quarta-feira, 24 de junho de 2020

ALVÍSSARAS, VAI SAIR O MEMORIAL RIO IPANEMA


ALVÍSSARAS, VAI SAIR O MEMORIAL RIO IPANEMA
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.332

RIO IPANEMA CHEGANDO À CIDADE (FOTO: ÃNGELO RODRIGUES
Quando eu fazia parte da AGRIPA (Associação Guardiões do Rio Ipanema, como membro fundador, lancei a ideia de promovermos o Dia do Rio Ipanema. A ideia foi transformada em projeto e aprovado pela Câmara de Vereadores. Hoje Santana já pode comemorar o “dia do rio Ipanema” com alguns festejos como faz a AGRIPA., baseada em lei municipal. Idealizei mais duas coisas e as submetemos ao gestor da época que nos prometeu realizar: o “Memorial Rio Ipanema”, no prédio ocioso do Matadouro Público, e uma “estação meteorológica” no seu amplo entorno, mas depois botou uma pedra em cima. Ontem voltei com a ideia na crônica do dia e recebi uma ótima notícia do secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Jorge Santana. Disse o secretário em seu comentário na crônica de ontem: “Abrindo o Livro da História:”
Que esteve no matadouro com o prefeito Isnaldo Bulhões E que havia ficado certo que de fato o prédio seria transformado em MEMORIAL RIO IPANEMA, (não tem o do). Segundo Jorge, haverá ainda no Memorial, salão de palestras e mirante para o rio Ipanema. Pense num homem contente que não coube nas calças! E ainda que a decisão foi comunicada ao atual presidente da AGRIPA. Como o gestor presente não é o gestor passado, confio piamente que agora sairá o MEMORIAL. Sobre a estação, nada me foi dito.  Antevejo os estudantes de todas as escolas recebendo aulas e pesquisando no  MEMORIAL.
Para quem não sabe, o prédio do matadouro, mostrado na crônica de ontem do livro “230 História Iconográfica de Santana do Ipanema“, está situado na margem direita do rio, já fazendo parte do Bairro Barragem. Fica a aproximadamente 300 metros da BR-316, acesso em estrada vicinal de terra logo após a ponte sobre o rio. A conquista resgatará de vez a Geografia e a História da importantíssima corrente que cedeu o seu nome à Rainha do Sertão. Caso tudo saia como imaginamos, será um atrativo a mais para visitantes de Poço das Trincheira, Batalha e Belo Monte, por onde também escorre a Ribeira do Panema. Peço com muita confiança os PARABÉNS antecipados e não tenho porque duvidar da futura realidade anunciada.
Aguardamos a volta do gestor que se recupera, são e salvo para tocar novamente as suas obras.
Passo importante para o orgulho cultural santanense. Esperamos que ninguém usurpe o crédito da ideia.










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terça-feira, 23 de junho de 2020

ABRINDO O LIVRO DA HISTÓRIA


ABRINDO O LIVRO DA HISTÓRIA
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.331

Alvino consertava sombrinha; Zé Preto e Joaquim vendiam mangalhos na feira; Tributino consertava tarrafas; Dona Antônia era lavadeira; Zefinha, engomadeira; Maria Lula vasculhava casas; Mário Nambu, caçador; Alípio bebia cachaça; Seu Tô retelhava  residências; Caçador, cantava; Genésio era sapateiro; Otávio, marchante; Lourdes, macumbeira; Tina, rapariga; Zé Alma Dadinho e pai, sapateiros; tudo era gente da beira do rio, braço extensivo da cidade, entre as Ruas São Paulo e a de Zé Quirino. Uma página virada na história santanense, cheia de pobreza e vida. Anos 50-60, marcha lenta para a Santana rumo Século XXI. Esfarelando o geral da apresentação:
Zé Preto construiu um oratório na Pedra do Sapo, a pedra grande em forma de sapo que demarcava as cheias no Ipanema. Os vândalos destruíram o oratório, deixando só a escadaria. Mário Nambu, grande atirador no voo, caçava por encomenda. Maria Lula, abastecia sua pobre residência transportando água do rio em pote de barro com rodilha, carregado à cabeça. Sempre contratada para vasculhar as casas com vassoura da palha e vara comprida. Galega tipo alemã, ficava muito vermelha quando ingeria “pinga”. Seu Tô, moreno, calmo, era o retelhador número um de Santana. Chapéu único, tipo polícia montada do Canadá, ainda hoje faz falta em tempo de inverno. Alípio era beberrão. Diziam que ele fora jogador do time Ipanema, quebrara uma perna e se dedicara ao vício da embriaguez.
Esses personagens fazem o santanense voltar a bater na mesma tecla: MEMORIAL DO RIO IPANEMA. Temos abrigo ficando ocioso, escola fechada, ao abandono, matadouro desativado, qualquer um desses imóveis poderia abrigar o MEMORIAL. Está faltando a disposição de uma entidade, de intelectuais, de um grupo disposto de quatro ou cinco pessoas que tomem à frente do empreendimento. Ali você encontraria réplica das canoas do Juá, tarrafas, Jequis, muito artesanato ribeirinho, fotografias e mil outras peças que fariam bastante sucesso entre os seus visitantes. Os acomodados ficam apenas aguardando uma iniciativa da prefeitura. Não movem uma palha, em favor do resgate do maior acidente geográfico do sertão e pai de Santana. E olhe que temos vários cursos superiores na cidade. Dizer mais o quê? Até São João sem festejo pede o MEMORIAL DO RIO IPANEMA.


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