quarta-feira, 27 de março de 2019

PORQUE SERTANEJO GOSTA DE CHUVA


PORQUE SERTANEJO GOSTA DE CHUVA
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de março de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.080

(FOTO: BLOG DO BERNARDINO).
Enquanto as chuvas são temidas nas capitais, são comemoradas com ênfase nas zonas rurais do país. E se nas capitais causam transtornos, com certeza a culpa é do próprio homem e não da natureza. O problema vai desde as administrações pífias em favor dos problemas urbanos, a má educação populacional. Casas surgem nos lugares mais insalubres, contribuindo com os deslizamentos de barreiras e as enchentes. Nem existe planejamento e a desordem é geral. Por outro lado, mesmo havendo rigoroso recolhimento do lixo, o povo continua jogando tudo descartável no meio da rua e nos córregos, entupindo galerias e provando o próprio veneno durante as enxurradas. Esses são apenas alguns dos problemas das cidades grandes.
Mas por que o sertanejo gosta tanto de chuva? Porque a terra é quem alimenta pessoas e indústrias. Não importa se o sertanejo é da roça, comerciante na cidade, dono do agronegócio, estudante, rico ou mendigo... Todos já nasceram marcados pelo fenômeno que significa fartura e no mínimo comida na mesa. A chuva que vem mansa faz brotar o grão, mitiga a sede de animais e humanos que comemoram a vinda desde as primeiras nuvens mensageiras. Em nosso sertão nordestino plantam-se o milho, feijão, algodão, fava, mandioca, palma e frutas que abastecem os mercados locais e indústrias, no caso da mandioca e do algodão. Sem chuva na terra, a fome toma conta dos lugares sem irrigação. É o instinto quem avisa: trovão nos ares, fartura na terra.
E mesmo estando na capital, o sertanejo alegra-se com as chuvas e lamenta suas faltas no sertão. Foi assim que, conversando com um quitandeiro em Maceió, ele dizia: Essas bananas, professor, vêm do sertão, das bandas do Xingó. As batatas vêm do sertão, da área irrigada. As cebolas chegaram do sertão pernambucano... E assim hoje em dia são as áreas irrigadas do interior que abastecem as capitais. Como o citadino não abraçar a causa sertaneja que preenche sua dispensa? O sertão alagoano está em festa, companheiro. Chuva por todos os lugares. Ontem pela manhã foi uma zoada só na revoada de espanta-boiadas pelo rio Ipanema.
Deixem farrear homens e bichos.


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segunda-feira, 25 de março de 2019

CATEDRAL METROPOLITANA

CATEDRAL METROPOLITANA
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.079
                  INAGEM: www.Espedia.com.br

Aproveitando a quaresma cabe apresentar a nossa Catedral Metropolitana.  
“Na base do morro do Jacutinga, na mesma área onde provavelmente existiu a capela do engenho que deu nome à cidade, foi edificada a igreja matriz de Maceió. Sua pedra fundamental foi lançada pelo presidente da província, Manoel Felizardo de Souza Melo, dando início as obras no dia 22 de julho de 1840, conforme pesquisa de Félix Lima Júnior. O orago foi entregue a Nossa Senhora dos Prazeres e a imagem da padroeira a mesma que permanece no altar municipal, foi doada pelo barão de Jaraguá.
(...) O traço arquitetônico logo se definiu pela predominância de motivos neoclássicos, tanto na fachada quanto no interior. Os desenhos do altar-mor original e de outros elementos integrados vieram do Rio de Janeiro e aqui foram executados por artífices da região. O sino que veio de Paris foi danificado e substituído por outro, fundido nas oficinas de Coruripe, e permanece até hoje.
(...) Cercada de muita solenidade, a inauguração ocorreu no dia 31de dezembro de 1859, contando com a presença de dom Pedro II e da imperatriz Tereza Cristina, enquanto a cátedra pontifícia, credencial necessária à condição de sede da diocese ou arquidiocese, só foi concedida em 1900.
A partir de 1910, a catedral vem sendo alvo de constantes reformas, responsáveis, algumas delas, pela descaracterização de seu interior e de alguns elementos de fachada, como a escadaria da frente e a substituição dos altares de madeira talhada pelos atuais”. (...). Texto extraído de Alagoas Memorável, Patrimônio Arquitetônico, pág.284, Organização Arnon de Mello.
No interior, em Santana do Ipanema, a capela que deu origem à Matriz de Senhora Santa Ana, foi erguida em 1787, portanto muito mais antiga do que a Catedral Metropolitana. Em Maceió, a Catedral está situada em pleno Comércio, vizinha de outras grandes obras arquitetônicas como os prédios do tesouro, assembleia legislativa e biblioteca pública.
Cultura e religião na quaresma faz um bem danado!



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