segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O LÍRIO DA MINHA CASA



O LÍRIO DA MINHA CASA
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de outubro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.990

(FOTO: B. CHAGAS).
Não temos jardim, apenas duas ou três caqueiras com plantas. Uma delas é um lírio branco. E não é pleonasmo, pois existem mais de cem espécies no mundo. Mas lírio não gosta de sol. Por mais água que se coloque, as folhas amarelam, queimam e caem. No tempo moderado as folhas ficam bem verdes, depois empalidecem. Por nossa insistência, fomos surpreendidos certa manhã com flores brancas e belas chamando a nossa atenção. Parecia uma oferta divina de agradecimento por mantê-la viva. Dedicamos essas flores a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, madrinha imaculada. Em seguida fomos procurar na Wikipédia, sobre Lírio. Veja o que encontramos, em resumo:
“O lírio é nome dado às flores do gênero Lilium da família Liliaceae, originárias do hemisfério norte com ocorrências na europas, Ásia, América do Norte e América do Sul. Mais da metade das espécies são encontradas na China e no Japão”.
“Na Igreja Católica, o lírio é símbolo da Virgem Maria. São Bernardo, no século XII, associa a Santíssima Virgem com a amada do Cântico dos Cânticos: ‘Eu sou o lírio dos vales’. (...) Ainda de acordo com São Bernardo, a Virgem Maria é ‘lírio de castidade inviolada’. A brancura da flor reflete a pureza daquela que é imaculada desde sua concepção, e as três pétalas simbolizam a tríplice virgindade da Mãe de Deus, antes, durante e depois do parto. (...) Maria é o lírio branco da Trindade, pois é filha do Pai, mãe do Filho, e esposa do  Espírito Santo. Devido a esta revelação, católicos tradicionalistas invocam a Virgem Maria com a saudação: Salve Lírio Branco da Trindade, Rosa brilhante que embeleza o céu”.
Uma gota trêmula de orvalho, o sereno escondido da noite, o abraçar místico das madrugadas, vivem conosco mostrando a grandeza da simplicidade oculta aos olhos da ostentação. Assim tocamos e abraçamos o lírio da brancura imaculada que ornamentam nossas vidas. “Olhai os lírios dos campos. Nem Salomão se vestiu como a um deles”.  
Purificai, Senhor, as nossas vidas, como a alvura do lírio da minha casa.


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domingo, 30 de setembro de 2018

FREI DAMIÃO NA BOEMIA


FREI DAMIÃO NA BOEMIA
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.899

PRAÇA FREI DAMIÃO. (FOTO DE ARQUIVO B. CHAGAS).
Há muito, fora da vida boêmia, fomos a um tour durante a noite, em Santana do Ipanema. Apreciamos o movimento popular ímpar na Praça Frei Damião. Construída no Bairro Camoxinga, congrega três Ruas, a saber: Delmiro Gouveia, Maria Gaia e Manoel Medeiros. No entorno está uma Central de Velórios, um açougue e um mercadinho. A Praça Frei Damião, com ponto de moto taxistas, possui duas faces: a diurna e a noturna. A primeira é movimentada e quieta. A segunda, agitada, uma espécie de point da galera. Estamos na sexta-feira. Muitas moças chegando de moto e frequentando o mercadinho. Na Praça, ao lado, cerveja à vontade guiada pela churrascada, cujo aroma se empurra pelas narinas. A Praça inteira vira um bar ao ar livre.
Nada impede a brincadeira da juventude, cuja maioria chega de motos que estacionam ali mesmo no meio-fio. Não estava havendo velório, mas se estivesse seria a mesma coisa: a festa e a tristeza como vizinhas. Marcação dura dos contrastes sociais.  Por outro lado, quem chega para suas devoções com o santo nordestino, melhor aguardar a visita para a face diurna. Frei Damião está ali com suas fitas multicoloridas, no farrear que se prolonga noite adentro. Enquanto isso, os tradicionais bares das imediações, estão vazios. O asfalto que todos aguardam para as três ruas citadas, inclusive, o Largo Frei Damião, deverá consolidar o Point.
Interessante observar esses movimentos urbanos de lazer. Eles surgem espontaneamente onde se oferece algo novo e libertário. A divulgação é feita boca a boca e o chamariz deve ser comprovado. No caso da Praça, cerveja gelada, espetinhos e naturalmente o preço cobrado que, pelo visto, estava  agradando bastante na sexta. Em Santana do Ipanema é assim, a vida noturna intensifica-se na sexta e no sábado, dia da feira. No domingo tudo se esvazia como quem descansa para o batente da segunda.
O rio Ipanema fica perto 80 da praça, uns 80 metros, mas oculto pelo casario, com um beco esquisito de acesso.
Fazer o quê? Deixe o povo brincar.

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