segunda-feira, 17 de junho de 2019

O PÃOZINHO DE SANTO ANTÔNIO


O PÃOZINHO DE SANTO ANTÔNIO
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de junho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.127

(FOTO: ACIDIGITAL).
O chamado pãozinho de Santo Antônio é apresentado no dia 13 de junho nas igrejas católicas do Brasil. É um pequeno pão distribuído aos fiéis durante a celebração da Santa Missa, em homenagem ao santo. Diz à tradição que se deve levar o pãozinho para casa e guardá-lo no depósito da farinha. Para o cristão que tem fé, jamais faltará alimento naquela residência. Em Santana do Ipanema sempre houve a distribuição do pãozinho na igreja de São Pedro, no bairro do mesmo nome. A igreja de São Pedro também abriga, há muito, a imagem em questão. Nossa família, por exemplo, sempre participou daquela solenidade junina. Até mesmo nos meios sociais se diz quando as padarias aumentam o preço e reduz o tamanho do produto: “Eita, até parece o pãozinho de Santo Antônio”.
De qualquer maneira, quem segue a história do pãozinho, é testemunha de que nunca faltou alimento em casa ou muito ou pouco, mas sempre tem.
Mas com teria iniciado esta tradição tão bela e útil? Diz uma fonte italiana que uma criança de 20 meses, Tomasito, afogou-se. A mãe, desesperada, fez uma promessa com Santo Antônio, alcançando a graça quando Tomasito ressuscitou. A mulher prometera distribuir com os pobres um pão do tamanho da criança. Daí ter se espalhado pelo mundo o ato da missa de Santo Antônio (dizem que é o santo de maior prestígio no céu). Minha mãe Helena Braga era grande devota de Santo Antônio com tantos benefícios alcançados.
Atualmente a nossa cidade sertaneja já possui um templo no Bairro Floresta, cujo padroeiro é Santo Antônio. Mesmo assim, creio que ainda se distribui o pãozinho na igreja de São Pedro, como antes. Não fui pegar e nem encomendei o pãozinho este ano, mas ele nunca deixou de continuar atuante na fé da minha vida.
Temos muitas e muitas histórias contadas sobre os três santos em evidência no mês de junho. O bom mesmo é se inserir de corpo e alma nas tradições e ser feliz.
Como esquecer o PÃOZINHO DE SANTO ANTÔNIO...
Ora!...
                                                                                                       


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domingo, 16 de junho de 2019

A AGONIA DOS BAIRROS


A AGONIA DOS BAIRROS
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de junho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.126
 
JARAGUÁ. (FOTO: SEMPTUR/WESLEY MENEGARI).
Visitando alguns bairros da capital e interior, notamos a presença de uma tristeza comprida naqueles que já tiveram suas glórias. Qualquer motivo, muitas vezes inesperado, desvia o progresso de uma região, deixando-a sem futuro. Algumas se transformam mesmo em lugares abandonados. Outras jamais superam o trauma e vão vivendo na vagareza do tempo. São inúmeros os motivos que desviam a história dos bairros. Um bom exemplo são os subúrbios emendados de Bebedouro/Maniçoba em Santana do Ipanema. Antes, lugares de festas e passagem obrigatória para agreste e capital, hoje o subúrbio ajardinado – à margem esquerda do rio – parece nem vê a marcha do tempo. Fora de rota viária, amarga sua pobreza e desdenha expectativa.
Na capital, o Bairro Jaraguá exibe o passado endinheirado dos grandes trapiches e dinamicidade das exportações. Mesmo com o esforço público para revitalizá-lo, o aspecto desértico de suas principais vias, causa receio de se andar a pé. Mesmo durante o dia às vezes não se avista outro pedestre na rua além de você. Ao deixar o bairro em qualquer direção, encontra-se a dinâmica do moderno, principalmente nas praias, tantas vezes beneficiadas. Mas esse registro não acontece somente em Maceió ou Santana do Ipanema, guardando-se as devidas proporções. O fenômeno estar espalhado pelo Brasil e pelo mundo, até mesmo pela civilizada Europa. É triste uma aldeia, uma cidade, uma região clamar por moradores imigrantes e até pagar para isso.
Ainda em Maceió, o Bairro Bebedouro, era a entrada principal de quem chegava do interior para a capital. Bairro de casarões tradicionais, onde a elite edificava suas mansões para fugir da agitação do centro. Atualmente também vive um marasmo e tanto. Andar a pé aos domingos pela avenida principal, é vagar no deserto. E quanto à nova ameaça de desabamentos, periferia do Pinheiro, ninguém sabe ainda como ficará.
Enchentes, vulcanismo, terremotos, esgotamento de minas preciosas, desvios de rodovias... São alguns dos motivos que levam ao isolamento de um lugar, antes próspero e feliz.
É a Natureza e o Homem.


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