lampião e Maria Bonita na última noite em Maceió, antes do traslado para Salvador. Nas imediações funcionou também o edifício do PRODUBAN e outras repartições estaduais e federais que sempre foram referências na capital.
Por isso ou por aquilo, após o abandono do prédio belo e caríssimo e a depredação, o INSS que se livrar do “cavalo branco”, mas não encontrou ninguém interessado em adquiri-lo. “Será o Benedito!”
Nenhum interessado em participar do leilão do Edifício Palmares compareceu, na manhã desta terça-feira (28), à sede do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), no centro de Maceió, para arrematar o prédio. Com isso, o futuro do imóvel, que já abrigou diversos órgãos públicos, continua incerto”.
(...) “Ainda assim, por ficar numa área de 8.615m², em pleno centro de Maceió, foi avaliado em R$ 8,98 milhões”.
É DE SE CHORAR...



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