segunda-feira, 2 de agosto de 2010

CHEGA DE LIXO

CHEGA DE LIXO
(Clerisvaldo B. Chagas. Três de agosto de 2010)
Os costumes sociais vão mudando através dos tempos. Muitos deles melhoram, facilitam e seguem em frente. Outros são práticos, cômodos, mas depois criam problemas sérios para a própria organização humana. Lá vai o homem refazer tudo. No caso da Moda, muitos falam que ninguém inventa nada. O que você faz hoje como lançamento, alguém já o fez há quarenta anos ou há um século aqui ou em outro lugar. Vamos observando a campanha ecológica que todos parecem se engajar. E entre essas preocupações na busca por melhor qualidade de vida, encontramos progressos significativos no planeta inteiro. Até aqueles países que resistiam à ideia de Ecologia, começam a perceber que isso não é moda, não se comporta como moda, não quer ditar moda. A luta por um ambiente saudável vai virando consciência planetária e uma espécie de febre sadia para essa e futuras gerações. Cada país, empresa, escola, pessoa, quer fazer a sua parte na salvação de competência.
Quando os supermercados tomaram a iniciativa da troca de sacolas plásticas pelas bolsas de tecido, foi uma atitude louvável para os tempos em que estamos vivendo. Quantos animais não já morreram pelo mundo após engolirem as bolsas plásticas? Os bueiros das cidades entupidos com esses objetos provocando inundações, os amontoados do material nas ruas de quase todos os municípios, dão um aspecto de repulsa e subdesenvolvimento.
O exposto acima vai trazendo à tona o tempo de um comportamento mais simples. Quando comprávamos nos armazéns, mercearias, bodegas, lojas, padarias, os objetos eram entregues em embrulhos de papel e cordão comum. O barbante (mais resistente) amarrava pacotes mais pesados. Eu mesmo dominei a arte de fazer pacotes bem feitos despachando em loja de tecidos de meu pai. Depois o cordão comum foi sendo aos poucos substituído pela fita gomada tipo “durex”. Então, para facilitar as coisas chegou a tal bolsa plástica, hoje tão polêmica. As padarias, em cidades do interior, quando não despachavam o cliente no balcão usando o papel, faziam de outro modo. Para os fregueses habituais, os pães eram entregues em sacolas de tecidos que ficavam penduradas em um prego à porta ou à janela do comprador, cedinho ou à tardinha. Cada sacola tinha a cor escolhida pela dona de casa e um motivo bordado relativo à padaria. Quantos aos pães, os básicos eram os mesmos de agora: “francês”, também chamado “pão de milho” e “aguado”; “crioulo” e “doce”. Depois foi aparecendo outros para quem tinha melhor poder aquisitivo. E, antes que você pergunte ninguém roubava as sacolas penduradas. As bolachas “cream cracker” chegavam das fábricas de fora em latas com belíssimas ilustrações e eram vendidas em retalhos. Quebra de rotina do pão. Um luxo!
Aguardamos dos mercados santanenses, a iniciativa da volta desejada e ecologicamente correta da sacola de tecidos. CHEGA DE LIXO.


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domingo, 1 de agosto de 2010

NAS CAVAS DOS CINZEIROS

NAS CAVAS DOS CINZEIROS
(Clerisvaldo B. Chagas - dois de agosto de 2010)
(Aos seresteiros, poetas e românticos de Alagoas)
Resolvi dar um tempo em outros afazeres para tentar formar uma coletânea musical. Todos gostam de música, mas nem todas nos agradam. Para curtir numa viagem ou para relembrar emoções, dei início à tarefa que parecia fácil. Para adiantar as coisas, apelei para a Internet. Achei que as músicas que mais marcaram parte da minha vida giravam em torno de quinze. Um concentrado de pelo menos vinte, já estaria de bom tamanho. Pela melodia, letra e marca do momento, fui selecionando as vinte que o meu saudoso compadre Marques Aguiar chamaria de “cavernosas”. No momento, estou na décima sexta. A primeira dificuldade foi lembrar os nomes das músicas, somente com trechos de referências. Consegui encontrar quase todos os títulos. O segundo obstáculo foi não encontrar as letras de alguns títulos. O terceiro barranco foi, após encontrar título e letra, não encontrar o compositor (coitado, fica sempre esquecido). A quarta dificuldade futura poderá ser encontrar um seresteiro por aqui com a coragem suficiente para cantar e gravar as vinte homicidas para uso doméstico. Foi impossível não se lembrar de pessoas de Santana que gostavam de cantar algumas dessas cavernosas. Vou citar, portanto esses nomes que os recordo através desse trabalho. Para elas será uma grande surpresa. Fora a letra, o que faltar foi porque ainda não encontrei: intérprete, compositor ou data de lançamento.
“A Pérola e o Rubi” e “Tarde Fria” (in. Cauby Peixoto); “Noite de Insônia” (in. Nelson Gonçalves); “Risque” (comp. Ari Barroso); “Lama” (comp. Marcus Caffé); “Vingança” (comp. In. Lupicínio Rodrigues); “Ninguém chora por mim” (comps. Evaldo Gouveia e Jair Amorim. In. Moacir Franco); “Recordação de Ypacaraí” (comp. Zulena Merkin e Demetrio Ortiz. In. Perla); “Ronda”. “Mané Fogueteiro”, “Senhor da Floresta”, “Grande Mágoa” e “Ave Maria” (in. Augusto Calheiros); “Abandono” (in. Altemar Dutra) e “Lá no Pé da Serra (Você Vai Gostar)” (comps. Jorge e Mateus. In. Vanusa); “Nervos de Aço”.
Pela ordem, a primeira música lembra Cícero de Mariquinha (o maior cantor). A quarta, a quinta e a sexta, lembram Norma, prima que ajudou a minha mãe a me criar. Cantava sempre em casa. A sétima é o ex-colega de Ginásio Omir Pereira (cantor quase profissional). A oitava, Miguel Lopes (cantor de profissão). A nona lembra a ex-prefeita e excelente cantora, Linda. A décima e a décima primeira trazem a lembrança do seresteiro Juca Alfaiate. A décima segunda, Mário Nambu em vida. A décima quinta recorda Barbosinha, o homem da voz educada. E, a décima sexta, vem o boêmio Miguel Chagas. Uma, porém, está quase impossível de consegui-la, cujo trecho é: “Ó mãe/ palavra santa de tanta grandeza/traduz/ o que há de mais belo nessa natureza...” Só. Era cantada por Agnaldo, também chamado Gaguinho, (voz de ouro) pertencente à banda musical da Polícia Militar de Alagoas. Pelas madrugadas, diante da casa de Dona Florzinha, esposa do senhor José Urbano, Aguinaldo era um rouxinol que fazia chorar. Título, letra, autor e até mesmo o intérprete dessa música, não consegui. Espero que alguém nos dê pelo menos uma pista. “Grande Mágoa”, última música de Augusto Calheiros, não encontrada, só referências. Como você pode ajudar a encontrar as duas letras?
Estou seguindo a “Insônia” de Nelson Gonçalves, nesta madrugada (quatro horas e trinta minutos). Ainda vou colocar umas daquelas de Altemar (voz preferida) para dormir. Ai, ai... Fósforos sacudidos, violões chorosos... Quantos amores exaltados, quantas paixões morrendo nas CAVAS DOS CINZEIROS.


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