HOMENAGEM A ALTEMAR Clerisvaldo B. Chagas, 8 de novembro de 2019 Escritor Símb...

HOMENAGEM A ALTEMAR



                                                    HOMENAGEM A ALTEMAR
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de novembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.212

Homenagem ao saudoso maior cantor do mundo (com a minha predileta).

ALTEMAR DUTRA
     (ABANDONO)

Se voltar não faça espanto
Cuide apenas de você
Dê um jeito em nossa casa
Ela é nada sem você

Regue as plantas na varanda
Elas devem lhe dizer
Que eu morri todos os anos
Quando esperei você

Se voltar não me censure
Eu não pude suportar
Nada entendo de abandono
Só de amor e de esperar

Olhe bem pelas vidraças
Elas devem lhe mostrar
Os caminhos do horizonte
Onde fui te procurar

Não repare na desordem
Dessa casa quando entrar
Ela diz tudo o que eu sinto
De tanto lhe esperar

FIM

SANTANA: A FÚRIA NO CEMITÉRIO Clerisvaldo B. Chagas, 7 de novembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.211 SA...

SANTANA: A FÚRIA NO CEMITÉRIO


SANTANA: A FÚRIA NO CEMITÉRIO
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de novembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.211
SANTANA COM BOQUEIRÃO AO FUNDO. (FOTO: B. CHAGAS).

No final do século XIX, foi construída estrutura para um convento, em Santana do Ipanema. No local alto e plano só havia mata de caatinga onde proliferava a passarada. Na passagem pela urbe, o padre Veríssimo aproveitou a estrutura e a transformou no primeiro cemitério que se tem notícia. Tinha sua entrada voltada para a povoação abaixo. Ali foram sepultadas desde pobres indigentes a ricas e ilustres pessoas. Havia avenidas dos mais caprichados mausoléus com fotografias e dizeres. (Oscar Silva foi o único escritor antigo, a registrar alguma coisa sobre o tema). O cemitério também, como outros semelhantes, seria grande fonte de pesquisa sobre pessoas da época. Aproximadamente, na metade do século XX, o cemitério foi “barbaramente assassinado”.
Governava Santana do Ipanema o coronel José Lucena Albuquerque Maranhão, homem que comandara as volantes que deram fim ao famigerado Virgulino Ferreira e Maria Bonita. Um ou outro santanense ancião ousa falar do assunto ainda à boca miúda. A cidade se expandia rumo ao cemitério. Não querendo a morada dos mortos dentro da urbe, o coronel planejava a demolição. Encontrando resistência populacional, apelou para a brutalidade. Segundo contam, Lucena teria contratado vários trabalhadores para demolir o cemitério à noite, após sua ausência programada. Assim foi feito. Munidos de marretas e outras ferramentas os comandados invadiram o cemitério e destruíram tudo deixando somente os escombros. Foi um desadoro, mas não se sabe da reação dos seus habitantes. A história calou.
Logo foi construído outro cemitério longe do comércio, em lugar alto e plano, mas, posteriormente a cidade também se expandiu para aquelas bandas, puxada pelo próprio cemitério. Este não foi demolido e ainda hoje existe com o nome de Santa Sofia. Sem mais condições, foi feito o terceiro cemitério, um pouco afastado da cidade, no sítio Barroso e que leva o nome de São José. Atualmente um grupo familiar resolveu implantar um Campo Santo entre Santana do Ipanema e o povoado Areias Brancas, à margem da BR-316.
Pouquíssimos santanenses sabem da história brutal aqui apresentada.
O que dizer quase 70 anos depois?
Ô Sertão velho ignorante, comadre.


 



TRADUZINDO O SERTÃO Clerisvaldo B. Chagas, 6 de novembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.210 SERTÃO AL...

TRADUZINDO O SERTÃO


TRADUZINDO O SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de novembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.210

SERTÃO ALAGOANO. (FOTO: B. CHAGAS/ARQUIVO).
·        Marceneiro. Profissional da madeira que faz e conserta   móveis
·        Carapina. Profissional da madeira para cobertura e pisos de casas. O mesmo que carpinteiro;
·        Flandreleiro. Aquele que trabalha com o zinco fabricando bicas e candeeiros de frandres. Em outras regiões: funileiro. (Em extinção).
·        Bica. Calha de zinco por onde escorre a chuva;
·        Retelhador. Profissional exclusivo para cobertura residencial com telha (em extinção);
·        Vasculhador. Profissional que usa vara e vassoura de palha para limpar o teto de residências de madeira e telha (em extinção);
·        Cavoqueiro. Especialista em explosivos nas pedreiras;
·        Almocreve. Condutor de tropas de burros em transporte de mercadorias. Em outras regiões: tropeiro;
·        Boiadeiro. O que compra e vende boiadas;
·        Tangerino ou tangedor. O que conduz animais de um lugar para outro, a pé ou a cavalo;
·        Mascate. Aquele que negocia seus produtos de feira em feira;
·        Fazendeiro. O dono da fazenda;
·        Morador. Administrador ou simples morador da fazenda;
·        Vaqueiro. O que cuida do gado em geral, nas fazendas;
·        Tirador de leite. Especialista em ordenhar;
·        Vaquejador. Trilha na caatinga por onde o gado é conduzido;
·        Marchante. Vendedor de carne bovina nos açougues;
·        Aboiador. O que canta aboios, toada; (antes) para acalmar o gado;
·        Corisco. Fagulha elétrica que corre durante as trovoadas;
·        Jagunço. Guarda-costas de fazendeiros; o mesmo que capanga;
·        Vara de ferrão. Vara para conduzir os bois de carro, com um ferrão em uma das extremidades.