quinta-feira, 11 de novembro de 2021

 

CINEMA E CARTOLA

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de novembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.612






Acho que o pipoqueiro não durou tanto tempo assim na porta do Cine Alvorada, em Santana do Ipanema. E em porta de cinema, dificilmente falta a pipoca cheirosa e quentinha ou da tradicional ou da moderna chamada de pipoca de isopor. Mas a época não era de pipoca. Um cidadão chegado à cidade começou a vender alguns preparados entre a porta de entrada e a bilheteria. O cheiro invadia a rua, mas também penetrava as narinas dos mais quietos espectadores do interior do cinema, na hora do filme. Alguns não resistiam e nem deixavam a fita terminar, abandonavam tudo e corriam para um lanche. “E que negócio é esse que cheira tanto, meu amigo?”  E o homem respondia: “É paio?” “E o que diabo é paio?” “Um tipo de linguiça do Rio Grande do Sul.

Algum tempo depois o paio foi substituído por novo aroma que também provocava frenesi no cinema de luxo lotado, do meu padrinho Tibúrcio Soares. “Você quer matar o povo pela barriga, meu senhor? Que cheiro medonho é esse?” “Cartola, já ouviu falar?” “Não”. Lembro tudo isso porque estou no momento me deliciando com uma cartola tradicional. Coloca-se ovos na frigideira mais uma camada de queijo e mais uma terceira camada de banana fatiada. Com manteiga... Irresistível, deliciosa e saudável até para diabéticos. E se o que vale para o passado voga para o presente, para que perder tempo pensando, na cozinha!

O Cine Alvorada foi marco importante na pacata e progressista Santana do Ipanema, onde não havia tantas diversões assim. Lugar de se divertir, namorar e matar o tempo, o Alvorada era uma das melhores coisas da cidade ao lado do futebol aguerrido do Ipanema no Bairro Camoxinga. Infelizmente a grande decisão do comerciante e empresário Tibúrcio, em construir o Alvorada, estava bem perto do limiar das diversões em casa e, o cinema decorado com motivos regionais, não durou tanto tempo assim. Seu edifício descaracterizado continua servindo o povo santanense como casa comercial também de luxo. Mas a saudade da pipoca, do paio, da cartola do senhor José Gomes, continua cheirando através dos tempos atuais na mente dos que narram os fatos inolvidáveis da terrinha.

CINE ALVORADA (FOTO: B.CHAGAS).

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MÉDIO SERTÃO E BACIA LEITEIRA

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de novembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.611






Já falamos aqui sobre o Alto Sertão Alagoano e, agora falaremos sobre o chamado Médio Sertão e Bacia Leiteira de Alagoas. As dúvidas sobre os assuntos são constantes, mas chegou a hora dos esclarecimentos. Fazem parte do considerado Médio Sertão Alagoano as cidades: Santana do Ipanema, Dois Riachos, Olivença, Olho d’Água das Flores, Carneiros, Senador Rui Palmeira, Poço das Trincheiras, Maravilha e Ouro Branco.

Quanto à Bacia Leiteira de Alagoas, abrange uma área de 2.782.90 Km2 e é composta por 11 municípios destaques na produção de leite. São eles: Cacimbinhas, Major Izidoro, Batalha, Belo Monte, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho d’Água das Flores, Palestina e Pão de Açúcar. É bom saber que a área possui 8.657 agricultores familiares, 357 famílias assentadas e 12 comunidades quilombolas.

Veja que nem todos os municípios do Médio Sertão pertencem à Bacia Leiteira. Mas também a Bacia Leiteira não é só formada por municípios do Médio Sertão.

Veja também que cidades como Minador do Negrão, Cacimbinhas e São José da Tapera não estão incluídas como Médio ou Alto Sertão. No caso, não temos conhecimento dos critérios usados nessa classificação.

A central da Bacia Leiteira de Alagoas São os município de Major Izidoro, Batalha e Jacaré dos Homens. Isso não quer dizer que muitos outros municípios sertanejos que oficialmente não fazem parte de Bacia, não produzam leite. Todos os municípios vivem da agricultura e da pecuária leiteira.

MAJOR IZIDORO (CRÉDITO: IBGE).

 


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