MENDES E O NORDESTE NU Clerisvaldo B. Chagas, 23 de dezembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.233 MENDE...

MENDES E O NORDESTE NU


MENDES E O NORDESTE NU
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.233

MENDES (blog do Mendes).
Nesta véspera de NATAL, quero agradecer aos nossos leitores do Brasil, Estados Unidos, Portugal, Rússia, Alemanha, França, Cingapura, Reino Unido, Dinamarca, Espanha e outros mais. Tudo isso graças à parceria entre o nosso blog: (clerisvaldobchagas.blogspot.com) e o (blogdomendesemendes), Alagoas com Rio Grande do Norte. As crônicas de Clerisvaldo chegaram para preencher o vazio entre publicações de livros do autor. São escritos que abordam todos os temas do mundo, com ênfase no solo alagoano e nordestino. O blog do Mendes, mais focado no antigo relicário cangaceiro, publica também os cenários periféricos do cangaço e expõe todo o Nordeste, principalmente os sertões, sem terno, sem gravata, sem cueca, completamente despido.
José Mendes Pereira que nasceu no sítio Barrinha, em Mossoró, é filho de Pedro Nél Pereira e de Antônia Mendes Pereira. Com seus estudos, pesquisas e determinação, atuou no mundo gráfico, tornou-se professor e criou o blog atual, dedicando-se ao universo do cangaço. O seu blog, pouco a pouco atingiu uma dimensão colossal ultrapassando fronteiras, firmando-se como indispensável aos que pesquisam o Sertão do Nordeste na Sociologia, História, Geografia e nas Artes. Mas nem somente de cangaço vive o blogdomendesemendes. Imprensado entre os cangaceiros estão os escritos ecléticos de Clerisvaldo B. Chagas e de Rangel Alves da Costa. São crônicas normais e longas que permitem o lazer aos “cangaceirólogos” e ao planeta. O sergipano Rangel é um escritor versátil, sensível, seguro e poético que sabe exatamente onde cabe cada uma das suas palavras escritas. Um mestre escritor.
RANGEL (Blog do Mendes).
Assim as crônicas são ornadas pelas pesquisas e artigos de José Mendes Pereira e, às vezes, cintilam “O Nordeste Nu”. O miolo, porém, destes escritos é mais para parabenizar o Mendes por mais um ano de vitória no repto da sua vida prestando relevantes serviços ao mundo da Cultura. Seu hercúleo esforço para fabricar o “pão e entregá-lo ainda quente na madrugada” é tarefa mesmo para os maiores titãs da Mitologia e do Cangaço. E na valorização das suas publicações diárias, responde o próprio Nordeste riquíssimo em ditados populares: “Rapadura é doce, mas não é mole não”. FELIZ NATAL PARA O GLOBO E PARA NÓS.

LAMPIÃO E A ESTRELA CADENTE EM MACEIÓ Clerisvaldo B. Chagas, 18 de dezembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2...

LAMPIÃO E A ESTRELA CADENTE EM MACEIÓ


LAMPIÃO E A ESTRELA CADENTE EM MACEIÓ
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.232
CHUVA DE METEOROS. (IMAGEM/WIKIPÉDIA).

Na noite do último sábado (14) houve um grande apagão em Maceió. Mas foi visto um imenso clarão no céu e “alguns estouros nos postes de alguns bairros”. Depois de algumas horas a energia retornou e, os boatos se espalharam com rapidez. Coisa de Internet você sabe como é. Um meteorito havia provocado o apagão e estourado tudo por aí. Meteorito também é chamado de meteoro, aerólito, bólide, zelação, corisco e muito mais. Meteoritos são rochas e fragmentos que vagueiam no Universo. Quando esses fragmentos penetram na atmosfera terrestre, provocam clarões em vista do atrito provocado. Coisas sem muita importância. Geralmente os namorados chamam o fenômeno de Estrela Cadente e na hora costumam fazer três pedidos, crentes que serão atendidos.
Entretanto, nem o romantismo dos namorados, nem o medo terrível de quem estava perto do clarão. A mentira do meteorito que correu mundo era baseada num fenômeno acontecido há muitos e muitos anos no Recife. Na verdade o que houve foram problemas causados dentro das próprias subestações, uma no Bairro Cruz das Almas e outra no Bairro Tabuleiro dos Martins em conexão com a cidade de Marechal Deodoro, esclarece os responsáveis pelo fornecimento. Todavia ainda tem muita gente que não viu o desmentido geográfico e continua entre dois mundos.
Isso nos faz lembrar a última noite de Lampião, Maria Bonita e seus nove sequazes na Grota dos Angicos. No desembarque para Sergipe, muitos sinais negativos surgiram na Natureza, entre uivos de cães e zelação, no rio São Francisco. No cerco da madrugada, pelas volantes, o foco de uma lanterna teria sido confundido com pirilampos ou com uma zelação.
Assim, o fenômeno causado pelo meteorito, zelação ou estrela cadente, sempre foi registrado no mundo em diversas épocas e ocasiões.
Em Maceió, o namoro com a zelação não foi bonito, “cabra véi”.
Ainda quer fazer os três pedidos?
Ufa! Danou-se.

DONA-DE-CASA: VALORIZE O TAMBORETE Clerisvaldo B. Chagas, 17 de dezembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.2...

DONA-DE-CASA: VALORIZE O TAMBORETE


DONA-DE-CASA: VALORIZE O TAMBORETE
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.231

(FOTO/DIVULGAÇÃO)
Em Santana do Ipanema, funcionavam o Banco do Brasil e o Banco do Estado de Alagoas – PRODUBAN. O funcionário do primeiro, chamado João Farias, fumava muito. Vez em quando pegava o cigarro entre os dedos e dizia para clientes em dúvida: “Banco é o do Brasil... O resto é tamborete”. Tamborete ou banco no Sertão todo mundo conhece; pequena peça de madeira entre três ou quatro pés, quadrado ou redondo é fundamental para o tirador de leite. Foi assim que o cangaceiro Corisco e seus cabras encontraram a minha tia Dorotéia sentada no banquinho, saia rodada, ordenhando no curral da fazenda. A pose mereceu um elogio do subchefe do cangaço: “Olhem aquela como está! Parece uma princesa”. E nem sequer parou na sua caminhada.
Voltando para o início, o PRODUBAN terminou cerrando suas portas. O tamborete faliu e todos comentaram o motivo, mas aí é outra história, camarada. Atualmente até médicos especialistas recomendam à dona-de-casa, o banquinho da ordenha. Esse tamborete está mais ativo de que nunca. Para quem tem problema de coluna, principalmente, o banquinho é seu grande assistente em várias situações do lar. Serve para sentar quando for mexer na parte baixa da geladeira; serve para subir e pegar coisas mais altas no armário; para sentar, colocar e tirar roupas da máquina moderna com tampa na frente. Apoiar um pé ao passar ferro ou nas tarefas da pia. Até aí o Banco do Brasil “não serve para nada”, a não ser para financiar a compra do tamborete.
Para adquiri-lo, basta encomendar ao marceneiro ou então comprar o produto em mercado de atacarejo. Existem os bons e os péssimos assim como preço justo de uns 15,00 ao absurdo de mais de 200,00. E o pior, mais frágeis do que cabo de vassoura. Os de plástico rígido não valem nada, mas têm o poder de lhes fazer raiva. Assim fica resgatado o quase esquecido tamborete de madeira.  Numa reforma feita em apartamento, entre quatro pessoas, o banquinho foi solicitado muito mais de cem vezes.
Ah! Ia esquecendo outra função importante do tamborte. Se o seu marido gosta de fumar o fumo de rolo ou mamar no cachimbo de coco catolé, compre outro para ele também. Deixe-o no seu cantinho da casa que terá a réplica viva de Preto Velho, com todo respeito. Amém, amém.