domingo, 26 de março de 2017

A BANDA BANDIDA



A BANDA BANDIDA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de março de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.652
 
Lugar Cachoeiras, oásis no rio Ipanema. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas)
A luta humana pela boa convivência com a Natureza está apenas começando. Esse tema ainda será debatido por inúmeras gerações. Naturalmente estamos divididos em dois grupos: os destruidores e os construtores. As consequências dos destruidores pelas mais diferentes formas estão semeadas pela Terra e vão desaguar na mesma raiz. E alguns países da África, da Ásia e mesmo da América do Sul, pagam com a fome onde milhares de adultos e crianças morrem por inanição.
Voltando ao Brasil, onde o governo financiava o desmatamento, vive-se a eterna dupla face pela sobrevivência humana e animal. Muito melhor se preservar o que se tem do que correr atrás consertando mal feito. E assim os rios que precisam do mínimo de proteção como as matas ciliares para evitar o assoreamento, vão morrendo após as lagoas fluviais e interiores. Para citar apenas a minha terra temos nomes indicativos de água, oásis de outrora: Lagoa do Junco, Lagoa dos Morais, Serra da Lagoa, Olho d’Água do Amaro e muitos outros que, do líquido, ficou apenas o registro. O desmatamento sem freios destruiu em algumas décadas mananciais, espécies da fauna e da flora dos nossos sertões.
É muito bom saber de recuperação de nascentes em vários lugares. Mas para recuperar essas capacidades hídricas, não se devia esperar apenas por ONGs e algumas comunidades isoladas. O governo de cada estado, juntamente com todos os seus municípios, deveriam criar um programa permanente de recuperação, pois, técnicos preparados não faltam neste País. Em Alagoas chegam notícias de recuperações de nascentes em Palmeira dos Índios (rio Coruripe), em Maravilha, em Junqueiro (lagoa do Retiro) e mais um ou dois movimentos semelhantes na Zona da Mata... E só. Muito bem, estamos vibrando e aplaudindo, mas onde estão os outros quase cem municípios? Gente, com muito trabalho, motivação e mesmo com festas, poderemos transformar o nosso estado a uma região benfazeja em águas. Mas todos os estados brasileiros, sem exceção, podem conseguir essa qualidade, assim como as primeiras vitórias do rio Tietê.
Vamos apoiar o lado dos construtores e tentar reverter todos os danos causados pela banda bandida.

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sexta-feira, 24 de março de 2017

CARRO DE BOI, RELÍQUIA DO BRASIL (IV)



CARRO DE BOI, RELÍQUIA DO BRASIL (IV)
(Seriado em três crônicas + uma)
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março de 2017
Escritor Símbolo de Sertão Alagoano
Crônica 1.651
 
Foto: Antônio Feitosa dos Santos
Encerrando nosso trabalho de crônicas, após apresentar as peças do carro de boi e seus acessórios, exibiremos abaixo, os arreios dos bois, os utensílios do carreiro e a tolda.

ARREIOS DOS BOIS

1.    Broxa – Correia de couro cru, curtido e torcido que une um canzil a outro, passando por baixo do pescoço do boi.
2.    Cambão – Peça de madeira que liga as parelhas de trás as da frente.
3.    Canga (de craibeira e braúna) – Peça que se prende ao cabeçalho ou ao cambão e colocada sobre o pescoço do boi.
4.    Canzil (de bom nome e pereiro) – Cada um dos 04 paus da canga, colocados de cima para baixo, entre os quais o boi mete o pescoço, entre dois deles. Plural: canzis.
5.    Chave (de bom nome) – Peça que prende a canga ao cabeçalho + correia de couro cru.
6.    Correia de ponta – Peça para unir as pontas furadas correspondentes de cada parelha.
7.    Corrente – Parte que complementa o cambão, às vezes é de corda.
8.    Látego – Parte do arreio que sustenta o sininho, muito usado nas parelhas da frente.
9.    Sininhos – Pendurados nos látegos e que servem de advertência de aproximação do carro de boi ou simples enfeites.
10. Tamboeiro (ou tamboeira) – Correia de couro cru, curtido e torcido que prende a chave do cabeçalho ou cambão à canga.
11.  Trela – Peça de sola que, na cara do boi, leva os enfeites.

ACESSÓRIOS DO CARREIRO

1.    Currião (de couro cru e cabo de madeira) – Serve para açoitar os bois e é conduzido no ombro.
2.    Facão (de arrasto ou rabo de galo) – Objeto cortante robusto para trabalhar em diferentes tarefas e ocasiões durante as viagens.
3.    Vara de ferrão (de quixabeira, assada ao fogo, na caieira) – Serve para conduzir, guiar, e castigar os bois.

TOLDA

1.    Tolda (de esteira de piripiri). Formada para amparar do Sol e da chuva, principalmente, ao transportar pessoas.
2.    Amarração (de palha de Ouricuri) – Amarra-se a tolda aos fueiros.
3.    Arcos da tolda (varas flexíveis de cipós ou marmeleiro) – Serve para arquear a tolda, por baixo, amarradas aos fueiros com a palha do coqueiro Ouricuri.





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