segunda-feira, 1 de novembro de 2021

 

ASFALTO NO BARROSO

Clerisvaldo B, Chagas, 2 de novembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.604



Nesses momentos em que se aproxima o Dia de Finado, a Prefeitura de Santana do Ipanema, inicia a pavimentação asfáltica que dá acesso ao Sítio Barroso. Foi ainda nos tempos do então, prefeito Nenoí Pinto que foi construído no apontado sítio, região plana e de chácaras que fica a cerca de 5 km do Centro da cidade, o chamado Cemitério São José que ficou conhecido popularmente como Cemitério do Barroso. Este campo santo veio para aliviar a lotação do antigo Cemitério e único Santa Sofia. O seu trajeto, porém, continuou até agora com a mesma estrada tortuosa e de terra que dificultavam os féretros até ali, principalmente nos deslocamentos a pé.

Agora a prefeita Christiane Bulhões em parcerias com projetos estaduais e federais, começou a beneficiar não somente o acesso ao Cemitério São José, mas ao mesmo tempo à toda à região que abrange o sítio mais conhecido como Camoxinga dos Teodósio. É o Barroso quem abre os acessos para os sítios Água Fria, Poço Salgado, Tigre, Camoxinga, Pé da Serra, Troca Topa, Pinhãozeiro e Malembá. A região do sítio Barroso é plana e alta e o seu tipo de solo atesta o seu nome. Antigamente ali eram realizadas as corridas de cavalos de Santana do Ipanema, lazer interrompido após acidente entre o cidadão de Santana, Jacinto Vilela e um desses cavalos.  O óbito selou o local como pista de corridas.

O asfalto que inicia na estrada que passa pelo Bairro Lajeiro Grande, facilitará o trânsito dos cortejos fúnebres, proporcionando maior facilidade para as famílias visitarem e cuidarem dos seus entes queridos ali no Barroso sepultados. Portanto, o Dia de Finados promete um grande movimento em ambos os cemitérios como sempre acontece nessas ocasiões. Celebrações de missas e um comércio intenso improvisado de velas e flores que tem início às primeiras horas do Dia de Finados.

O asfalto, sem dúvida, encurta distâncias e traz benefícios sem conta!

Parabéns a todos os envolvidos nesse projeto em execução!!!

CEMITÉRIO SÃO JOSÉ em 2013. (FOTO B. CHAGAS/LIVRO 230).

 

 

 

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2021/11/asfaltono-barroso-clerisvaldob-chagas-2.html

domingo, 31 de outubro de 2021

 

CARROSSEL

Clerisvaldo B, Chagas, 1 de novembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.603




Termina o mês de outubro sem definir sua antiga posição no calendário anual. Primavera na agenda, inverno na aparência e verão na vontade escondida. Último domingo mesclado de incertezas, ora frio, ora pegando fogo, com ameaças de chuvas cujas nuvens não se resolvem, “carregação”, dizem os entendidos. Assim caminhamos para o Dia de Todos os Santos, sem definição, sem chuva, sem caminhão-pipa, sem olhar de futuro, mas ainda confiante nas forças divinas que estão sempre no coração e no bizaco do homem sertanejo. Céu azul, céu de cinza, céu carrancudo... O clima da terra vai se virando como pode e nós vamos buscando esperanças onde as esperanças são rechaçadas pelas ações humanas. Covid, Carestia, Gasolina, Violência, poluição,,,

Já vivi tempos assim quando a responsabilidade era pouca. Como criança, fui passando no Beco de Sebastião Jiló, primeira travessa da Rua Antônio Tavares pera o rio Ipanema quando um grupo de homens conversava espiando para o céu. Falava sobre o tempo abafado e sem chuva. O flandreleiro Zé Gancho que fazia bicas de flandres (zinco) ali pertinho, dizia que “no Ceará choveu foi muito!...”. Não sei se foi pela sua fala arrastada ou alguma coisa assim que este passante disse repentinamente: “Choveu bo....”. O artesão sentiu o baque e ficou dizendo palavras exasperadas. Mas o menino continuou o seu caminho, porque menino é menino e o saudoso Zé Gancho voltou à sua palestra. Ficava muito brabo ao ser chamado de Zé Gancho, cujo apelido nem sei o motivo.

Deve ter chovido mesmo no Ceará. Zé Gancho estava certo e preocupado com o tempo. Sertanejo só fala em chuva. É o núcleo do agronegócio e suas periferias diversas que fazem andar as coisas em solos do semiárido. Se vai chegar água do céu, têm encomendas de bicas (calhas) para Zé Gancho, Manezinho Quiliu e outros artesãos que perscrutam o tempo todos os dias. O simples sinal do relâmpago já desperta o interesse, a alegria e a curiosidade: “está chovendo em Cacimbinhas, Dois Riachos, Palmeira dos Índios, no Alto Sertão que as nuvens trouxeram notícias. Ontem como hoje, o tempo é senhor de tudo e o Senhor, senhor do tempo. Deixe que chegue novembro, Dia de todos os Santos... Dia de Finados... E a sequência do que Deus planejou para nós.

TEMPO EM SANTANA, FINAL DE OUTUBRO (FOTO: B. CHAGAS)

 

 

 

 


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2021/10/carrossel-clerisvaldob-chagas-1-de.html