A VERGONHA DOS MUROS SOCIAIS Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2016 Escritor Símbolo do Sertão de Alagoano Crônica 1.574 Este planet...

A VERGONHA DOS MUROS SOCIAIS

A VERGONHA DOS MUROS SOCIAIS Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2016 Escritor Símbolo do Sertão de Alagoano Crônica 1.574 Este planeta não é o pior nem o melhor dos mundos. Existem os mais e os menos evoluídos. O nosso é lugar de expiação e não tem com se livrar do caldeamento de indivíduos adiantados e atrasados ainda na marcha universal. É por isso que pululam os contrastes da Terra. Dificilmente uma nação é nivelada por cima entre os seus habitantes. É bastante olhar o preconceito geral que toma conta de todos os continentes. Tem razão um dos candidatos a prefeito de Maceió quando fala que a cidade está dividida em pobreza e riqueza. De um lado os bairros chiques detentores de mais e mais benefícios. Do outro, a miséria instalada nas grotas, nas planuras periféricas do terraço, mas também nas planuras do entorno dos tabuleiros. É sim, uma face cruel da capital que luta arduamente pelo mínimo de conquistas físicas e sociais. A pobreza e a riqueza estão em todos os quadrantes da Terra e assim continuará até os fins dos tempos. Somente os melhores que migrarão para planos mais elevados, poderão viver sem a maioria das mazelas que se registra por aqui. A melhora ou piora da situação particular de Maceió, depende sim da atuação de cada gestor. O povo muitas vezes nem tem escolha, pois os candidatos a prefeito quase sempre são os mesmos. Os mesmos que chegam ao poder e passam todos os documentos de gestor para dono. Viram “saruês” e se fantasiam de pequenos tiranos ansiosos pelo mando e pelo dinheiro fácil. Associam-se aos grandes empresários que também não beneficiam a população porque os acordos espúrios lhes acobertam. A única saída para a pobreza são as associações que tornam mais fortes às pessoas na busca dos direitos. Mas, até mesmo aí, muitos se corrompem e traem a própria associação. O que fazer? Continuar a luta eterna de “matar um leão por dia”.

O CHEFE DA QUADRILHA E A GALINHA D’ÁGUA Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2016 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.5...

O CHEFE DA QUADRILHA E A GALINHA D'ÁGUA

O CHEFE DA QUADRILHA E A GALINHA D’ÁGUA
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.573

Lá no sertão temos uma ave que também povoa parte do mundo. Popularmente denominada galinha d’água, gosta muito de águas mortas, principalmente de açudes e barreiros. É ave de arribação que mede, aproximadamente, 37 centímetros, alimenta-se de boa variedade de vegetais e pequenos bichos aquáticos. Existe em torno de 12 subespécies conhecidas por diferentes nomes, pelo povo, em diversos lugares. “O ninho é uma cesta coberta construída no chão de mato denso. Pode haver uma segunda ninhada do ano, composta entre cinco e oito ovos”. Entre outros, também é apontada pelo pomposo nome de Jaçanã. Além de bela, desliza com muita elegância na superfície dos açudes.
Fazer galinha d’água não é reproduzir as Jaçanãs. É atirar pedras nos grandes reservatórios d’água na linha horizontal da superfície. Quanto mais a pedra arremessada toca na água, até o seu mergulho, mais galinha d’água você fez. É brincadeira esporádica de jovens e adultos em visita às fazendas.

O grande chefe da corrupção e do roubo descarado do real do povo, seguro que não cairia nunca, cansou o braço de fazer galinha d’água. Os pobres que trabalham neste país estão de peito lavado em relação ao mais cínico dos ladrões do Brasil. Os dez deputados que votaram a seu favor, deveriam levá-lo para casa, no colo, trocar suas sua fraldas e alimentá-los com gogó sempre cantando cantigas de ninar. Assim, além da vingança do povo brasileiro, vem o desabafo do governo democraticamente eleito e destituído pela chantagem desse crápula. Deu o que dissemos: “Hás de seguir-me Robespierre”.
Mas estamos apenas iniciando. Ainda falta o aproveitador, traidor e usurpador seguido de seus outros bandidos. Vamos aguardar as novas galinhas d’água e o futuro fechamento do jogo.



TILIXI E TIXILIÁ Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2016 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.572 Foi pesquisando ...

TILIXI E TIXILIÁ

TILIXI E TIXILIÁ
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.572

Foi pesquisando nas belas terras do Agreste, em Palmeira dos Índios, que resolvemos reproduzir a lenda de Tilixi e Tixiliá. Aliás, em nossos escritos sobre “Repensando a Geografia de Alagoas”, também temos outra belíssima lenda indígena sobre a origem do rio São Francisco.
Palmeira dos Índios é a mais importante cidade norte do Agreste, representando agora a quarta população do estado. Ocupa antigas terras que foram aldeias dos índios Xucurus. Acha-se localizada entre imponentes serras que fazem parte da Escarpa Ocidental e a planura agrestina representada pelos tabuleiros. Sua posição privilegiada permite um tráfego intenso de carros pesados numa ligação Norte-Sul via Arapiraca – Bom Conselho, pela famosa serra das Pias. Vive da Agricultura, Pecuária e Comércio com destaque para seus bons colégios e intelectuais na sua vida social. Clima ameno e convivência diária com os Xucurus fazem render a tradição que orgulha seus habitantes.
Contadas por diferentes pessoas, mas sempre se ressaltando o miolo, a lenda de Tilixi e Tixiliá parece não possuir variação.
Dizem que “há duzentos anos Tixiliá estava prometida ao cacique Etafé, mas era apaixonada pelo primo Tilixi. Durante uma festa tribal Tilixi tentou encontrar Tixiliá. Foram vistos em um beijo proibido. Tilixi foi condenado à morte por inanição. Ao visitar o amado, Tixiliá foi atingida por uma flecha mortal de Etafé morrendo ao lado de Tilixi. Segundo a lenda, no local onde morreram, nasceu uma linda e formosa palmeira que simbolizava o amor intenso do casal. Foi dessa palmeira que teria surgido o nome da cidade”.
Destacamos em Palmeira dos Índios os escritores Luiz B. Torres, Adalberon Cavalcanti Lins e Valdemar Lima, com notoriedade nacional para Graciliano Ramos.