segunda-feira, 3 de agosto de 2015

SEM SOFRER AGORA



SEM SOFRER AGORA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2015
Crônica Nº 1. 465
OBRAS DO CANAL DO SERTÃO. Foto: (alagoasnanet/arquivo).
Cm duas etapas de esperanças o Canal do Sertão prossegue a sua marcha pelas caatingas das Alagoas. A primeira foi à luta braba dos sonhos, das reivindicações, dos projetos, da crença e utopia como o asfalto Carié ─ Inajá. Este, a quase quarenta anos de briga, inicia seus trabalhos nos jornais de quatro em quatro anos. Já conseguiu eleger muitos políticos em várias décadas, que escancham as pernas de vaqueiro no lombo do projeto. Estão acumuladas em montanhas, as mentiras sobre as obras, prejudicando o meio ambiente e estourando as fábricas de sacos do Papai Noel. Sobre a Carié ─ Inajá, não e mais Freud quem explica. São as almas dos finados Lulu Félix, Mário Nambu ou Querubino e seus seguidores políticos do estado.
Sobre o Canal do Sertão, número alto de pessoas envolvidas partiu para a eternidade sem vê água e nem canal, somente o sertão. Uma vez iniciadas as obras, os apertos da fiscalização e os medos com a responsabilidade, fizeram a marcha dos trabalhos, praticamente sem interrupções.
O que já foi realizado até agora, já pode ser chamada a maior obra hídrica de Alagoas. Ainda dentro do sertão ─ área mais necessitada ─ as obras prosseguem fazendo com que se acredite que em breve estarão penetrando às terras agrestinas, mais chuvosas e férteis.  Quem conhece as obras e a prosperidade que reina em Petrolina, no vizinho estado de Pernambuco, pode afirmar que ali só se fala em três coisas: dólar, toneladas e carros importados. A ilha sanfranciscana de progresso que ali se formou com a irrigação, faz inveja até mesmo ao exterior.
Como ainda não surgiu nenhum escândalo daqueles, estima-se que os trabalhos foram e estão sendo conduzidos com critério. Nota-se uma preocupação muito grande com o destino do Canal. As regras do uso da água, da energia e das terras estão sempre em evidência, segundo notícias publicadas. É que existe um receio popular de que, no final, todas as terras paralelas à água sejam adquiridas por grandes empresas que transformariam os pequenos proprietários de hoje, em empregados dos grandes ou em mendigos. Mesmo assim, não podemos sofrer por antecipação.


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2015/08/sem-sofrer-agora.html

quinta-feira, 30 de julho de 2015

BABADO E BICO NO SERTÃO



BABADO E BICO NO SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de julho de 2015
Crônica N º 1.464

Foto: (glossariofechion).
A frieza vai esticando as molas após a meia-noite com a chuva fininha nas biqueiras. A ansiedade em concluir a história do povoado Barra do Ipanema angustia e deságua para os cafezinhos, bem como nosso Panema desemboca no Opará. Como definir uma encantadora história do paraíso perdido se mal comecei a escrevê-la? Os danados dos espanta-boiadas não aguardam mais o amanhecer. Dia e noite no espaço sertanejo, querem virar também notívagos para o prolongamento de alegria no verde diurno da caatinga. As bênçãos do inverno brotam no ar, na terra e nas águas que furam o mundo lavando a vida da gente. Mas escritor não se dá com muriçocas municipais que teimam em atacar e comer escrevente, computador e tudo. Ô meu Deus! Por onde anda o peste do carro fumacê!? Lá vem outro pensamento doido: a moça desbocada filha de empresário dos anos sessenta. Quer parodiar a marchinha carnavalesca da cachaça: “Você pensa que cachaça é água...” Nem sei se ela ainda é viva, a desbocada moderna de Santana:

“Você pensa que babado é bico,
Babado não é bico, não,
Babado se bota em vestido,
E bico em combinação...”

Ainda existe? Mulher ainda usa combinação?
Droga!
Sumiram com a chuva, com os espanta-boiadas, mas com os sons do teclado não sumiram. Antes que amanheça o dia tenho que fazer um capitulo da história da Barra do Ipanema, elaborar uma página literária de compromisso com o “alagoasnanet”, o “santanaoxente” o “mendesemendes”, o face, o blog pessoal e, quase que já observo o cocuruto do sol chamando para dormir. Fogem os temas, correm os assuntos, desembesta o silêncio e se apresenta a moça da língua porca:

“Você pensa que babado é bico
Babado não é bico, não...



Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2015/07/babado-e-bico-no-sertao.html