UFAL E HOSPITAL TRAZEM COMÉRCIO Clerisvaldo B. Chagas, 13 de abril de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.879 CONS...

UFAL E HOSPITAL TRAZEM COMÉRCIO


UFAL E HOSPITAL TRAZEM COMÉRCIO
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de abril de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.879
CONSTRUÇÃO DA UFAL, EM 11.04.2018. FOTO: (B. CHAGAS).

Vai acontecendo o que prevíamos desde a fundação do Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo, o Gigante da Colina, também chamado Hospital da Cajarana. A parte alta do Bairro Floresta, onde não havia perspectiva nenhuma de progresso por ser um recanto isolado e fim de linha urbana, estar mudando. É ali onde estão o Alto dos Negros, o Conjunto Residencial Marinho e o lugar Cajarana. Uma pobreza, que só você vendo! Com a construção do Hospital, os casebres da rua principal, defronte, começaram a se valorizar. Foi surgindo um comércio miúdo de barracas de madeira e nas salas dos casebres, para atender aos familiares e visitantes do Gigante. A princípio um comércio acanhado à base de café e fracos complementos.
Ultimamente, porém, os casebres foram transformados em modernos pontos comerciais que vão rapidamente se espalhando pela rua principal, Abdias Teodósio. A construção dos edifícios da UFAL, defronte a casa hospitalar, acelerou o ritmo do comércio emergente, visando à estudantada e professores como futuros clientes. Ótimas residências vão surgindo, várias com primeiro andar e nos parece que até pousadas também chegam. Como grandes empreendimentos trazem novos empreendimentos, ainda veremos boas surpresas por ali. Além do Hospital, colado a ele na parte de cima, o Conjunto Marinho e, por trás, o lugar Cajarana, continuam, entretanto, abandonados numa pobreza sem fim.
Esperamos que quando a UFAL estiver funcionando a pleno vapor, possa transformar o físico e o social desses dois últimos lugares.
Passando-se pelo Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo e pelo Conjunto Marinho, inicia-se a estrada rural que leva até a serra e ao sítio Remetedeira. Estivemos ali, ontem, eu e o professor Marcello Fausto, como geógrafo e historiadores, inspecionando por conta própria a terra em que nascemos.
Continuamos louvando o cenário dos arredores visto da frente do hospital, como excelente colírio para olhos empoeirados.
Em breve, morar no cimo da colina será chique. Para que duvidar?



CASSIMIRO COCO VOLTA OU NÃO VOLTA? Clerisvaldo B. Chagas, 12 de abril de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.878   ...

CASSIMIRO COCO VOLTA OU NÃO VOLTA?


CASSIMIRO COCO VOLTA OU NÃO VOLTA?
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de abril de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.878
 
CASSIMIRO COCO. ILUSTRAÇÃO: (GRANJA CEARÁ).
“Mão mole, molenga, mamulenga. Parece ser esta a origem etimológica do mamulengo, teatro de boneco nordestino em que se usa como técnica de manipulação luvas ou varetas. Apesar de, no resto do país, ser usado para definir essa linguagem nordestina do teatro de bonecos, o termo mamulengo é tipicamente pernambucano, sendo que cada Estado da região tem sua própria designação – Cassimiro Coco no Ceará, João Redondo no Rio Grande do Norte, Babau na Paraíba”.
Na década de 50, assisti ao Cassimiro Coco, teatro de bonecos, na minha Rua Cleto Campelo (atual Antônio Tavares). A pessoa que mexia com essa arte, chegou a morar na casa vizinha a nossa por algum tempo. Depois, lembro-me de apresentações na Rua São Pedro e na Rua Delmiro Gouveia. Nunca vi nada tão divertido do que o Cassimiro Coco. Nós, os meninos, sentávamos no chão, diante de uma lona vertical, onde os bonecos apareciam na parte superior. Era uma sequência de peças curtas cujas presepadas faziam a plateia mirim se esbaldar em gargalhadas. Lembro-me apenas de uma dessas peças em que havia um negrão lustroso vestido de cangaceiro e um magrelo amarelado que se desafiavam e brigavam entre si.
Quando a confusão rolava, o apresentador dos bonecos batia em qualquer coisa como se fosse abrindo e fechando mala de madeira, com força, para provocar bastante zoada.
Recentemente o Cassemiro Coco, quase extinto no Nordeste, teve um momento de glória quando foi apresentado em uma novela da Rede Globo.
No caso de Santana do Ipanema, assistíamos aos bonecos apresentados nas suas formas mais antigas e rudes. Mas cada um daqueles personagens de pau de aparência em exagero conquistava danadamente à meninada.
Não consigo lembrar nem os nomes nem as feições de proprietários de Cassemiro Coco. Será que ainda existe algum artista em nosso município capaz de reviver o nosso teatro de bonecos?
Se houvesse incentivo...






A HISTÓRIA DO ATERRO Clerisvaldo B. Chagas, 10 de abril de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.876   REGIÃO DO ...

A HISTÓRIA DO ATERRO


A HISTÓRIA DO ATERRO
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de abril de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.876
 
REGIÃO DO ATERRO. FOTO: (B. CHAGAS).
No final dos anos 40 para o início dos anos 50, foi necessária a travessia da rodagem – atual BR-316 – por dentro da cidade de Santana do Ipanema. Para isso, inúmeras toneladas de terra foram usadas na baixada cortada pelo riacho Camoxinga, no seu trecho de chegada à foz. Não sabemos de onde veio tanta terra para a obra viária. Após a construção do trecho que ainda constava de uma ponte sobre o próprio riacho, o lugar passou a ser denominado popularmente até a presente data, de Aterro. Parecia muito feio a cidade dividida por um grande muro. Como ficaria posteriormente o lado oposto à região do comércio? Isto iria depender da disposição da cidade em se expandir também para aquelas bandas. Afinal era à maneira de uma rodagem federal chegar até nós.
O futuro foi delineando a paisagem insalubre da parte baixa após o Aterro. A própria dinâmica da região onde atualmente é o chamado Colégio Estadual, foi formando a seu modo as habitações independentes, como caminho para a serra do Poço e os sítios Barroso, Água Fria e Camoxinga dos Teodósio. Por outro lado, a região do Maracanã se expandiu com algumas ruas e, o todo construído passou a se chamar Rua da Baraúna. Os dois núcleos, como era de se esperar, se encontraram, formando uma região conhecida por várias formas. Apesar da insalubridade, ali funcionam vários órgãos importantes da educação e da saúde.
Com o tempo, foi construído um viaduto no Aterro, que procura ligar a região periférica do comércio com a baixada das escolas. Isso veio facilitar os meios de transportes e a comunicação. O asfalto deu vida e beleza ao Aterro, mas ainda faltam outros cuidados desprezados como a jardinagem de encosta e um melhor serviço de drenagem das águas de toda a região em ambos os lados.
A parte baixa do Bairro Camoxinga, ainda precisa de novas alternativas da engenharia para o transporte até o comércio e estradas retas até o sítio Barroso.