OS DESONRADOS
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de julho
de 2015
Crônica Nº 1.446
FAÇO MINHA AS PALAVRAS DA TRIBUNA
DE ALAGOAS, SITE, COM O TÍTULO: “DILMA CHAMOU GOLPISTAS PARA BRIGA. VÃO ENCARAR”.
8.7.2015.
Eis na
íntegra com título nosso da crônica
A entrevista da presidente Dilma
Rousseff aos jornalistas Maria Cristina Frias, Valdo Cruz e Natuza Nery, da
Folha de S. Paulo, teve um grande mérito: usou a palavra correta para denunciar
o movimento antidemocrático que vem sendo liderado por determinada ala da
oposição.
Ao ser questionada sobre se
terminará ou não o mandato, Dilma foi direto ao ponto e disse que isso
representa apenas o desejo de uma certa oposição "golpista".
O acerto só não foi completo porque Dilma evitou
citar os nomes dos principais generais do golpe, que são Aécio Neves (PSDB-MG),
Carlos Sampaio (PSDB-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Ronaldo Caiado (DEM-GO),
Agripino Maia (DEM-RN) e Roberto Freire (PPS-SP), que ainda contam com o apoio
discreto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Confundiram seus desejos
com a realidade", disse Dilma. No último fim de semana, em entrevista ao
Globo, Aécio falou abertamente em abreviar o mandato de Dilma, depois de usar
como porta-voz seus mais fiéis aliados, que são Sampaio e Cunha Lima. No PPS,
Freire afirmou que as "forças democráticas" resgatariam o País, ao
justificar seu golpe. No DEM, a indignação parte de personagens como Ronaldo
Caiado, acusado de caixa dois por Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira, assim
como Agripino Maia, investigado por receber propina de R$ 1,1 milhão.
A todos esses, Dilma lançou um
desafio no terreno da ética, quando foi questionada pela Folha sobre eventuais
ataques à sua biografia. "Vão reescrever? Vão provar que algum dia peguei
um tostão? Vão? Quero ver algum deles provar. Todo mundo neste país sabe que
não. Quando eles corrompem, eles sabem que é corrompido".
Na entrevista, Dilma fez jus ao
aposto "coração valente" e sinalizou que está pronta para a briga.
"Eu não quis me suicidar na hora que eles estavam querendo me matar",
fazendo uma referência ao tempo em que foi presa política durante a ditadura
militar. "A troco de quê eu iria me suicidar agora?"
Dilma também apontou as
fragilidades da tropa golpista. "Não acho que toda oposição seja
assim", afirmou. Governadores tucanos, como Geraldo Alckmin, de São Paulo,
e Marconi Perillo, de Goiás, pretendem seguir o relógio da democracia, que
prevê eleições apenas em 2018. Governadores aliados, como Flávio Dino, do
Maranhão, já começaram a se manifestar em defesa da presidente.
Ao longo desta terça-feira, a
fala de Dilma repercutirá e será respondida pelos artífices do golpe, que, cada
vez mais, terão que explicitar seus movimentos à luz do dia.
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