quarta-feira, 25 de outubro de 2023

 

IFAL É NOTÍCIA

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de outubro de 2023

Escrito Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.985



 

Coisa bonita é o esqueleto de uma obra em construção. Coisa horrível é o esqueleto de uma obra abandonada. E quando esse esqueleto de obra abandonada, situa-se em ponto relevante de uma cidade, é mais tenebroso ainda. Embora seja a feiura da paisagem, em geral, pode representar a fotografia viva do paraíso para fumadores de maconha, drogados, ladrões e bandidos diverso que procuram esconderijos seguros. Portanto, não ficou bem na cópia o esqueleto de construção do IFAL em Santana do Ipanema, condenado e insistente durante anos na entrada da cidade. Daquilo que seria o orgulho social, virou fantasma da zona urbana do Bairro Lagoa do Junco. Bairro esse que da pobreza extrema não deixa de se modernizar.

Assim, a notícia que circula no estado, é que haverá a construção definitiva do Campus do IFAL, em Santana do Ipanema. Demolição, marcação de terreno, terraplanagem e tudo mais. Enquanto isso, o Instituto funciona em prédio alugado, em outra saída de cidade.  E pelos detalhes publicados, poderemos acreditar que de fato vai acontecer essa reviravolta de uma situação constrangedora para todos. O que aconteceu ou deixou de acontecer durante todo esse tempo do início de esperança até hoje, não cabe nesse trabalho, entretanto renova-se essa esperança para que a nova obra, seja de fato pujante e à altura do povo santanense. Na atualidade estão muito ligadas o valor social representante e a beleza física arquitetônica de um edifício público ou não.

Afinal de contas não é a primeira vez que uma obra pública é embargada pelos mais diferentes motivos. Esperamos, como filho da terra, que a Lagoa do Junco continue o seu brilho de expansão com tantos empreendimentos importantes e receptivos aos turistas no primeiro lance de olhos sobre a “Rainha do Sertão”. Mas, independente do futuro prédio do IFAL, a entrada mais importante de Santana do Ipanema, bem que merece toque robusto de engenharia, planejamento urbano e paisagismo para sepultarem o cenário sofrido atual e remanescente, para uma estrada criativa, moderna, atraente e bela, igual a tantas outras que se mostram em diversas regiões brasileiras.

Tudo por Santana!

PARCIAL DE SANTANA. PRAÇA ALBERTO NEPOMUCENO AGRA 9PRAÇA DO TOCO (FOTO B. CHAGAS).

 

 

 

 

 

 


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OLHE A ONÇA, ZÉ!

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.984

 



Chega o amigo à minha casa e vamos tratar de interesses mútuos. Comento logo a sequidão a que estou apreciando do portão.  Os montes que circundam Santana do Ipanema, mostram-se sem a cor verde que reflete o fim antecipado de uma primavera. As árvores mais resistentes ainda mostram a palidez dessa cor, porém, a maioria da vegetação, composta de arbustos, não tem como exibir um quadro que inspire esperança tão cedo nos galhos pelados e secos que caracterizam a estiagem. Contemplar o cenário crestado dos arredores antes do verão, é acreditar que a zona rural se assemelha ao que a vista alcança. E se esses montes de altura razoável, puxam para baixo o otimismo, como apostar no verde nas terras de planuras?

Isso me faz lembrar as trilhas brutas e íngremes que tive que encarar no sopé da serra das Porteiras, entre Batalha e Belo Monte.  Uma tortura não anunciada em meio aos raros cenários deslumbrantes, desconhecidos, longínquos, escondidos da civilização. Era o grosso da teimosa viagem a pé seguindo o leito seco do rio Ipanema das nascentes à foz. Tudo isso registrado no livro DNA de Santana, “Ipanema, um rio macho”. As maiores dificuldades encontradas nos 220 km de trajeto, foi a partir do povoado Saúde, município de Batalha. Dali em diante, não tem mais como passar por dentro do rio. Também ali morre a estrada e surge a serra das Porteiras, margeando pela esquerda o rio Ipanema. Só se continua a viagem se subir e descer várias vezes pelo sopé da serra onde uma trilha, estreita repleta de pedrinhas rosas e brancas, quadradas, de cerca de 8 cm, tomam grande parte do trajeto.

Comentada como lugar de onça suçuarana, deixava a expectativa de um ataque a qualquer momento, naquela trilha sombreada pela caatinga “virgem”, muito difícil para cavalos, burros e jumentos, quanto mais para gente. Mas a frustração como geógrafo, foi não ter trazido no bornal, uma amostra daquela pedra para análise com especialistas. A exaustão beirou um falecimento súbito porque subir e descer por aqueles caminhos misteriosos, era coisa para matar qualquer animal. Posso dizer que fui um sobrevivente daquela aventura maluca, ladeado pelos saudosos companheiros João Soares Neto (Quen-Quen) e o radialista Wellington Costa.

Já estou cansado só em recordar.

Ô sertão do rio Macho!

 

 

 

 


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