segunda-feira, 27 de março de 2017

O TREM DE MACEIÓ



O TREM DE MACEIÓ
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de março de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.653
VLT FANTASIADO DE PROPAGANDAS. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).

Lá vem o trem papai, diz o menino apontando com o dedo. O dedo do menino e o apito do trem foram transportados para outra época. Época de ditadura do pneu, grande herança dos tempos da borracha amazônica e das primeiras inteligências automobilísticas. A ferrovia, caída, esbagaçada e sepultada, rompe o túmulo e ressuscita em forma de VLT, Veículo Leve Sobre Trilhos. E quem não viu almas de mãe nem de pai do cavalo de aço, vai contemplando o filho estilizado pronto para acompanhar a juventude vestido na moda tropical.
Trem urbano novamente em voga é imperioso e necessário aos anseios de mobilidade. E enquanto se esperava algum tipo de transporte surreal trazido do futuro, Século XXII, volta-se a antiga fórmula matemática sobre trilhos. E como diziam os mais velhos nos sábios ditados populares: “Não é passando banha, não”, mas que os danados dos VLTs são mesmo bonitos demais. E se tivesse um bichão desses correndo na linha da mais distante cidade sertaneja até à capital, diariamente, seria “na batata” sonho pueril e tanto.
Maceió, onde teve início as ferrovias que cortaram o estado, amplia os serviços dos trens urbanos. Servindo à Capital, Satuba e Rio Largo, cerca de 250 mil pessoas se utilizam desse meio de transporte diariamente. Enquanto os ônibus levam quase quatro reais na passagem, o trem trabalhava há pouco com o bilhete a 0,50 centavos. Conhecemos de perto o lugar onde será a nova estação do VLT, no Bairro histórico de Jaraguá. Inúmeros trabalhadores serão beneficiados, principalmente os que vêm de municípios vizinhos e trabalham no cais ou nas suas proximidades.
Talvez a presença da estação e de pessoas melhore o aspecto de antigo, meio abandonado e esquisito setor portuário. Tirando o planejamento da “puxada” até o Shopping Maceió, no Bairro das Mangabeiras, não se conhece outra pretensão. Mas, quem sabe, se tudo der certo, não acontecerão ramais para interiorizar novamente os trens! Quanto ao projeto VLT Centro – Aeroporto pela Fernandes Lima, tudo indica que colocaram uma pedra no assunto.
Segundo o prefeito de Maceió, no final de maio será realizada a viagem do VLT em caráter experimental até a nova estação de Jaraguá. O Museu Ferroviário será construído ao lado, proporcionando uma grande fonte de pesquisa para os admiradores das engrenagens.




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domingo, 26 de março de 2017

A BANDA BANDIDA



A BANDA BANDIDA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de março de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.652
 
Lugar Cachoeiras, oásis no rio Ipanema. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas)
A luta humana pela boa convivência com a Natureza está apenas começando. Esse tema ainda será debatido por inúmeras gerações. Naturalmente estamos divididos em dois grupos: os destruidores e os construtores. As consequências dos destruidores pelas mais diferentes formas estão semeadas pela Terra e vão desaguar na mesma raiz. E alguns países da África, da Ásia e mesmo da América do Sul, pagam com a fome onde milhares de adultos e crianças morrem por inanição.
Voltando ao Brasil, onde o governo financiava o desmatamento, vive-se a eterna dupla face pela sobrevivência humana e animal. Muito melhor se preservar o que se tem do que correr atrás consertando mal feito. E assim os rios que precisam do mínimo de proteção como as matas ciliares para evitar o assoreamento, vão morrendo após as lagoas fluviais e interiores. Para citar apenas a minha terra temos nomes indicativos de água, oásis de outrora: Lagoa do Junco, Lagoa dos Morais, Serra da Lagoa, Olho d’Água do Amaro e muitos outros que, do líquido, ficou apenas o registro. O desmatamento sem freios destruiu em algumas décadas mananciais, espécies da fauna e da flora dos nossos sertões.
É muito bom saber de recuperação de nascentes em vários lugares. Mas para recuperar essas capacidades hídricas, não se devia esperar apenas por ONGs e algumas comunidades isoladas. O governo de cada estado, juntamente com todos os seus municípios, deveriam criar um programa permanente de recuperação, pois, técnicos preparados não faltam neste País. Em Alagoas chegam notícias de recuperações de nascentes em Palmeira dos Índios (rio Coruripe), em Maravilha, em Junqueiro (lagoa do Retiro) e mais um ou dois movimentos semelhantes na Zona da Mata... E só. Muito bem, estamos vibrando e aplaudindo, mas onde estão os outros quase cem municípios? Gente, com muito trabalho, motivação e mesmo com festas, poderemos transformar o nosso estado a uma região benfazeja em águas. Mas todos os estados brasileiros, sem exceção, podem conseguir essa qualidade, assim como as primeiras vitórias do rio Tietê.
Vamos apoiar o lado dos construtores e tentar reverter todos os danos causados pela banda bandida.

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