quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O MITO NO CHÃO



O MITO NO CHÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de agosto de 2015
Crônica Nº 1.467
Foto: (Divulgação).

Quando se critica o Brasil, parece que este país é o único do mundo onde ainda existe pobreza.
Tomando os Estados Unidos como parâmetro, nação rica norte-americana, vemos que nem tudo é como se conta por aqui. Mesmo sendo uma superpotência do mundo, costuma mostrar suas mazelas no que tange aos seus problemas socioeconômicos.
Várias medidas tomadas como aumento de juros e cortes de verbas para habitação, saúde, educação, fizeram empobrecer alguns segmentos sociais nas últimas décadas. Houve concentração de riqueza, mas também, aumento do número de pobres que corresponde a 16% do total da população (55 milhões de habitantes).
No caso, a falta de moradia, fez com que muitos jovens fossem morar nas ruas ou nos lugares piores da cidade, em bairros violentos, com alta criminalidade e tráfico de drogas. Esses problemas cruciais atingem, em cheio, a população negra e os imigrantes, discriminados pela sociedade norte-americana.
No caso da discriminação racial, a lei proíbe, mas na prática esse olhar social ainda persiste nas ruas. Os negros são extremamente marginalizados e muitos dos crimes no país são de cunho claramente racistas.
Os imigrantes também não são olhados com bons olhos. Eles se inserem na população mais pobre. O governo procura restringir a imigração, usando até mesmo muro de fronteira como o usado pelos alemães, o muro da vergonha, para barrar mexicanos e de outras nacionalidades.
São vistos lixões a céu aberto, como no Brasil e, poluição nas águas como aqui.
A poluição industrial e o consumo sem critérios afetam terrivelmente o meio ambiente local e o planeta.
É muito fácil falar mal do seu país e elogiar as terras alheias e distantes. Mas quando bate a luneta da verdade é que se vê sem cor e sem filó o mito no chão.

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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O PRESIDENTE E O NEGO



O PRESIDENTE E O NEGO
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de agosto de 2015
Crônica Nº 1.466

ESTÁTUA DO NEGO d'ÁGUA. Foto: (folcloredobrasil.2001).
Interessante são as histórias, mitos e lendas que atravessam os tempos ao longo do Rio São Francisco. Rio da Unidade Nacional que proporcionou o povoamento do interior nordestino e parte de Minas Gerais. À sombra das robustas e seculares crabeiras das suas margens, sentam-se os indivíduos contadores de casos estirados. E babando de contentamento, vai o ouvinte se enrolando ─ como cigarro de palha ─ entre uma dose da boa cachaça mineira e o caldo de peixe da trempe de granito. Enquanto fumega o amassado alumínio, o caboclo explica bem direitinho suas verdades inteiras e meias, encobertas pelo roído chapéu de palha artesanal. Entre as lendas mais famosas está em destaque o “Nego d’Água”.
O “Nego d’Água” é descrito como um negro alto, forte, careca, corpo coberto de escamas mistas com a pele, mãos e pés de pato. Costuma aparecer aos pescadores e outras pessoas junto aos rios. Sua função seria amedrontar as pessoas que por ali passam, partindo anzóis de pesca, furando redes, dando sustos em pessoas nos barcos e mais. Muitos pescadores dizem tê-lo visto.
Manifesta-se com suas gargalhadas e vira as canoas dos pescadores que não lhe dão um peixe.
Há pescadores que jogam garrafa de cachaça no rio, durante as pescarias, para não ter a canoa virada pelo “Nego d’Água”.
A lenda do “Nego d’Água” espalha-se por vários grandes rios brasileiros e ganhou escultura com mais de 12 metros de altura nas águas do São Francisco, em Juazeiro da Bahia.
Mudando de pau para madeira, temos o tiro que saiu pela culatra. Foi o que aconteceu com as investidas do deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, nas suas insanas cabeçadas contra Dilma. Querendo voar mais alto do que as aves do céu enganchou-se na própria turbulência, perdeu o tálamo, roda como galo de macumba e agora bate de frente com o “Nego d’Água”.
O problema todo agora, Zé, é que o presidente da Câmara não tem peixe na canoa e nem cachaça para jogar no rio.

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