COROA-DE-FRADE
Clerisvaldo
B. Chagas, 10 de julho de 2015
Crônica Nº 1.447
Foto: (coisas do sertão). |
Entre
tantas e tantas belezas sertanejas cantadas e decantadas pelos seus amantes, sem
dúvida alguma, figura a coroa-de-frade. Planta, cujo nome científico é Melocactus bahiensis, representa um
cacto do bioma caatinga que aprecia exibir-se em frestas de lajeiros. Chama
atenção pela sua beleza exótica de forma arredondada com espinhos finos e
grossos e altura modesta de até 12 centímetros. O cefálio (espécie de coroa bem
rosada ou vermelha) é o que mais atrai os passantes e que parece sentar sobre a
cabeça calva de um frade franciscano.
A
coroa-de-frade é muito apreciada pela sua beleza, mas também utilizada para
outros fins além da simples contemplação. Há quem use a planta para tratar dos
rins e dos intestinos através de chás. Mesmo sendo rara, criadores a
transformam em alimento para animais domésticos devido a sua reserva de
proteínas e água. Pessoas mais experientes do bioma caatinga procuram transformar
a espécie em bolos, doces e biscoitos.
Tem gente
que usa o Melocactus na entrada do
jardim de casa como planta ornamental, mas também contra demandas que, segundo
a crença, se engancham em seus espinhos não conseguindo penetrar na residência.
Seu
fruto é rosa e aparenta uma amêndoa. Em alguns lugares também é chamada
cabeça-de-frade, é originária da América do Sul e gosta bastante do clima
semiárido. Seu doce é apreciado em Sergipe, no sertão do Rio São Francisco,
feito com água, açúcar, canela em pó e cravo. Suas flores surgem na coroa e são
bastante procuradas pelas abelhas.
Como a
coroa-de-frade, arrebatada para diversos fins, continua a caatinga sendo
devastada, basta dá uma olhada nos quintais das padarias do interior.
Homem é
bicho destruidor. O maior predador de si mesmo.
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