segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

O DOCE DE CADA DIA

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de outubro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.404


                                         (foto: blogdocasamento.com.br)
Foi muito bom o espaço dado a agricultura familiar com a feira das sextas, no bairro Monumento. Mas, nesse momento de pandemia e muito difícil para dinheiro, sugerimos ao Secretário da Agricultura, Jorge Santana, outra criação de espaço para fomentar renda para pessoas sem oportunidades. O exemplo vem do Recife onde uma ponte interditada passou a ser o ponto das boleiras e doceiras em toda a sua extensão. Barracas padronizadas, higiene e ponte lotada de compradores, assegurando autonomia das profissionais, gerando também pequenos empregos e renda. Um ponto certo de todos os dias, movimentado e livre do ruge-ruge do trânsito. Não são poucas as exímias doceiras e boleiras de Santana sem oportunidade de expor os seus produtos por uma série de fatores.

A verba empregada pela prefeitura seria o mínimo possível, quase nada, cujo resumo seria distribuição de barracas padronizadas, estrutura para água e luz, terreno municipal como um beco interditado ou outro qualquer espaço favorável a comercialização. Caso alcançasse o sucesso esperado, o espaço exclusivo de boleiras e doceiras poderia ser multiplicado em outros espaços importantes da cidade onde é grande o movimento dos trabalhadores, permitindo assim um lanche rápido nos intervalos do trabalho e mesmo novidades a mais para a alimentação de casa. Um fortalecimento supimpa para mãe de família, boa mão, sem oportunidades. Não é só a roça que precisa ajuda, mas também a nossa periferia tão carente que aguarda olha para ela.

Doceira: mulher que faz ou vende doces, confeiteira. Boleira: Aquela que faz ou vende bolos. A proposta é válida para ambos os sexos, pois as habilidades são uníssonas. Aqui a doceira pode ser boleira e a boleira também pode ser doceira, apenas estamos especificando, pois existem as pessoas que fazem doces variados, menos o bolo e vice-versa. Todas as formas de gerar renda, principalmente entre os necessitados, deveriam ser abraçadas pela municipalidade. É criar inúmeras formas baratas, criativas e eficientes, de modo que todas as famílias tenham condições de pegar e fazer circular o real. A pobreza sempre existirá, mas a miséria é fruto das péssimas administrações públicas e de um infeliz olhar atravessado para os menos aquinhoados filhos de Eva.

 


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domingo, 25 de outubro de 2020

 

PROJETO GAVIÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de outubro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.405

                                         (FOTO: PIXABAY)

Apesar de não sermos jornalistas, gostamos de noticias boas que envolvam o nosso sertão alagoano. Quem conhece as riquezas agropecuárias de Petrolina, pode imaginar um início daquelas sementes no projeto Gavião, em nosso estado. É que o governo estadual irá desenvolver um projeto piloto no município de São José da Tapera, margeado pelo Canal do Sertão. O projeto é para fruticultura irrigada e prioriza a agricultura familiar com recursos de 12,8 milhões do Fundo de Erradicação da Pobreza (FECOEP). No caso, 17 lotes serão pleiteados e que receberão certa quantidade de água para desenvolvimento dos lotes.

Está prevista a produção de manga, maracujá, uva, melão, goiaba, mamão, banana e acerola. Todos esses produtos chagam de Petrolina, estado vizinho, abastecendo Maceió e nosso interior o que é bom por um lado e vergonhoso por outro. Em nossa própria cidade, todo o sistema de frutas e hortaliças chega do estado de Pernambuco, tanto de Petrolina quanto de Rainha Isabel e para alcançar os preços é preciso usar escadas de bombeiros. Sabemos que nada pode ser do dia para à noite, porém, poderemos um dia chagar à riqueza de Petrolina onde só se fala em três coisas: Dólares, toneladas e carro importado. Inúmeras indústrias do agronegócio atuam naquela ilha de prosperidade com até mesmo exportação direta do seu próprio aeroporto. Não é à toa que essa cidade do interior possui duas faculdades de Medicina.

O Canal do Sertão que vai desde o município de Delmiro Gouveia, no Alto Sertão e se encontra agora em São José da Tapera, poderá transformar o Sertão e Alto Sertão do nosso estado em um paraíso, igual à Petrolina, baseado no agronegócio, onde também está inserida a indústria de transformação. O Canal está programado para penetrar no agreste, seu ponto final. Embora se fale bem pouco do que está sendo feito e planejado ao longo dos trechos consolidados, confiamos que, sendo bem dirigido pelos órgãos estatais, erradicaremos a miséria da região e quem sabe... Nossa linguagem mudará também para: tonelada, dólar e carro importado.

 

 

 


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