terça-feira, 17 de setembro de 2024

 

 

CURRAL DO MEIO NOVO BAIRRO

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de setembro de 2024

                                 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 110

 



 No município de Santana do Ipanema, existem dois sítios rurais com o nome de Curral do Meio. Um mais distante do centro, outro nas imediações da cidade. Portanto, Curral do Meio I (mais perto) Curral do Meio II (mais longe). Pois bem, No Curral do Meio I, foi implantada uma estação agrícola experimental que revolucionou a agricultura sertaneja no ano de 1925. Então, a região do sítio Curral do Meio II, também passou a ser chamado pelo povo de Sementeira. Nos últimos anos, dizem que a Sementeira do governo passou a ser um Reserva Biológica, mas todos seus arredores ainda são denominados Sementeira ou Curral do Meio. Vale salientar que antes de se chegar ao Curral do Meio I, tínhamos que passar por outro sítio rural chamado Cipó.

Pois bem, a expansão Leste da cidade, engoliu o sítio rural Cipó, lugar que perdeu a referência e o nome. Poucos lembram que ali era chamado Cipó. Agora, a expansão urbana avanço pelo antigo Cipó e está aos poucos se ligando ao sítio Curral do Meio I que têm muitas residências. Curral do Meio I ou Sementeira, já está ligado à cidade por calçamento de paralelepípedos. Apenas um vazio de cerca de 500 metros separa as últimas casas da urbe com o Curral do Meio/Sementeira. Podemos dizer que, como previmos o engolimento do sítio Cipo, com muita antecedência, Prefirimos chamar, não oficialmente já, o sítio rural Curral do Meio/Sementeira de bairro. O mais novo bairro de Santana. Pedimos apenas ao futuro prefeito que ao oficializar o lugar como bairro, conserve esse belo nome tradicional de Bairro Curral do Meio.

No momento não temos nenhuma outra ameaça de partes extremas da cidade deglutir sítios rurais. Pelo menos por alguns anos, está tudo estabilizado. Porém, daqui para 10 anos à frente, o sítio Riacho do Bode poderá estar ocupado. Aguardemos o impacto urbano para melhor análise após a ligação da AL-120 com a BR-316 contornando a cidade e passando nas faldas da serra Aguda, onde ficará a estátua de Senhora Santana. O roteiro para evitar carros pesados entrando pela cidade, poderá fazer efeito contrário com a própria cidade se expandido pelos novos trechos. Aí ficaria tudo no mesmo.

Aguardemos,  pois.

CENTRO DE SANTANA (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 


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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

 

CARNAVAL HISTÓRICO E INUSITADO

Clerisvaldo B. Chagas 17 de setembro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.109

 



O escritor santanense Oscar Silva cita nomes de alguns blocos carnavalescos das décadas 1920-30. Mas nos anos 60 os blocos já não eram os mesmos da época do saudoso escritor.  Alguns se tornaram tradicionais, outros tiveram pouca duração. Entre os gerais estavam os “Negras da Costa”, o “Bacalhau”, “os Cangaceiros”, as “Volantes”, os “piratas” e o mais longevo o “ Urso Preto”. Este é o que nos interessa. Alcançamos o bloco do “Urso Preto” no comando de Seu   Carola (ô), dono de farmácia – o galego seríssimo com pinta de alemão e eterna gravata borboleta. Era ele quem guiava o urso preto acorrentado em companhia de brincantes e conjunto musical com   sanfona, pandeiro e outros instrumentos simples. Depois de Carola, o comando do bloco e do urso passou a ser do cidadão Chico Paes.

Somos avessos às palavras de baixo calão, vulgares e chulas, porém, as duas narrativas abaixo tiradas dos carnavais de Santana no obriga. O malandro Zé Nogueira fazia o papel do urso de seu Carola. Fantasia pesada e quente, o urso, seu domador e amigos entravam de casa em casa, comendo, bebendo e dançando. Zé Nogueira teve um desarranjo intestinal violento. Disse para seu domador: “Seu Carola, urso quer cagar! E o seu domador: “Vai para lá, urso... Urso na caga. E depois de várias tentativas de se libertar da corrente e da fantasia, não teve jeito. A catinga medonha tomou conta do bloco. O urso preto se desmanchava em merda. E se a mente não engana, esse foi o último Carnaval de Seu Carola.

Já mais adiante, o mecânico Josinho, sobrinho do Chico Paes, estava dentro da fantasia do uso preto. Ao passar pelo famoso Largo do Maracanã, seus acompanhantes ainda cantavam:

 

 E como foi

E como é,

O urso preto

Vem da arca de Noé...

 

Um espectador abusado que estava bebendo num bar, gritou a pleno pulmões: “Vamos comer o c. do urso!!!

Nesse grito de guerra, o urso preto, Josinho, rasgou a fantasia, puxou uma lapa de faca de umas dez polegadas, riscou a lâmina no chão de pedra, fazendo voar faísca para todos os lados e gritou de volta:

“Pois venha comer o c. do urso, rebanho de peste!”.

Foi um corre-corre geral e o tarado perdeu o tesão na hora.

URSO PRETO SIMILAR AO SANTANENSE.

 


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