sexta-feira, 30 de março de 2012

CASAL,ORA BOLAS!

CASAL, ORA BOLAS!
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de março de 2012.

 A Companhia de Saneamento de Alagoas – CASAL é a empresa de abastecimento de água e saneamento básico do estado brasileiro de Alagoas e tem Maceió como a sua sede. Foi fundada em dezembro de 1962 e é oriunda do antigo Departamento de Água e Esgoto da Secretaria de Viação e Obras do Estado de Alagoas.
          Antes da criação da CASAL, pelo menos o sertão alagoano, notadamente Santana do Ipanema, eram abastecidos de água utilizando-se os meios disponíveis da época. Na cidade, inúmeras residências possuiam reservatório para captar a água da chuva, proveniente das trovoadas e dos meses de outono-inverno, chamado cisterna. As cisternas eram feitas de alvenaria e escavadas no solo. Casas maiores e de pessoas abastadas, dispunham desse tipo de reservatório com capacidade para até quatro caminhões-pipa. Vindo as águas através das telhas, levavam a sujeira para dentro da cisterna que depois assentava ao fundo. Quase todos os problemas causados pela água da cisterna, acusavam amebíase. As cisternas eram auxiliadas ainda por potes, jarras e porrões (u) de barro. Os pequenos reservatórios de barro armazenavam tanto a água da chuva, quanto a água vinda das cacimbas do rio periódico Ipanema. Havia uma distinção entre a água de beber e água para tarefas domésticas, classificadas, geralmente, pela salinidade. Dezenas e dezenas de “botadores d’água” abasteciam a cidade através de jumentos com quatro ancoretas de madeira ou em latas de querosene em caçambas também de madeira, em lombo de jegue. Quando alguém precisava de água em casa, era somente chamar o primeiro botador d’água que passasse na rua. Muitos dispunham de contratados. Alguns trechos do Ipanema forneciam água com menor teor de sal, caso do sítio Marcela, perto da serra do Poço.
          Com a campanha feroz do santanense pela água de qualidade, a cidade passou a ser abastecida pela CASAL, através de adutora. O líquido vinha através de tubos, captado no rio São Francisco, no município de Belo Monte, somente depois mudou para Pão de Açúcar, também cidade ribeirinha. Na ocasião o governador major Luiz Cavalcante, em discurso de inauguração no Bairro Monumento, mandou que o povo quebrasse todas as cisternas, “pois daquele dia em diante jamais faltaria água em Santana do Ipanema”. Quem as quebrou, ainda hoje anda arrependido.
          A seca periódica agora é nos canos da CASAL, onde existe muitos outros tubos por onde entra dinheiro do povo todos os meses. Muito dinheiro! Mas por que os serviços da Companhia continuam péssimos. Somente uma investigação profunda e séria, feita por órgãos de credibilidade, apontaria os erros. Ninguém pode mais recorrer às águas poluídas do Ipanema e a CASAL continua sem crédito perante o povo esquivo e desconfiado. Alagoas, infelizmente, saco de pancada de Nordeste, quando acontecerá a sua liberdade? Cadê moral para falar negativamente do jumento? CASAL, ORA BOLAS!


















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quarta-feira, 28 de março de 2012

AVIÃOZINHO



AVIÃOZINHO
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de março de 2012.

          Volta à tona, novos capítulos da novela brasileira que tem como personagens aviões caças. O xadrez da política mundial, as sensibilidades diplomáticas, eleições, mudanças de governo e outros fatores, vão temperando a diplomacia dos negociantes. O avião francês Rafale que estava quase certo para ser adquirido pelo Brasil, ora vai para a fila no terceiro lugar da concorrência, ora volta ao primeiro em questões de semanas ou dias. Os principais jornais do mundo vão tentando adivinhar quem será o vencedor nessa disputa que envolve bilhões da moeda brasileira. Qual o melhor avião de guerra da licitação? Pelo visto, pelo que se lê no que aparece na Imprensa, todos os três são excelentes. O fator preponderante para a compra dos aviões, pelo Brasil, está na transferência de tecnologia. Não temos, no momento, condições de produzir um avião como os que são oferecidos. Mas também não podemos ficar eternamente dependendo da tecnologia alheia. Em um eventual conflito armado, caso o vendedor quisesse, poderia não fornecer mais aviões e nem assistência técnica ao seu comprador. A solução no momento é comprar os aviões com transferência de tecnologia, para que possamos fabricar nossos próprios aviões. Assim deve ser para outros tipos de armas relativas ao Exército e a Marinha.
          Quanto ao preço de cada aeronave, mesmo sendo mais caro do que o concorrente compensa por causa da transferência tecnológica. Mas a dança das negociações possui outras sensibilidades. Lula foi tratado com bajulações pelo presidente francês, porém, o mesmo presidente não foi atencioso com Dilma lá na França. Entra no jogo a diplomacia americana para ganhar a disputa, prometendo, além da tecnologia, outras vantagens estratégicas apresentadas pelos bastidores. O Rafale nunca foi comprado fora da França. A Índia que pensava em adquirir muito mais de cem unidades animava o Brasil a inclinar-se para a França. Acontece que nos últimos dias houve um esfriamento indiano para os lados dos caças franceses que parece ter iniciado novela semelhante à brasileira. Dilma está em dúvida e o americano se anima.
           Há quem defenda prioridade para submarinos que iriam defender o nosso pré-sal. Para isso precisaria também de muitos navios, o que daria preferência às reivindicações da Marinha. E o apoio aéreo, então, como ficaria? A vantagem do assunto é que não pertence a uma só emissora de televisão. A novela prosseguirá amanhã em todos os canais do mundo. O importante é adquirirmos com segurança essa tecnologia que tanto falam e confiar ─ no futuro ─ em nosso próprio “AVIÃOZINHO”.

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