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SANTA, O URUBU E O ESPAÇO
Clerisvaldo B.
Chagas, 30 de julho de 2015
Crônica Nº 1.463
Há muitos anos, em
várias gestões municipais, a parte profana da festa da padroeira sempre irritou
condutores de veículos e pedestres. Os famosos parques de diversões que tanto
alegram crianças e até mesmo adultos, ocupavam toda a dimensão do comércio,
tornando o centro de Santana do Ipanema, um verdadeiro inferno. Há décadas que
a cidade não move uma palha em busca de novas alternativas para circulação de
pessoas e máquinas. Nem uma rua nova no centro, nenhum beco, nenhuma alameda,
nenhuma ponte, nenhum viaduto... Nada, absolutamente,
nada que possa aliviar um pouco as agruras que o trânsito proporciona.
Este mês de julho,
porém, o milagre aguardado por mais de vinte anos, finalmente surgiu. Não um
milagrão completo, perfeito, simétrico, arestas polidas de bom acabamento. Um
milagre ainda torto, capenga de perna de pau, mas ainda assim um bom milagre. É
que a gestão municipal resolveu realizar os festejos profanos de Senhora
Santana, sem os transtornos eternos dos anos anteriores. Todos os parques e
muitas outras atividades deixaram de obstruir as avenidas e ruas centrais, quando
ocuparam pela primeira vez um largo por trás do comércio, cortado pelo riacho
Camoxinga, afluente do rio Ipanema. Pelo início de obras e depois pelo abandono
total com uma ponte sem cabeças, foi o largo apelidado pelo povo de “Ponte do Urubu”.
O trecho cortado pelo riacho há muito virou esgoto a céu aberto, com largura
considerável. Mesmo assim foi a melhor solução que já houve até o momento.
Existe unanimidade na
beleza de como ficou o lugar da festa, inclusive cabendo naquele espaço, jurado
e apanhado, tudo que pode abrilhantar essa ala popular da santa avó do Cristo. Mesmo
sem cobertura móvel e de concreto sobre o canal do afluente; sem jardim, sem
banco, sem praça e sem asfalto, correligionários e adversários do professor
Mário Silva falam que finalmente o prefeito marcou um tento.
Esperamos que os
elogios da populaça faça com que o gestor execute todas as obras que têm que
ser feitas no futuro Parque Asa Branca, pois a santa e o espaço realçam a boa
festa, mas urubu não combina muito com o Largo, a não ser com o tiroteio que houve
pela vizinhança do Bairro Artur Morais, o mais perigoso de Santana.
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