SÃO JOÃO E O PROCURADO Clerisvaldo B. Chagas, 24 de junho de 2015 Crônica Nº 1.439 Matemos um pratarraz de canjica e ateste...

SÃO JOÃO E O PROCURADO



SÃO JOÃO E O PROCURADO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de junho de 2015
Crônica Nº 1.439


Matemos um pratarraz de canjica e atestemos um São João decente. Ninguém pode colocar defeito na festa da capital Maceió que vem exibindo um clima junino desde o final do mês de maio. Inúmeros estabelecimentos comerciais grandes, pequenos e minúsculos, investiram nas bandeirolas de papel e no fundo musical de pé de serra. Nunca se viu tantas atrações entre cantores forrozeiros e tocadores de sanfona que saíram de todas as bibocas do estado. Não ficou uma só escola que não fizesse sua brincadeira com a criançada.  A quadrilha e o tradicional coco das Alagoas foram valorizados nos mais diferentes lugares num resgate espontâneo e impressionante. Dias grandes em que Maceió vestiu totalmente a roupa do interior com seus pratos inigualáveis à base de milho.
Nos municípios, do sertão ao litoral, o São João pegou fogo, deixando em alta o forró pé de serra assistido pelo sanfoneiro bom ou remediado no cochilo do fole velho de guerra. Nos sítios, nas fazendas, nos povoados, todos esqueceram a ausência de um inverno cem por cento, preferindo fogueiras, bombas, rojões, foguetes, cerveja e cachaça que "ninguém é de ferro".
A procura pelo principal componente das iguarias, o milho, não chegou a ser desesperador como se pensava. As chuvas desse ano não foram suficientes para toda a agricultura do estado. No sertão mesmo, as águas das chuvas não conseguiram penetrar bem nos terrenos mais duros, deixando o agricultor sem poder plantar. Apenas as partes mais arenosas aceitaram o jogo das sementes. Desse modo em Alagoas não saiu ainda o milho maduro que é o procurado. Contudo o milho verde e ainda novinho, veio das áreas sergipanas de irrigação, conseguindo abastecer todo o estado de Alagoas. A mão de milho (50 espigas) era encontrada nas cidades e ao longo da BR-316, a trinta reais, após a choradeira dos quarenta.
Com crise ou sem crise, nunca se brincou tanto o São João em Alagoas. Não queremos nem saber se o procurado veio de Sergipe. Viva o São João!!!

O SOFRIMENTO DE JESUS (III) Clerisvaldo B. Chagas, 23 de junho 2015 Crônica Nº 1.438 RESSUREIÇÃO P. Ressurreição. Perugino...

O SOFRIMENTO DE JESUS (III)



O SOFRIMENTO DE JESUS (III)
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de junho 2015
Crônica Nº 1.438

RESSUREIÇÃO

P. Ressurreição. Perugino (1449-1500).
Mas na tarde do sábado, ao amanhecer o primeiro dia da semana, vieram Maria Madalena e a outra Maria ao ver o sepulcro. E eis que tinha havido um grande terremoto. Porque um anjo do Senhor desceu do céu, e chegando removeu a pedra, e estava assentado sobre ela. E o seu aspecto era como um relâmpago, e a sua vestidura como a neve. E de temor dele se assombraram os guardas, e ficaram como mortos. Mas o anjo, falando primeiro, disse às mulheres: Vós outras não tenhais medo, porque sei que vindes buscar a Jesus, que foi crucificado. Ele já aqui não está, porque ressuscitou como tinha dito; vinde e vede o lugar onde o Senhor estava posto. E ide logo e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou, e ei-lo aí vai adiante de vós para a Galiléia; lá o vereis; olhai o que eu vô-lo disse antes. E saíram logo do sepulcro com medo, e ao mesmo tempo com grande gozo, e foram correndo, dar a nova aos seus discípulos. E eis que lhes saiu Jesus ao encontro dizendo: Deus vos salve. E elas se chegaram a ele e se abraçaram com os seus pés, e o adoraram.
Então lhes disse Jesus: Não temais; ide, dai as novas aos meus irmãos para que vão à Galiléia, que lá me verão. Ao tempo em que elas iam, eis que vieram à cidade alguns dos guardas, e noticiaram aos príncipes dos sacerdotes tudo o que havia sucedido. E tendo-se congregado com os anciãos, depois de tomarem conselho, deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, intimando-lhes esta ordem: Dizei que vieram de noite os seus discípulos, e o levaram furtado, enquanto nós estávamos dormindo. E se chegar isto aos ouvidos do governador, nós lho faremos crer, e atenderemos à vossa segurança. Eles , porém depois de receberem o dinheiro, o fizeram conforme as instruções que tinham. E esta voz, que se divulgou entre os judeus dura até ao dia de hoje. Partiram pois os onze discípulos para a Galeléia, para cima de um monte onde Jesus lhes havia ordenado que se achassem. E vendo-o o adoraram; ainda que alguns tiveram sua dúvida. E chegando Jesus, lhes falou: Tem-se-me me dado todo o poder no céu e na terra. Ide pois e ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ensinando-os a observar todas as cousas que vos tenho mandado; e estai certos de que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.
(Evangelho segundo Marcos. Bíblia Sagrada.Tradução: padre Antônio Pereira de Figueiredo. Novo Brasil, São Paulo, s.d. paginas 739-40).

O SOFRIMENTO DE JESUS (II) Clerisvaldo B. Chagas, Crônica Nº 1.437 Pint. Crucificação. Gaudênzio Ferrari (1513). "Ao m...

O SOFRIMENTO DE JESUS (II).



O SOFRIMENTO DE JESUS (II)
Clerisvaldo B. Chagas,
Crônica Nº 1.437

Pint. Crucificação. Gaudênzio Ferrari (1513).
"Ao mesmo tempo foram crucificados com ele dois ladrões: um da parte direita, e outro da parte esquerda. E os que iam passando blasfemavam dele, movendo as suas cabeças E dizendo: Ah tu o que destróis o templo de Deus, e o reedificas em três dias, salva-te a ti mesmo: se és filhos de Deus, desce da cruz.
Da mesma sorte, insultando-o também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas e anciãos, diziam: Ele salvou os outros, assim mesmo não se pode salvar; se é rei de Israel, desça agora da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus: livre-o agora, se é seu amigo, porque ele disse: Eu pois sou filho de Deus. E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele. Mas desde a hora sexta até a hora nona se difundiram trevas sobre toda a terra. E perto da hora nona deu Jesus um grande brado, dizendo: Eli, Eli lamma sabachthani? Isto é, : Deus meu, Deus meu, por que me desamparastes? Alguns, porém dos que ali estavam, e que ouviram isto, diziam: Este chama por Elias. E logo correndo um deles, tendo tomado uma esponja, a ensopou em vinagre, e a pôs sobre uma cana, e lhe dava a beber. Porém os mais diziam: Deixa, vejamos se vem Elias a livrá-lo.
E Jesus, tornando a dar outro grande brado, rendeu o espírito. E eis que se rasgou o véu do templo em duas partes de alto a baixo; e tremeu a terra, e partiram-se as pedras. E abriram-se as sepulturas; e muitos corpos de santos, que eram mortos, ressurgiram; e saindo das sepulturas, depois da ressurreição de Jesus, vieram à cidade santa, e apareceram a muitos. Mas o centurião, e os que com ele estavam de guarda a Jesus, tendo presenciado o terremoto e os sucessos que aconteciam, tiveram grande medo, e diziam: Na verdade este homem era Filho de Deus. Achavam-se também ali, vendo de longe, muitas mulheres que desde a Galileia tinham seguido a Jesus, subministrando-lhe o necessário, entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. E quando foi lá pela tarde, veio um homem rico de Arimateia, por nome José, que também era discípulo de Jesus. Este chegou a Pilatos, e lhe pediu o corpo de Jesus.Pilatos mandou então que se lhe desse o corpo.Tomando pois o corpo, amortalhou-o José num asseado lençol, e depositou-o no seu sepulcro, que ainda não tinha servido, o qual ele tinha aberto numa rocha. E tapou a boca do sepulcro com uma grande pedra que para ali revolveu, e retirou-se.
E Maria Madalena e a outra Maria, estavam ali assentadas defronte do sepulcro. E no outro dia, que é o seguinte ao parasceve, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus acudiram juntos à casa de Pilatos, dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, vivendo ainda, disse: Eu ei de ressurgir depois de três dias. Dá logo ordem que se guarde o sepulcro até ao dia terceiro; para não suceder que venham seus discípulos, e o furtem, e digam à plebe: ressurgiu dos mortos; e desta sorte virá o último embuste a ser pior do que o primeiro. Pilatos lhes respondeu: Vós aí tendes guardas; ide, guardai-o como entendeis. Eles porém, retirando-se, trabalharam por ficar seguro o sepulcro, selando a campa e pondo-lhe guardas".