segunda-feira, 29 de abril de 2019

UFA! ESPAÇO CÔNEGO BULHÕES


UFA! ESPAÇO CÔNEGO BULHÕES (I)
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de abril de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.101


Não compareci a inauguração do Espaço Multe Eventos Cônego Bulhões, em Santana do Ipanema. Entretanto, fui olhar de perto para contar de certo no domingo passado. Pena a hora inconveniente para fotos, mas, para bem informar fiz o que pude. Fiquei de fato de boca aberta com a grandeza da obra que esperou mais de uma década pela realização. O amplo terreno no centro da cidade fazia parte das terras adjacentes à casa do Cônego José Bulhões e a ele pertencia. Faz parte da foz do riacho Camoxinga que corta essa área e deságua no rio Ipanema. Todo o terreno, alto e arenoso, é fruto de represamento das águas do Camoxinga pelo rio Ipanema (tese nossa). Abandonado há muito, era lixo e capoeira dos quintais de parte do comércio e do casario que o imprensava.
A área construída tem espaço central que cabe milhares de pessoas. O lado mais alto dispõe de arquibancada, bancos e passarelas. O lado de baixo chega perto do riacho Camoxinga. O acesso é fácil com três entradas e saídas em torno, que ainda são de terra. Focando apenas a parte construída, a transformação da paisagem foi uma realização incrível. Além de transformar o abandono em lugar belo e decente, resolve-se a antiga questão de espaço para eventos quando a prefeitura interditava trechos de avenidas centrais causando transtorno à população. Taí uma obra que pode orgulhar o santanense. Entretanto, nota-se de primeira a falta de espaço verde que a própria obra reclama e chama para si. Tenho impressão que isso será feito na fase seguinte onde mais de quinhentas árvores podem ser plantadas ao longo do riacho e no entorno do espaço já garantido.
Faltou também o asfalto e que agora cabe ditar regra para que o casario que invadiu o espaço antes da construção, não venha a se transformar num labirinto. Esperamos que o espaço em público construído, não se transforme em novo loteamento para comércio. Caso haja relaxamento tudo ali se transformará em camelódromo. O prefeito Isnaldo Bulhões pode muito se orgulhar do espaço construído, Cônego Bulhões.
Amanhã falaremos da Ponte do Urubu, isto é, do arrojado plano para quem quiser continuar os benefícios que faltam por ali, a coroação do que já foi feito. (FOTOS: B. CHAGAS).

 


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domingo, 28 de abril de 2019

PALAVRAS E EXPRESSÕES SERTANEJAS


PALAVRAS E EXPRESSÕES SERTANEJAS
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de abril de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.100

MATA-BURRO. (FOTO: DIVULGAÇÃO).
Esclarecendo palavras sertanejas nordestinas: aió, mata-burro e peia.
Aió. Artefato entrançado de fibra de caroá. Servia como bizaco de caçador, uso a tiracolo e alimentador de cavalos. Colocava-se milho no aió que era pendurado à cabeça do equino como ração extra para viagens. O homem que usava aió, não sendo caçador, era desprezado nos tempos dos coronéis, chamado “cabra de aió”; aquele que não vale nada, sujeito reles, ordinário, sem confiança.
Mata-Burro. Lastro de ferro vazado que se coloca sobre valeta para impedir a passagem de muares e outros animais de porte. Ainda é usado em entrada de fazendas, desvios de estradas para desencorajar a fuga ou entrada de gado por ali. Caso o animal insista poderá prender ou quebrar a pata. Esse lastro também pode ser de madeira, concreto e mesmo de aço (uso mais recente) muito mais forte e durável.  O mata-burro era muito usado na zona da Mata nos tempos dos almocreves ou tropeiros.
Existe um povoado em Alagoas, próximo a Palmeira dos Índios, que herdou o nome Mata-Burro. O povoado Mata-Burro é cortado pela BR-316.
Peia. A princípio é um objeto, relativamente curto, formado de corda volteada. É usado para ligar uma pata dianteira a uma pata traseira de cavalgaduras. Isso faz com que o animal solto não se distancie muito ao ser procurado pelo dono.
 Como segundo significado é o pênis dos animais, também extensivo ao do homem na linguagem chula.
  O pênis do touro, arrancado e limpo, colocado a secar, fica só o nervo. É chamado peia ou bimba-de-boi, muito usado pela polícia para bater nos presos. Os escravos também apanhavam de bimba-de-boi. Atribui-se a este tipo de surra, como dor intensa o que levava suas vítimas a urinarem durante a surra.
No sertão ainda se chama o homem sem caráter de “cabra de peia”, isto é, merecedor de uma surra de peia ou bimba-de-boi.
É ainda viva a expressão, “entrar na peia” em referência a surrar alguém ou, no caso referente à mulher, aguardar ato sexual. “Fulana vai entrar na peia” (chulo).
Ê SERTÃO VELHO SEM PORTEIRA!...







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