segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

MARACANÃ


MARACANÃ
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.846
Antiga Churrascaria Maracanã, em 19.02.2018. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).
Maracanã é o ponto de referência mais falado de Santana do Ipanema, Alagoas. Trata-se de um largo no centro do gigante Bairro Camoxinga, cortado pela BR-316. É ponto de convergência e divergência de sete ruas e possui um dinâmico comércio miúdo sendo o segundo da cidade. No Largo do Maracanã e adjacências, você encontra posto de gasolina, padarias, casas de lanches, funerária, oficinas de motos, mercadinhos, farmácia, barbearia, casa de móveis e uma flutuante movimentação em ponto de transportes para municípios do oeste como Poço das Trincheiras, Maravilha, Canapi, Ouro Branco e para todas as outras do Alto Sertão alagoano. Outrora fora lugar tão perigoso que certo delegado chegou a comentar: “Entre dez ocorrências policiais, oito são do tal Maracanã”.
No livro ainda inédito “O boi, a bota e batina, história completa de Santana do Ipanema”, o autor detalha a origem do nome Maracanã e que raríssimas pessoas conhecem. E os que conhecem não vão além de uma churrascaria que havia no local e que ostentava a denominação do maior estádio do mundo.  Mas o livro também traz os detalhes de origens de todos os bairros e pontos de referências da cidade. É o maior documentário jamais produzido no Sertão Alagoano, que ainda não foi publicado por falta de patrocínio. E as autoridades que têm verba para isso, fazem ouvidos de mercador e, o santanense fica sem sua história completa e verdadeira, porque políticos odeiam intelectuais. 
O prédio que deu origem a Churrascaria Maracanã, ainda continua de pé. Foi churrascaria, dormitório, bar, restaurante, pequena mercearia, tudo sob comando do proprietário conhecido como Seu Neguinho. Sem atividade que valha à pena, o edifício se deteriora com dificuldade de venda e os passos implacáveis do tempo. Sua importância como valor histórico é grande para o centro do bairro que o acolheu, mas nada parece evitar o futuro que o aguarda assim como a casa do padre Bulhões, o Fomento Agrícola, a igreja de São João, o Colégio Santo Alberto Magno, a Pracinha Emílio de Maia e outros importantes e fundamentais pontos santanenses. Em tempos de campanhas políticas, o Largo do Maracanã torna-se o ponto mais importante para discursos. Coitado! Sem anel rodoviário e abandonado à própria sorte, torna-se o lugar mais perigoso do trânsito da cidade.




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domingo, 18 de fevereiro de 2018

SIM À MOCOCA, NÃO À MACACOA


SIM À MOCOCA, NÃO À MACACOA
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.845

MOCOCA (DIVULGAÇÃO).
     Aos oito anos vivendo por uns tempos em Maceió, já ouvia a propaganda agradável que me chamava atenção: “A vaquinha Mococa está falando/a vaquinha Mococa está dizendo/beba leite em pó Mococa...” E um mugido longo e saudoso de sertão fechava a propaganda: “moooon...”. Minha tia, Carminha Braga, sempre comprava o leite em pó que vinha com uma vaquinha simpática desenhada no pacote. E como vai bastante tempo, pensei até que não existisse mais a marca. Olha a surpresa! Estava escrito na notícia: “Unidade da Mococa fechou e deixou 157 desempregados no interior de São Paulo”. Corri os olhos na Folha e vi que era mesmo a Mococa do meu tempo de criança.
     O lado ruim ficou para o município paulista de Cerqueira César, onde a Mococa possui uma unidade de produção de leite UHT. A unidade foi fechada no último dia 6, deixando de produzir 500.000 litros de leite longa vida por dia. A sede da empresa é na cidade de Mococa, onde tudo começou em 1919, produzindo manteiga artesanal. Em 1930 já produzia em escala de indústria.  Entretanto, a unidade de Cerqueira César será vendida e, produtores de leite já estão fornecendo para outras marcas implantadas na mesma cidade. A empresa, por questões estratégicas, quer migrar para outros segmentos de derivados lácteos, terceirizando e produzindo achocolatados. Essa parte ruim é o problemão que a empresa deixa para seus fornecedores, desempregados e a circulação do dinheiro em Cerqueira César.  
     O lado bom é que essa indústria estará funcionando dentro de poucos meses em Alagoas, produzindo achocolatado. Não sabemos como a Mococa foi atraída para essas bandas, provavelmente pela política de governo em trazer mais indústrias com incentivos para o nosso território. Como já existem dois gigantes do leite e derivados em Alagoas (Palmeira dos Índios e Batalha) vem à indagação onde será implantada a Mococa. Tão bom que fosse em Santana do Ipanema, mas nem sonhando! As autoridades nunca deixaram que fosse implantada em Santana sequer uma fábrica de quebra-queixo. Mesmo assim, seja onde for, sendo em Alagoas já está de bom tamanho.
É o leite Mococa da minha infância. Bom, muito bom.
                                                                                                                         



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