SEM
SOFRER AGORA
Clerisvaldo B.
Chagas, 3 de agosto de 2015
Cm duas etapas de esperanças o
Canal do Sertão prossegue a sua marcha pelas caatingas das Alagoas. A primeira
foi à luta braba dos sonhos, das reivindicações, dos projetos, da crença e
utopia como o asfalto Carié ─ Inajá. Este, a quase quarenta anos de briga,
inicia seus trabalhos nos jornais de quatro em quatro anos. Já conseguiu eleger
muitos políticos em várias décadas, que escancham as pernas de vaqueiro no
lombo do projeto. Estão acumuladas em montanhas, as mentiras sobre as obras,
prejudicando o meio ambiente e estourando as fábricas de sacos do Papai Noel.
Sobre a Carié ─ Inajá, não e mais Freud quem explica. São as almas dos finados
Lulu Félix, Mário Nambu ou Querubino e seus seguidores políticos do estado.
Sobre o Canal do Sertão, número
alto de pessoas envolvidas partiu para a eternidade sem vê água e nem canal,
somente o sertão. Uma vez iniciadas as obras, os apertos da fiscalização e os
medos com a responsabilidade, fizeram a marcha dos trabalhos, praticamente sem
interrupções.
O que já foi realizado até agora,
já pode ser chamada a maior obra hídrica de Alagoas. Ainda dentro do sertão ─
área mais necessitada ─ as obras prosseguem fazendo com que se acredite que em
breve estarão penetrando às terras agrestinas, mais chuvosas e férteis. Quem conhece as obras e a prosperidade que
reina em Petrolina, no vizinho estado de Pernambuco, pode afirmar que ali só se
fala em três coisas: dólar, toneladas e carros importados. A ilha
sanfranciscana de progresso que ali se formou com a irrigação, faz inveja até
mesmo ao exterior.
Como ainda não surgiu nenhum
escândalo daqueles, estima-se que os trabalhos foram e estão sendo conduzidos
com critério. Nota-se uma preocupação muito grande com o destino do Canal. As
regras do uso da água, da energia e das terras estão sempre em evidência,
segundo notícias publicadas. É que existe um receio popular de que, no final,
todas as terras paralelas à água sejam adquiridas por grandes empresas que
transformariam os pequenos proprietários de hoje, em empregados dos grandes ou
em mendigos. Mesmo assim, não podemos sofrer por antecipação.
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