quarta-feira, 10 de junho de 2020

SOBREVOANDO POVOADOS


SOBREVOANDO POVOADOS
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.320

POVOADO PEDRA d"ÁGUA. FOTO (GOVERNO DO POÇO/DIVULGAÇÃO)
Santana do Ipanema possui atualmente quatro povoados. O povoado geralmente vem de uma casinha isolada, de uma igrejinha, de doações de terrenos... Mais uma casa, mais outra e outras, formam um aglomerado, um arraial, cujo crescimento robusto ganha a denominação de povoado. Têm aqueles que depois estacionam sem futuro, outros progridem até às condições de cidade. Um terceiro grupo progride até certo ponto e mesmo com tantas coisas a oferecer continua povoado. Em nosso livro inédito “O Boi a Bota e a Batina; história completa de Santana do Ipanema”, três povoados têm suas respectivas histórias contadas com detalhes. São eles: Pedra d’Água do Alexandre, São Félix e Areias Brancas. O povoado São Raimundo está fora pois, não constava como território de Santana do Ipanema e pertencia ao município de Água Belas, Pernambuco quando o livro foi escrito.
Quem mais deu sorte foi o povoado Areias Brancas, porque foi formado à margem da rodagem Santana – Palmeira dos índios que depois foi asfaltada.  Areias cresceu e hoje é cortada ao meio pela BR-316. Não faltam transporte para Santana, Maceió e qualquer outro centro, garantidos pela BR. Já dispõe de posto de gasolina, padaria, biblioteca pública, açougue, escolas, mercadinhos e várias outros estabelecimentos comerciais. Tem luz, água, calçamento, praças, jardins e política forte que sempre consegue eleger seus representantes na Câmara Municipal. Tudo isso tendo como base o asfalto da sua ótima localização.
O povoado São Félix está inserido na Região Serrana e atende as necessidades básicas dos sítios da região. Seu progresso é lento mesmo com benefícios trazidos pelo poder público. Isso se deve a contramão do eixo rodoviário Santana – Maceió. São 12 km de estrada de terra da sede a Seu Félix que sonha um dia com o asfalto Santana – Águas Belas passando por ali e acelerando o seu desenvolvimento. Antes Quixabeira Amargosa, hoje São Felix, santo forte que poderá realizar o milagre da rodovia.
Já o povoado Pedra d’Agua dos Alexandre, também fica numa contramão de 18 km da sede. É cortado ao meio pela linha divisória Poço das Trincheira e Santana do Ipanema. Povoado bi municipal, isso ao invés de ser uma vantagem sempre implicou em atraso,  Mas o problema maior não é a rivalidade entre municípios, mas sim, a distância para ambas as sedes e a ausência de asfalto para se ligar a BR-316. Em havendo maior atenção esse núcleo poderia ser muito progressista como ponte entre Senador Rui Palmeira e Santana.
O tempo dirá.



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terça-feira, 9 de junho de 2020

OS QUATRO POÇOS DO IPANEMA



                                OS QUATRO POÇOS DO IPANEMA
Clerisvaldo B.  Chagas, 10 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.321

POÇO DO JUÁ NA PARTE SUPERIOR DA FOTO (B. CHAGAS).
Sendo um rio temporário ou intermitente, o Ipanema, a exemplo de tantos outros rios e riachos sertanejos, permanece seco em grande parte  do ano, voltando a escorrer com as águas das chuvas nas suas nascentes e ao longo da sua extensão, tanto no inverno quanto nas trovoadas. Quando na época seca, o rio para a corrente e vai formando poços em lugares mais escavados geralmente margeado por rochas de tamanhos diversos. São esses poços que abastecem residências, animais domésticos e selvagens. Mas existem longos trechos onde não se encontra um só poço, somente a areia grossa predomina na paisagem. Em Santana do Ipanema o rio forma quatro poços que o tempo a partir da era 60 com advento da água encanada do São Francisco, deixou-os abandonados. Pela ordem, a jusante: poço das Mulheres, poço do Juá, poço dos Homens e poço Escondidinho.
O primeiro, o mais desconhecido geral, entre rochas situa-se por trás da Rua Delmiro Gouveia, mais perto da margem direita do rio. Foi apontado pelo saudoso Sr. Benedito Pacífico. Era lugar onde o homem não frequentava. As mulheres se sentiam mais amparadas pelas rochas lisas do entorno. 
O poço do Juá. Formado em pleno comércio onde o rio mostra maior largura, devido as águas fortes do riacho Camoxinga, serviu muito aos canoeiros quando o rio não tinha ponte. As canoas atuavam no rio Ipanema apenas no poço do Juá, transportando para ambas as margens, mercadorias e gente. Formado por parte estreita e pedregosa e o largo arenoso, os canoeiros posicionavam-se perto do estreito para enfrentar a largura. Tinham pouco espaço para o êxito da travessia sem se espatifarem nas pedras do vizinho poço dos Homens, logo abaixo. A travessia em canoas teve fim quando foi construída a ponte General Batista Tubino, sobre o Ipanema, em 1969.Mas também o lugar era frequentado por inúmeros banhistas. Quando seco, servia para jogo de bola nas areias sem vegetação. Ali dá-se o encontro do riacho Camoxinga, pela margem esquerda e o riacho Salgadinho, pela margem direita, com o rio Ipanema.
Poço dos Homens. Poço preferido, assassino e frequentado por todos os homens da minha terra que procuravam banho no rio. Ficou imortalizado no livro “Ipanema um Rio Macho”, da nossa autoria. Uma página gloriosa da história de Santana.
Finalmente, o poço do Escondidinho, por trás do casario do subúrbio Bebedouro/Maniçoba. Mais frequentado por pescadores. Bonito, comprido, cercado de pedras e vegetação.
Muito ainda se tem a dizer sobre essas maravilhas da Natureza.


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