quarta-feira, 8 de maio de 2024

 

RESTO NÃO É RESTO

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de maio de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.042



 

Muito importante para os estudos da Arqueologia, da História, da Sociologia, primordialmente, as recentes descobertas dos vestígios de nossos ancestrais, à margem do rio São Francisco na cidade de Traipu. Sítio arqueológico é coisa que encanta tanto os estudiosos quanto o leigo humilde e curioso. Parece, no entanto, que é muito mais fácil achar do que conservar um sítio. Não são muitos os que se dedicam a esses tipos de descobertas. Até mesmo pela falta de oportunidades fartas para o exercício desses conhecimentos, muitos cérebros são desviados para outras atividades. Não restam dúvidas de que as margens do “Velho Chico”, sempre surpreendem a Ciência, tanto pelas belezas naturais quanto pelas descobertas.  Com ocorrência mais raras, também são encontrados vestigios em lugares mais distante do rio e muitas vezes nem sequer são estudados.

Em Capelinha mesmo, povoado de Major Isidoro, apresentaram-me uma pedra polida, achada na região do rio Ipanema, por ali.  Peça pequena, pesada, de pedra lisa proveniente da correnteza. Tudo indica que era u’a mão-de-pilão de macerar grãos ou folhas, mas não sendo especialista no ramo preferi encaminhar a peça para os entendidos. Bem assim fomos conhecer as inscrições rupestres do Sítio Pedra Rica, município de Santana do Ipanema. Depois de enfrentarmos o exército de maribondos guardiões do tesouro, reproduzimos os vários desenhos encontrados na barriga de um enorme lajeiro. Infelizmente na época a cúpula do Jornal de Alagoas, com Encarte Jornal do Sertão, resolveu não publicar o nosso trabalho. Cultura sempre foi tratada em último lugar.

A nossa admiração por esses profissionais estudiosos, pesquisadores de alto gabarito, sempre esteve em evidência, muito embora a nossa área Geografia, seja interligada, sempre procuramos complementá-la com Geologia, coisa que continua impossível para nós até os presentes dias.

E aqui em nossa região, mais afastada do rio São Francisco, temos apenas uma peça de bicho pré-histórico no Museu Darras Noya em Santana do Ipanema e um museu na cidade de Maravilha dedicado às descobertas de fósseis de bichos do município.

Viva o Sol e viva a Lua, embora falte uma banda.

 

 

 

                                                             


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terça-feira, 7 de maio de 2024

 

DIA DE COMIDAS

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de maio de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.041

 



Ontem, segunda-feira, uma chuva fina e educada não cessou durante à noite inteira, na cidade de Santana do Ipanema. Com tantos anúncios de desastres pelo Brasil e pelo mundo, o dia inteiro de ontem, com aspecto de inverno iniciado, assustou um pouco por causa dos alertas que se vem dando em Alagoas. Mas a serenada noturna foi excelente com direito a friezinha, muita umidade e tempo fechado. Nada de relâmpagos, nada de trovões, somente o céu branco aguando com paciências a flora sertaneja.  Mesmo assim, numa escapada não sei como, não deixou de aparecer a majestosa lua dando alguma esperança boa aos habitantes do Planeta. Na capital, não sabemos, mas aqui no interior sertanejo, não tem quem não note a esquisitice do tempo.

Com os céus ameaçando chuva mesmo, caminho quinhentos metros para chegar ao cabelereiro que me indica sem que eu peça, um novo restaurante no roteiro Olho d’Água das Flores/Pão de Açúcar, logo perto do trevo. “Uma deliciosa peixada, professor, lugar que ao meio dia fica completamente lotado. Todos querem comer pirão de peixe tilápia fisgada na hora nos tanques de criação que circundam o restaurante.  Todos os clientes fotografam os peixes nadando no tanque e que muitos deles estarão daqui a pouco no bucho dos apreciadores”. E referindo-se ao tempo, o cabeleireiro (não quer mais ser chamado barbeiro) afirma que a natureza está ideal para um passeio até o tanque das tilápias.

No meu retorno, sou abordado por um antigo dono de bar, com o mesmo assunto de comida, sem que eu puxasse esse tema. Desta feita apontando um novo bar, que entre outras coisas, serve buchada. E como buchada é uma coisa que você tanto pode correr duas láguas a sua procura, quanto pode correr mais duas horrorizado com ela, procurei mudar o assunto. Mas vi que o tempo estava favorável para comida, restaurante, bar e seus derivados. Arre! Parece que quanto mais o tempo fica chuvoso mais aumenta a vontade de comer, do povo. Nesse caso, vamos aproveitar o momento do computador e a frieza da tarde para tomar um cafezinho com bolo de mandioca, daquela condição rústica no fabrico e na venda na feira. Vamos!

(FOTO: B. CHAGAS).


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