quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Ói, Ói O TREM

ÓI, ÓI O TREM!
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.733
VLT. Foto (Divulgação).

“Café com pão
Café com pão
Café com pão

Bolacha não...”

Era assim que a meninada marcava o ritmo do trem de ferro, antiga Mara Fumaça. Enquanto o tufo de fumo subia contorcido pelo vento, a máquina apitava roucamente próxima às estações; ponto de encontro entre os que ficavam e os que partiam dividindo as lágrimas com os vendedores de laranja e tapioca nas plataformas. Quase todos escritores filhos de cidades onde havia linha férrea, não deixaram de descrever cenas acontecidas no trem. Nas Alagoas foi romance necessário que fez desenvolver os vales dos rios Mundaú e Paraíba do Meio, repletos de canaviais. Eram eles condutores de cargas para os antigos trapiches armazenadores de mercadorias para esportações pelos navios do Porto de Jaraguá.  Da Zona da Mata de Viçosa, novo ramal tomou direção do Agreste e foi bater em Palmeira dos Índios para descer até Porto Real de Colégio, no Baixo São Francisco.
Perdendo a luta para os transportes rodoviários, as antigas ferrovias morreram pelo abandono. E agora nos tempos modernos ressuscita-se o trem nas capitais como transporte urbano sob a denominação de VLT – Veículos Leves Sobre Trilhos – um misto de trem e bonde, bonito que só uma boneca e confortável que só braços de mãe. O preço de cada viagem é simbólico e transporta diariamente milhares de trabalhadores em parte da zona metropolitana de Maceió. Finalmente chega outra excelente notícia para a capital e os municípios de Satuba e Rio Largo. A reinauguração da antinga linha ferrovária, totalmente modernizada, do Centro de Maceió ao Porto de Jaraguá, coisa que parecia um sonho.
Valeu, portanto, o transtorno causado com as obras dos trilhos até o histórico bairro. Com seria bom viajar num bichão desse do Sertão à capital! Mas esse sonho nunca aconteceu antes e pelo jeito parece que nunca acontecerá. O Sertão agora está movido à Vans, também chamadas de Bestas, por aqui. Até os ônibus passaram a sofrer à nova onda de transporte menor. O exemplo é o fechamento de importante empresa de ônibus da cidade de Palmeira dos Índios a qual serviu durantes décadas. Com a ressureição do trem com alma de VLT pelo menos se resgata parte do romantismo de outrora, na capital. No restante, vamos embarcando na música de Raul Seixas: Ói, Ói o Trem...
Ô vida “Marvada”!



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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

ADEUS AO BARRO

ADEUS AO BARRO
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.732
 
Foto: (Prefeitura de Pindoba).
"No nosso Governo, não vamos ter mais nenhum alagoano rodando em estrada de barro. Faltam três cidades serem ligadas por asfalto: Canapi, que já está em obras; Pindoba, que nós estamos aqui hoje; e até o final do ano vamos começar a terceira, com o acesso à cidade de Belo Monte. E Alagoas vai ser, talvez, o primeiro Estado do Nordeste a não ter mais nenhuma cidade ligada por asfalto", garantiu Renan Filho”.
A declaração acima foi feita na semana passada pelo governador do estado na cidade de Pindoba, zona da Mata Alagoana. O topônimo vem da palmeira pindoba comum na mata atlântica ou floresta tropical. Antes o município chamava-se Pindoba Grande. A cidade é a menor do estado não chegando aos três mil habitantes e limita-se com Viçosa, Cajueiro, Mar Vermelho, Maribondo e Atalaia. Apesar de ter acesso pela BR-316, não será por ali o recebimento do asfalto, mas sim por estrada que dá acesso a Viçosa. De acordo com o governador, as três das 102 cidades alagoanas com acesso de terra, serão integradas às restantes através do asfalto. A situação de Pindoba é a mesma de Belo Monte, no sertão do São Francisco e Canapi no alto sertão. Não temos motivo nenhum de desacreditar na palavra da autoridade. Pindoba fica a 89 km da capital, Belo Monte a quase 200 e Canapi a muito mais dos 200.
Os governos Divaldo Suruagy – com erros e acertos – ficaram conhecidos como os que mais asfaltaram no estado, mas sinta o tempo. Estamos no milênio tão decisivo para a humanidade e mesmo assim ainda temos cidades sofrendo com a era do cavalo e do carro de boi. Alagoas é um estado pequeno e possui apenas 102 municípios como já foi dito, mas se iremos ser o primeiro do Nordeste a ter todas as suas cidades interligadas por asfalto, imaginemos, então, os outros estados irmãos maiores nossos!

Asfaltar os acessos passa do dever dos gestores chegando à beira da caridade. E se fôssemos enumerar os benefícios uma só crônica não daria conta das citações por melhor qualidade de vida. Imaginemos apenas ambulâncias conduzindo pacientes com grande rapidez aos centros mais adiantados. A jogada do asfalto foi da fato uma grande notícia para Alagoas.

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