segunda-feira, 29 de julho de 2019

O JEITO É RECORDAR


O JEITO É RECORDAR
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.153

NEUBENS MARIANO. (FOTO: B. CHAGAS).
Ninguém pode viver só do presente porque o passado não é esquecido. Memória é computador e de vez em quando vai ao fundo do baú rever os seus arquivos. Pois estava pensando no lá longe, quando recebo a prazerosa visita do velho amigo Neubens Mariano de Oliveira, cabra bom das bandas do povoado Pedra d’Agua dos Alexandre e radicado em Rio Branco, Acre e depois em Maceió. Servidor público federal, analista judiciário, ex-professor por mais de 35 anos, Mariano voou alto, ao deixar a Pedra d’Água. Fã do nosso intelecto veio visitar o amigo e adquirir o nosso último livro publicado, o “230”, para sair lendo no avião daqui a Paris, segundo ele. Botando a conversa em dia nem deu para falarmos dos tempos de Admissão ao Ginásio.
     Na calçada alta da ponte Cônego Bulhões, lutávamos montados nos livros para chegarmos no hoje. Lembramo-nos do Neubens, do Serra Negra, do Arquimedes, Vera e o irmão Demóstenes Bulhões, Edson Caveirão, do Zé Vieira e do Galego Bigula; tipos diferentes convivendo na Escolinha de Dona Helena Oliveira, esposa do funcionário público e músico, Celestino Chagas. Não havia ainda a ponte sobre o rio Ipanema. Da calçada alta dava para avistar parcialmente o Poço do Juá e seus bravios canoeiros. Defronte à escola, do outro lado da rua, ficava a padaria do agradável senhor Álvaro Granja e... Um pão quentinho era sempre bem vindo às escapadas da escola. Ao lado esquerdo, a casa do senhor Luís Lira e acima o tradicional Foto Santo Antônio.
Tempo difícil para estudo. Após a quarta série, só prosseguia com a quinta, se conseguisse passar no Admissão ao Ginásio, única opção. Após umas pauladas nas tentativas, chegamos lá, mas muitos colegas abandonaram os estudos pelos mais diferentes motivos. Neubens desapareceu e foi bater no Acre onde a vida abriu os seus caminhos. Hoje vive na Jatiúca, bairro nobre de Maceió, onde sempre está em contato com antigos colegas santanenses.
Por onde andarão os da escolinha?
Ninguém vive do passado, mas recordar é viver, rindo ou chorando não se rompe o liame.





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FESTA DO CARRO DE BOI


FESTA DO CARRO DE BOI
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.152

(CARTAZ/DIVULGAÇÃO).
Uma festa atrás de outra, amigos do Brasil. Em Santana do Ipanema foi encerrada a Festa da Juventude e logo em seguida veio a Festa da Padroeira Senhora Santana. Agora, seguidamente chegou o dia, da Festa do Carro de Boi no município de Inhapi, Alto Sertão Alagoano. Trata-se da 11a edição do evento cujo encontro dos carreiros é o maior do mundo. Tudo é respaldado por lei criada no município que instituiu o Dia do Carreiro no calendário municipal para ser comemorado no dia 31 de julho. Lei de dezembro de 2016. Programada para acontecer no sábado, 27, várias atrações estavam sendo aguardadas pelo homem rural que ama preservar as tradições. Chegada dos carros de boi, violeiros, toadas, xaxado e desfile pela cidade constavam da programação.
“A tradicional festa do Carro de Boi é realizada na cidade de Inhapi, há dez anos, com encontro de carreiros e grandes shows artísticos em praça pública. A festa tem o encontro aberto de carreiros do Brasil, vindos de diversas cidades da região, com seus carros de boi, carroças de burro e carrinhos de carneiro, dessa forma, resgatando todos os anos a cultura do município e região. O evento é realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais em parceria com a prefeitura”.
Saindo de Maceió pela BR-316, é fácil chegar ao Inhapi entre Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia. Quem gosta de curtir o regionalismo pode se dirigir àquela cidade que estará de braços abertos a acolher os visitantes. Muitos ficam acampados assim como os carreiros que se divertem a valer nesse encontro onde fala mais alto o espírito sertanejo.
Assim o velho carro de boi que tanto deu ao Brasil colonial, permanece vivo com a figura reconhecida do seu condutor. Muitas histórias, casos contados, culinária bruta e bastante música faz de Inhapi o centro de Alagoas nesses dias marcados por divertimentos.

No sertão do Inhapi
Tem encontro verdadeiro
Carreiro beijando moça
Moça beijando carreiro
Pode ser que sobre beijos
Pra quem vem por derradeiro.









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