quinta-feira, 29 de novembro de 2018

ONDE ESTARÁ EXPEDITA?


ONDE ESTARÁ EXPEDITA?
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de novembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.017
                                            
(FOTO: AGÊNCIA ALAGOAS/DIVULGAÇÃO).
O mês dos ventos vai chegando ao fim rompendo forte. Vem o sol, vem à chuva, embaça a neblina, sobe o nevoeiro.  E no cair da tarde sopra na brisa leve o nome de Expedita, minha querida babá por certo tempo. Revejo o passado ouvindo sem ouvir o som do Guerreiro que norteava o bailado das folclóricas dançarinas, cadenciado pelo mestre invisível:

“O avião
Subiu
Se alevantou
No ar se peneirou
Pegou fogo e levou fim...”

A rede vermelha rangia para lá e para cá, embalando meus sonhos de criança. Expedita, mulher alta, bonita, bem feita e educadíssima, não cansava a voz, entre um pigarro e outro. Era figura de Guerreiro e sabia com sua voz agradável também guerrear a minha alma. Plantava os pés no chão e no espaço pequeno fazia-me calado a escutar:

“Ia passando
Com um cacho de uva
Uma viúva pediu pra comprar
Olhei pra ela
Com olhar penarioso
Espiei só tinha ouro
Dentro da boquinha dela...”

E a minha babá, tão bela e tão doce, cativava a minha inocência dentro do humano e das tradições que se aninhavam na Rua Antônio Tavares. Papai no trabalho, mamãe na feira dos sábados somente meus e de Expedita:

“Sou devoto
De Nossa Senhora
Sou alagoano
Onde o Guerreiro mora...”

Ah, Expedita! Você floriu minha existência.
Onde andará Expedita?

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terça-feira, 27 de novembro de 2018

SAUDADE NÃO RESOLVE



SAUDADE NÃO RESOLVE
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de novembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.016

SANTANA. ESTÁDIO ARNON DE MELLO. (FOTO: LIVRO 230).
Não é fácil sustentar um time de futebol em lugar nenhum do Brasil. E se o time é profissional as dificuldades aumentam para os rincões que não dispõem de recursos avultados. A despesa é geral com alimentação, equipe médica, remédios, bolas, ternos, salários e taxas de tudo. Mas na vida o andar é desafio e sempre aparecem os heróis que dão o sangue para colocar o time em campo. Apesar da saudade de um representante santanense no Campeonato Alagoano de Futebol, não tem quem não entenda a falta de recursos suficiente para a empreitada. O Ipanema não é um time municipal. É um clube particular e de estádio também privativo e sem poder evoluir.
Duas tentativas de construção de um estádio municipal em Santana do Ipanema chegaram a ser iniciadas. Depois dos rebuliços da terra, tudo voltou à estaca zero como coisa impossível de ser realizada. Assim, nem o Ipanema consegue evoluir por falta de recursos, nem o Ipiranga – seu tradicional adversário – se mexe. Apesar da paixão futebolística a esses dois times, chegou a hora de alternativas que atendam o sangue esportista santanense. Não se pode apenas viver do passado e permanecer refém de A ou B. Santana com seus 50.000 habitantes precisa de um estádio municipal, construído com verbas sejam de onde for. Um estádio moderno a altura do seu povo privado dos grandes espetáculos da bola e prisioneiros da monotonia dos domingos.
Nesse caso, logo surgiriam, sem dúvida nenhuma, novas agremiações, novas ideias e novos poderes que pudessem representar o município: Ipiranga, Ipanema, São Pedro, Santanense, Iparanga ou outra sigla qualquer que devolvesse a felicidade sertaneja que se alarga de orelha a orelha. O Dr. Isnaldo Bulhões, novamente prefeito da terra, poderia iniciar esta nova fase que ele antes idealizou e ficou apenas na maqueta.  Estádio é coisa perene que eterniza seus benfeitores. Santana precisa de pelo menos um representante no Campeonato Alagoano, na série de elite. Entretanto, é sabido que tudo passaria pelas mãos da Prefeitura. E por que prefeito e vereadores não podem mover essa alegoria em benefício da terra de Senhora Sant’Ana?
     O GRITO FOI LANÇADO.


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