A MARCHA DO RIO MACHO Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2016 Crônica Nº 1.501 Foi muito bom saber notícias sobre os efei...

A MARCHA DO RIO MACHO

A MARCHA DO RIO MACHO
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2016
Crônica Nº 1.501


Foi muito bom saber notícias sobre os efeitos das últimas chuvas nos sertões nordestinos. Cansado da longa estiagem em Alagoas, o sertanejo regozijar-se-á vendo escorrer água barrenta pelas ribeiras do Ipanema, Traipu, Dois Riachos, Desumano, Riacho Grande e Capiá. A flora se enverdece, as abelhas se agitam, a terra se perfuma e o gado escaramuça. Nas serranias os matos se cruzam, murmuram os córregos, a lua se lava. Na planície os homens gargalham, chota a raposa, encolhe-se o carcará. O rio Ipanema se renova, incha, desfila e marcha pelas areias grossas e meandros infindáveis.
E, lá no cantinho de comentário do blog, vejo a Guardiã da Mata, Diva Correia relatar de Capelinha (povoado de Major Isidoro-AL): “Amigo Clerisvaldo, seu livro nos ajudou muito no Projeto Água para Futuras Gerações. Aqui em Capelinha, nós, Guardiões da Mata lemos seu livro sem parar e discutimos muito a riqueza de detalhes para que pudéssemos conhecer o Ipanema de montante a jusante. Deus o abençoe ricamente. Muito tem sido emprestado aos professores e alunos. Abraços. Diva Correia sobre Ipanema um rio macho”.
Quanta honra em poder servir a uma população inteira!
Passamos ao amigo leitor mais uma informação de outras tantas boas notícias por onde o livro “Ipanema, um rio macho” tem palmilhado. Poderá ajudar historicamente ao IPHAN a tombar a igrejinha de Nossa Senhora dos Prazeres localizada em um morro do rio São Francisco, na foz do Ipanema, Belo Monte; pois foi ele que deu origem também ao nosso mais novo livro escrito: “Barra do Ipanema – Um povoado alagoano”, cuja capa será da artista plástica filha daquele povoado, Girlene Monteiro. É esse o livro que poderá cooperar para o tombamento.
Enquanto isso, santanenses, cuidado com as novas águas da corrente, pois dizem os mais velhos: “Quando o Ipanema enche, o inverno é bom”;  Mas também: “Ipanema botou cheia, leva um”.
(Fotos: Arquivos do autor).

 





AS 1.5OO – UM TROFÉU DIVINO Clerisvaldo B. Chagas, 21 de janeiro de 2016 Crônica Nº 1.500 Imagem divulgação A crônica é uma for...

AS 1.500 - UM TROFÉU DIVINO

AS 1.5OO – UM TROFÉU DIVINO
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de janeiro de 2016
Crônica Nº 1.500

Imagem divulgação
A crônica é uma forma textual que acontece em nosso cotidiano. O texto é curto, a linguagem simples entre casos satíricos, históricos, humorísticos... Tendo como importância o registro dos fatos. Ela foi abraçada por nós, no princípio, apenas para preencher o espaço entre as publicações de livros. Assim também nos aconteceu com os livros documentários entre romances históricos e regionalistas. Acontece que estreando crônicas na Rádio Correio do Sertão no programa “A Crônica do Meio-dia”, na voz do radialista Edilson Costa, em Santana do Ipanema, facilmente chegamos às duzentas.
Estreando na Internet no site “santanaOxente”, à convite de Valter Filho (que ainda hospeda nosso blog), expandimos essas pequenas peças literárias para outros sites como “maltanet”, “mendes&mendes” (Mossoró, Rio Grande do Norte), “alagoasnaNet” (Crônica do Dia) e o próprio blog: “clerisvaldobchagas.blogspot.com”. Carregadas de temas os mais diversos, resolvemos publicá-las diariamente das segundas as sextas chegando hoje à marca das 1.500 crônicas que tiveram seus natais fáceis, difíceis ou espremidos.
Muitos desses textos são episódios da história dos sertões, da minha terra e do meu estado. Várias noites e madrugadas de calor ou friorentas foram companheiras da arte de escrever e informar, principalmente à juventude sequiosa de Saber. Nunca foi fácil escrever uma crônica diariamente, desde a mais exuberante a mais chorada, sofrida e deficiente. É por isso que estamos comemorando hoje a marca gigantesca das mil e quinhentas crônicas que chegam também a alguns países da Europa, Ásia e América do Norte.
Agradecemos aos nossos leitores cativos e aos eventuais em qualquer parte do Planeta, por alimentar a nossa missão de escrever e semear cultura pelos mais diversos rincões da Terra. Foi por isso que recebemos nesta quinta-feira o mais importante e desejado troféu: o TROFÉU DIVINO DAS 1500 CRÔNICAS, recheado de saúde e amor do Pai Celeste.
Ah! O Troféu Divino!!!...





O VALENTÃO E A QUIROMANCIA Clerisvaldo B. Chagas, 20 de janeiro de 2016 Crônica Nº 1.499   (mdemulher._abril.com.br). Recordand...

O VALENTÃO E A QUIROMANCIA

O VALENTÃO E A QUIROMANCIA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de janeiro de 2016
Crônica Nº 1.499
 
(mdemulher._abril.com.br).
Recordando personagens do Sertão, uma coisa puxa outra. Revejo pelo tempo o senhor José Menezes, que vendia redes, aos sábados, na feira de Santana. Aos domingos, aquele homem branco e sério, desfilava pela Rua Antônio Tavares – onde residia – muito duro, rifle surdo às costas e bornal atravessado. Mas esse não é o alvo da história.
Vizinho de terras de meu avô morava um valentão, arruaceiro e assassino que também andava com rifle às costas e punhal na cinta. Cismou com um dos meus tios, homem pacato, sábio e trabalhador. Rondava-o constantemente.  Certo dia em que o meu tio fora dar água ao gado no açude, o valentão o esperava na porteira da barragem, armado como sempre. Meu tio completamente, desarmado, usou a sua força espiritual, passou pelo valente, deu água aos bichos, retornou sem que o bandido esboçasse nenhuma reação.
Era mês de outubro. Apareceu no sítio um estrangeiro quiromante, cujo apelido era Alemão. Leu a mão de todos os que estavam na casa – menos a de meu pai que se encontrava ausente – falando do início, presente, futuro e final da vida de cada um. Todos os tios tiveram o final profetizado pelo estrangeiro.
Quanto ao tio marcado pelo inimigo, disse-lhe o Alemão: “No mês de novembro não passe do terreiro de casa; no mês de dezembro não saia de dentro de casa nem para o terreiro; aguarde a notícia do mês de janeiro que seu perseguidor irá desencarnar”. Assim procedendo, meu tio aguardou.
Em janeiro, aquele valentão acostumado a acabar a feira de Olho d’Água das Flores, cortando a pulso e à faca, os cabelos dos feirantes, recebeu um convite do major Lucena Maranhão. Integrou-se numa volante e numa suposta diligência para os lados de Maravilha e ali deixou a Terra.
Não só no fabrico de peças e motores, mas também na Quiromancia, alemão é garantido.
Nem tudo é engodo e safadeza.

Fui.