domingo, 24 de janeiro de 2016

O CAVALÃO DE BRONZE

O CAVALÃO DE BRONZE
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de janeiro de 2016
Crônica Nº 1.502
PRAÇA DEODORO, EM MACEIÓ. Foto: (Clerisvaldo).

A chuva cai a gosto do sertanejo no centro de Maceió. Surpreendido por ali, inútil correr para a Praça Deodoro, pois, abrigo no logradouro está difícil até para as aves do céu, como diria Jesus. A famigerada praça foi sempre ponto de encontro dos namorados; dos estudantes; dos que procuravam resolver negócios no comércio. Rodeada por prédios importantes como o Teatro e a Academia de Letras, a praça fornecia o fôlego necessário para quem precisasse, ao refrigério das suas árvores e bancos encurvados. Foi ali defronte que a sorveteria Gut-Gut criou fama e marca. O melhor sorvete de coco do Brasil, o delicioso picolé de milho verde e os segredos dos fabricos guardados a sete chaves. Foi na esquina, do outro lado da rua, que a torrefação Café Afa assanhava as narinas dos passantes.
Não tendo mais sorvete e nem café, pelo menos continua com seus imponentes prédio históricos no entorno. Reformada prefeito a prefeito, não mais possui uma feição fiel e definida. Suas longas árvores foram motivos de podas e outros procedimentos que transformaram suas faces, alienaram suas galhas, espantaram suas folhas. O piso melhorou permitindo um caminhar suave. O espaço feio e “ocioso” de um dos lados ganhou calçadão e bancos passando claramente da água suja para o vinho. Maravilha! Obteve a praça esse complemento poderoso e aliado que tanto facilita a vida dos seus transeuntes.
Entre o espaço mais claro oferecido, permanece uma beleza por outro prisma. O ponto de referência da capital Maceió continua o mesmo, assim como era a antiga Secretaria de Educação, o Bar do Chopp ou mesmo a Igreja do Livramento, em cuja calçada foi assassinado nos anos 20, o coronel José Rodrigues, de Piranhas. No alto do pedestal, o cavalão  do primeiro presidente da República do Brasil, marechal Deodoro da Fonseca, ainda carrega o dono sem se cansar. Estamos familiarizados com a Praça Deodoro, porém, o turista vibra bastante ao fotografar o marechal e seu cavalão de bronze.
Alegria! Alegria!



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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

A MARCHA DO RIO MACHO

A MARCHA DO RIO MACHO
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2016
Crônica Nº 1.501


Foi muito bom saber notícias sobre os efeitos das últimas chuvas nos sertões nordestinos. Cansado da longa estiagem em Alagoas, o sertanejo regozijar-se-á vendo escorrer água barrenta pelas ribeiras do Ipanema, Traipu, Dois Riachos, Desumano, Riacho Grande e Capiá. A flora se enverdece, as abelhas se agitam, a terra se perfuma e o gado escaramuça. Nas serranias os matos se cruzam, murmuram os córregos, a lua se lava. Na planície os homens gargalham, chota a raposa, encolhe-se o carcará. O rio Ipanema se renova, incha, desfila e marcha pelas areias grossas e meandros infindáveis.
E, lá no cantinho de comentário do blog, vejo a Guardiã da Mata, Diva Correia relatar de Capelinha (povoado de Major Isidoro-AL): “Amigo Clerisvaldo, seu livro nos ajudou muito no Projeto Água para Futuras Gerações. Aqui em Capelinha, nós, Guardiões da Mata lemos seu livro sem parar e discutimos muito a riqueza de detalhes para que pudéssemos conhecer o Ipanema de montante a jusante. Deus o abençoe ricamente. Muito tem sido emprestado aos professores e alunos. Abraços. Diva Correia sobre Ipanema um rio macho”.
Quanta honra em poder servir a uma população inteira!
Passamos ao amigo leitor mais uma informação de outras tantas boas notícias por onde o livro “Ipanema, um rio macho” tem palmilhado. Poderá ajudar historicamente ao IPHAN a tombar a igrejinha de Nossa Senhora dos Prazeres localizada em um morro do rio São Francisco, na foz do Ipanema, Belo Monte; pois foi ele que deu origem também ao nosso mais novo livro escrito: “Barra do Ipanema – Um povoado alagoano”, cuja capa será da artista plástica filha daquele povoado, Girlene Monteiro. É esse o livro que poderá cooperar para o tombamento.
Enquanto isso, santanenses, cuidado com as novas águas da corrente, pois dizem os mais velhos: “Quando o Ipanema enche, o inverno é bom”;  Mas também: “Ipanema botou cheia, leva um”.
(Fotos: Arquivos do autor).

 






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